segunda-feira, janeiro 22, 2007

Educação ambiental


Educação Ambiental

A Educação é a base para o desenvolvimento de um país, pois através dela as pessoas adquirem conhecimentos para exigir os seus direitos e cumprir os seus deveres, ou seja, as pessoas têm condições de desempenhar o seu papel de cidadão. É a participação cidadã que surge como “mola mestre” na solução dos problemas ambientais e na proposta de conviver em sociedade e com a natureza. A participação pode-se dar nos mais diversos níveis: no caso da participação em relação à resolução de problemas ambientais, ela é a principal das profundas transformações que estão a ocorrer para assegurar a convivência democrática, sustentável e harmónica dos seres humanos entre si e com o meio ambiente.
A educação ambiental deve ser um processo crítico, participativo, actuante e sensível que reforce o elo entre a sociedade e órgãos que actuam nas questões ambientais, na procura da consciencialização e da aquisição de valores, comportamentos e práticas mais éticas e responsáveis em relação ao meio ambiente. Este processo deve afastar-se da pedagogia exclusivamente informativa e da abordagem moralizadora e convencional, incorporando vivências de sensibilização, criação e reflexão.
A consciencialização só poderá ser atingida quando é prestada na própria comunidade e não a partir da doação externa de valores. De uma maneira geral, quanto maior for a participação dos cidadãos na construção dos instrumentos de educação, melhor serão os seus resultados. Para que as pessoas de facto se preocupem e se responsabilizem pelas suas acções, desenvolvendo o sentido de cuidado e de conservação, é fundamental que se construam relações mais interactivas, críticas e mobilizadoras.
Algumas intervenções na educação ambiental, abordam os problemas ambientais de forma pontual, às vezes de uma maneira ingénua e utilitarista, relevando a construção de um processo sistémico. Infelizmente essas abordagens têm sido frequentes e predominantes no tratamento das questões relacionadas com os nossos recursos. Uma abordagem mais profunda é necessária, pois proporciona-nos uma percepção mais ampla e integrada das relações ser humano/ambiente. Nela estarão considerados os aspectos políticos, éticos, sociais, tecnológicos, científicos, económicos, culturais e estéticos, principalmente quando conduzida numa perspectiva transdisciplinar, global e equilibrada.
É ainda fundamental que se estabeleça uma sólida coerência entre as concepções e práticas educativas e os princípios que regem o paradigma ambiental emergente. Por isso, a importância de ser avaliada uma ideologia subjacente a todas as práticas.
Nessa perspectiva, é importante a realização de trabalhos, fóruns e acções conjuntas que valorizem processos de auto-desenvolvimento e a afirmação da comunidade onde estamos inseridos, em especial na gestão dos recursos colectivos e de interesses difusos.
Por isso, uma vez que admitimos o termo preservar, é vital do ponto de vista de consciencialização ambiental, o seu significado deverá ser utilizado, com as comunidades locais, como um dos princípios da educação ambiental.
Também a pedagogia crítica e libertadora de algumas associações ambientais, apoiada em processos locais bem fundamentados e adaptada a situações concretas que se impõe a cada realidade, pode ser tomada como um referencial.
Estimular iniciativas de formação e outros agentes multiplicadores e a troca de experiências é algo essencial. O estabelecimento de redes de comunicação e troca de experiências no âmbito ambiental pode prever, além do uso da informação disponível, a realização de encontros e seminários locais ou regionais que, entre outros aspectos, promovam a integração da comunidade relacionando o conhecimento científico e ambiental. As iniciativas devem contemplar a realidade local sem, no entanto, perder de vista as perspectivas regionais e nacionais.
É oportuno também evidenciar a necessidade de ampliação dos horizontes ambientalistas e da construção de uma visão mais abrangente e profunda da questão ambiental. O papel das associações ambientais é fundamental e já apresenta um histórico consistente em muitas áreas do nosso ecosistema. Neste capítulo tem sido notório o trabalho desenvolvido pela AAMARG, no nosso Concelho
Para vivermos o nosso quotidiano de maneira mais coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática, é necessária uma educação que repense as velhas fórmulas de vida.

Carlos Monteiro

8 comentários:

Anónimo disse...

Depois da intervenção deste amigo na defesa de uma “mega” pocilga para o nosso concelho, só nos pode estar a embalar com os seus textos.
Na verdade amigo Carlos Monteiro, por mais que escreva, (e bem por sinal) poucos vamos acreditar nos seus textos. Porque na prática o amigo é igual aos outros que não respeita as regras ambientais.

Anónimo disse...

De facto é lamentável que o amigo Carlos Monteiro, que é sem dúvida um dos ambientalistas mais conceituado do nosso concelho, venha a cair nas malhas da política da disciplina partidária. Digo isto com alguma pena, porque foi sempre com orgulho de ser Mirense, que li os seus artigos nos jornais e revistas nacionais.
Espero sinceramente que tenha sido um lapso momentâneo e que recupere depressa porque o concelho precisa de si.

AMC

Anónimo disse...

Admiramo-nos muito que a Suíça, sem costa marítima, possa ter um ministério da Marinha, sem nos darmos conta que nós próprios temos um ministério da Educação.
Há no ar uma atmosfera que prenuncia um regresso aos velhos tempos. Postergam-se os interesses colectivos para atender caprichos particulares, vergam-se as consciências ao peso dos interesses, sepultam-se os princípios nos terrenos onde medra a ambição.
Há outra vez um país do futebol onde os senhores da bola viram dirigentes políticos, enquanto ao som do fado se vai de novo a Fátima à espera de um milagre.
Mas, para além dos três efes tradicionais que regressaram à sociedade há o receio de que a nós próprios nos atinja outro efe. E que a sua dimensão obscena nos esmague.
Longe vá o agoiro do quarto efe.
Estamos f...

