sexta-feira, janeiro 11, 2008

Campo de Tiro e mais saneamento


CAMPO DE TIRO E SANEAMENTO BÁSICO EM MIRA
A Câmara Municipal de Mira decidiu, na sua reunião ordinária de 10 de Janeiro, abrir concurso para a construção do campo de tiro e para o saneamento entre o Casal Sobreiro e Portomar.


O Campo de Tiro será localizado na área do Plano Geral da Urbanização da Praia e Lagoa de Mira, mais propriamente dito, na Mata Florestal.
Este novo equipamento, que vai permitir a realização de provas nacionais e internacionais, vai ter quatro pranchas de tiro e quatro fossos olímpicos de lançamento.
Será ainda equipado com sistema de insonorização nas zonas de tiro e criação de barreiras acústicas naturais de forma a reduzir os ruídos normais da prática desta modalidade desportiva.
Os resíduos e desperdícios provenientes da realização destas provas serão recuperados por um sistema que está projectado na nova instalação desportiva.

"Esta modalidade de Desporto, teve a sua primeira aparição nos Jogos Pan-americanos: 1951. O uso de armas de fogo em práticas desportivas começou no século XIX. Os primeiros registos dão conta de competições na Suécia e, rapidamente, o resto da Europa e do mundo aderiu à modalidade. O tiro actualmente tem quatro categorias: pistola, carabina, tiro ao prato e alvo móvel. Ao todo, são 17 provas. Nas categorias pistola, alvo móvel e carabina, os atiradores tem por objetivo acertar um alvo que está dividido em círculos concêntricos, cada uma valendo uma pontuação diferente. Quem somar mais pontos vence. Em caso de empate, os últimos dez tiros são o primeiro critério-desempate e assim se segue até que se encontre um vencedor. Nas finais, os casos de empate são decididos com séries extras de tiros. No tiro aos prato (skeet e fossa) o atleta tem de acertar o alvo de modo a quebrar-lhe um pedaço visível. Cada prato acertado vale um ponto. Quem somar mais pontos ganha. Os casos de empate são decididos em séries extras de tiros."
O saneamento do Casal Sobreiro destina-se principalmente a ligar os ramais já existentes das localidades de Presa, Cabeço, Casal Sobreiro, Portomar à Lagoa, ou seja, à SIMria.
Esta nova obra, essencial na estrutura global do saneamento do concelho, está orçamentada em 300 mil euros.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Mar cruel leva pescador de Mira

Pescador de 39 anos, natural e residente na Praia de Mira, está desaparecido desde o início da manhã de ontem.
João Manuel Rodrigues Damas, também conhecido por “Juca Catana”, tinha partido para França, no passado dia 2, para mais uma jornada de trabalho no mar, depois de ter passado o Natal em família.

Ontem, ao início da tarde, o ambiente era de grande dor e consternação na praia. Ninguém queria acreditar que o marido e pai de duas meninas – uma de 11 anos e outra de 14 meses – era um dos portugueses vítimas do naufrágio da embarcação “Petit Jolie”, que naufragou ontem a cerca de 50 quilómetros das ilhas Virgem, junto à costa francesa, com três portugueses e quatro franceses a bordo.Junto à casa dos pais do pescador desaparecido, a reportagem do DIÁRIO AS BEIRAS encontrou muitos amigos e familiares que lamentavam o desaparecimento do filho da terra que partiu, há alguns anos, em busca de uma vida melhor.


Consternado com o desaparecimento do pescador, Simão Marques, cunhado da vítima, também anda no mar, fora do país, há 10 anos. “Aqui o trabalho no mar não compensa, e já tenho levado muitas pessoas, pois lá ganha-se três a quatro vezes mais do que aqui”, disse Simão Marques, como que a explicar o facto do seu familiar também ter ido para fora. Com os olhos marejados de lágrimas, lembrou que as condições de trabalho, no estrangeiro, em França, “são melhores, pois tratam-se de empresas que têm tudo e onde há muito rigor”, quer em termos de “seguros e sistemas de salva vidas”. Contudo, e como parece ter sucedido com o naufrágio da embarcação onde seguia o seu cunhado, “às vezes isso não chega, porque é tudo muito rápido”. Os arrastões – “embora digam que são traineiras” – em que trabalha, à semelhança de outras pessoas da praia, permitem “ganhar bem”, apesar do “muito trabalho”. Com um mar mau “normalmente entre os meses de Novembro a Março”, Simão Marques afirma que se “não fossem os portugueses, os barcos franceses estavam parados”. Lembrando que “ninguém sabe ao certo o que aconteceu”, Simão Marques notou que a embarcação pode “ter sido abalroada”, uma vez que “nesta altura do ano o mar está bravo”.

O pescador explicou que está neste momento em casa porque a jornada de trabalho “é de 24 dias no mar e 14 a descansar” e por isso veio a casa no Ano Novo. Mesmo não trabalhando para a mesma empresa, “os horários são semelhantes” e enquanto se anda no mar “só se vem a terra para descarregar” o pescado.Junto à habitação do cunhado, Simão Marques lembrava que o seu familiar “tinha comprado a casa há dois anos” e foi para França “porque lá o ordenado é muito melhor”.

Embora a vítima esteja dada como desaparecida, as possibilidades de sobreviver são escassas e são poucos os que acreditam num milagres. “O mar está muito agitado e a água deve estar com dois graus de temperatura”, explicou. “Tenho lá sete sobrinhos”Junto da casa dos pais da vítima estava Albertino Damas. Tio de João Damas e irmão do pai do pescador, recordou os tempos em que também andou no mar. Agora, desde há alguns anos, a sua vida é passada na Praia de Mira, perto do mar mas fora dele. Salientando que soube da notícia “bem cedo pela televisão”, Albertino Damas pensou logo “nos sete sobrinhos que lá andam no mar”. Embora o jovem pescador esteja dado como desaparecido “nem a família sabe muita coisa” sobre o que passou e o que se está a passar. Aliás, nesta altura em que apenas há a certeza do desaparecimento, a família e amigos aguardam pelas notícias vindas de França, apesar de na comunidade piscatória este desaparecimento ser considerado uma morte, já que as possibilidades de sobreviver são escassas. Recorde-se que para além do pescador desaparecido, os outros dois, vítimas do naufrágio, são provenientes das Caxinas, um dos quais já foi resgatado com vida. A embarcação “Petit Jolie” naufragou com três marinheiros portugueses e quatro franceses a bordo. O balanço das operações de salvamento é dois mortos, um sobrevivente e quatro desaparecidos.
Câmara Municipal está solidária“É uma grande tristeza, estamos todos muito tristes e a câmara vai apoiar a família em tudo o que for necessário”. As palavras são de João Reigota que salientou ao DIÁRIO AS BEIRAS que a autarquia mirense “está solidária e caso a família do pescador se desloque a França vai ter todo o apoio”. Salientando uma “grande incapacidade” em relação à situação vivida, uma vez que a mesma se verificou fora do país e a informação “é escassa”, o edil sublinhou: “o ideal era conseguir recuperar a vida do jovem”. Sem saber o que sucedeu e lembrando já ter contactado a Secretaria de Estado das Comunidades para obter mais informações, Reigota destacou que estes acidentes no mar “têm sido uma tragédia” e são “um drama da região e da praia”. A autarquia vai fazer “tudo o que for necessário e possível para ajudar”, concluiu.
(as Beiras)