segunda-feira, setembro 15, 2008

Mira a mexer...


Escrever sobre aquilo que se gosta é muito difícil. Conclui um dia que nunca poderia escrever sobre a terra onde nasci por causa dessa proximidade: tudo o que dissesse viria inevitavelmente impregnado de paixão, dessa mundana afeição própria das coisas vivas que ao relacionar-se se transformam, quase sempre sem o desperdício de terem de se explicar, dizendo-se.

Mas se a razão prática me adverte que a possibilidade de conhecermos um objecto depende da nossa capacidade para nos distanciarmos dele, então obedecendo-lhe terei de me socorrer de uma outra razão, talvez estética, para poder falar daquilo que gosto. E é por aí unicamente que seguirei!Talvez ao contrário do que alguns possam pensar, não rejubilo de forma alguma ao escrever este texto. No entanto penso que é altura de dar uma palavra de conforto, de fazer um justo elogio a este executivo municipal. Estão finalmente à vista todas as obras anunciadas, faltando ainda algumas que em breve estarão no terreno.

Tendo em conta que este é um momento, em que se estão a tomar decisões importantes para o nosso concelho e que várias são as opiniões publicamente manifestadas, com pontos de vista e interesses distintos. Mira encontra-se num momento determinante para definir e decidir as linhas de desenvolvimento sustentável, essenciais quanto ao seu futuro. Ficou provado que as coisas bem sustentadas em planos e bem negociadas, com maior ou menor grau de dificuldade, são quase sempre possíveis.

O grande desafio deste executivo foi saber reivindicar e inovar, procurando o progresso para assumir o futuro.É natural que as sociedades progridam e que essa ideia de progresso tenha reflexos na melhoria da qualidade de vida das pessoas, o que não é natural é que algumas vezes essa ideia de progresso seja mascarada com meras representações de atributos demagógicos.Ao longo dos tempos tenho verificado que é muito difícil, quase impossível, contentar alguns “iluminados da nossa política”, que criticam porque se faz ou porque não se faz.

Têm proferido discursos que me chegam a causar angústia. Receio que o problema, se problema, podemos chamar, resida numa deformação genética, que apenas lhes permitem ver a mediocridade, e obsta a que encontrem algo de positivo e digno de elogios. Com especialistas destes estaríamos irremediavelmente condenados a não passar da cepa- torta!As políticas não se avaliam por palavras, mas sim por obras que se conseguem realmente realizar.

Embora contra a vontade de alguns senhores, Mira começa realmente a mexer! Os resultados obtidos são bem claros, só não os vê quem não quer. No entanto, estou consciente que ainda há um longo caminho a percorrer, em termos de desenvolvimento sustentável, que possam construir e desenhar os caminhos verdadeiros e credíveis para o nosso Concelho.


(Carlos Monteiro)