Anónimo disse...

O problema destes senhores no fundo não é com o que é dito. O problema deles é com quem o diz. Por isso, agora passam à fase do ataque pessoal.
Já que não conseguimos destruir a mensagem pelo menos havemos de conseguir o mensageiro. Muito bem amigos! Honestidade acima de tudo.
Continuem assim, que estão no bom caminho!!!

Anónimo disse...

Fico um pouco espantado, com alguns argumentos aqui utilizados.
Na verdade não sou o Alfa e Ómega das virtudes ambientais. Mas será a vossa superioridade moral assim tão intocável?
Ninguém vê o mundo do céu, como um santo; nenhuma informação é soprada de um Olimpo, por deuses acima do bem e do mal.
É isto que não consigo compreender: haver algumas pessoas, que projectem a existência ambicionada numa vida isenta de defeitos. Será a negação do ser humano na sua melhor qualidade: a humildade para reconhecer as suas limitações.
Estou rigorosamente convencido de que apenas avançaremos no debate e na construção do futuro se colocarmos como objectivo das nossas preocupações não a teoria, mas a realidade do concelho.

Administrador disse...

De facto a palavra pode muitas vezes ser uma grande arma nas mãos de quem usa a escrita como instrumento de esgrima. Contudo, e como nesta batalha muitos surgem como anónimos guerreiros, que muitas vezes tentam desesperadamente levar as batalhas para outros campos (mas , e ainda bem, nem sempre o conseguem), a batalha terá que ser adiada, pois raros são aqueles que desafiam inimigos sem rosto...
A questão ambiental surge cada vez mais em Mira (e não só) como instrumento de luta partidária, e como de meio para atingir fins, esquecendo se muitas vezes os reais proveitos de uma postura pró ambiente. Não me esqueço por exemplo de um planfleto eleitoral em que um partido, candidato ás eleiçoes autarquicas no nosso concelho, mentia descaradamente dizendo que teria dado cerca de 35.000 euros a uma dita associação pró ambiente local para uma dita intervenção ambiental... Nada mais falso!
Utilizo este simples exemplo de como as questões ambientais surgem cada vez mais como arma de arremesso, esqueçendo se os intervinientes das reais necessidades locais, dos medos e temores das populações, das frequentes actividades que se promovem pelo ambiente, entre outras (talvez aí não haja protagonismos não sei)
O cidadão comum já não é todo ele "animal de oculos de cabedal" que só para a frente olha. O cidadão Mirense já apresenta consciencia cívica (alguns), já denotam preocupações com o seu semelhante, e sobretudo com o espaço socio-envolvente, o seu ambiente pois claro. Daí creio já não ser assim tão facil iludir e ludibriar o espectador. Apesar de acontecer, e eu que o posso bem dizer, pois também com "papas e bolos" já enganaram este tolo.
Creio que muitos opinam sobre este tema que a todos diz respeito, e ainda bem, pois é sinal que algo está a mudar, contudo acredito sinceramente que se todos limpassem o seu próprio quintal não haveria necessidade de limpar depois o quintal de todos, o nosso quintal... a nossa terra.

João Luís Pinho

Anónimo disse...

ambiente...
a educação ambiental é urgente no concelho de Mira;viajei hoje de Lisboa para passar um fim de semana na "nossa" terra e o que se vê juntos dos caminhos e dos caixotes de lixo é tudo menos educação ambiental: nos caminhos aparelhos velhos deixados e lixo de toda a ordem; os caixotes de lixo cheios de lixo que não estão separados nem errumados: LIXO.
-Carlos Monteiro, faz alguma coisa no sentido de haver essa educação de que falas no teu artigo. Escrever não chega. Mais é necessário.

Carlos Monteiro disse...

Amigo "melro sem pio",

Em primeiro lugar peço-te desculpa só te responder agora, mas de facto tenho andado com muito trabalho, e com pouco tempo para dedicar ao blog.
Em relação ao que te referes no teu post estou inteiramente de acordo contigo.
Mas penso que não cabe só aos residentes e visitantes da nossa terra a responsabilidade desta situação. Embora pensar em alternativas para solucionar os problemas de lixo na Praia de Mira, seja dever de todo cidadão.
Agora o que é inaceitável é a atitude permissiva e pouco ponderada como a Câmara Municipal tem encarado este assunto durante os últimos cinco anos, atirando a responsabilidade para a ERSUC.
Numa abordagem que fiz ao responsável Municipal em questão, disse-me que não há memória da última data em foi realizada a limpeza e desinfecção a contentores do lixo na Praia de Mira. Nestes termos não será de todo, difícil de imaginar a imundice que tais equipamentos representam para a saúde pública.
No entanto, já este ano apresentei uma proposta para o problema que me parece ser a mais adequada. Essa estratégia já se confirmou noutros locais, ser eficiente para criação de hábitos e procedimentos. Isto claro, para além de chamar à responsabilidade da ERSUC, pelos maus serviços prestados e que são pagos pelo município.
Estou convencido que as coisas vão melhorar...aliás, têm mesmo que melhorar em termos ambientais e de saúde pública!

Um abraço