sexta-feira, agosto 28, 2009

Destruição de cartaz agita ambiente eleitoral em Mira

PS diz que acusações são "falsas e inqualificáveis"

Destruição de cartaz agita
ambiente eleitoral em Mira


Candidato à Junta de Carapelhos pelo PSD apresentou queixa na GNR contra o presidente
da câmara, João Reigota, do PS, e garante que vai “até às últimas consequências”
O PSD de Mira, cujo cabeça-de-lista às eleições autárquicas é Rocha de Almeida, acusa o candidato do PS e actual presidente da autarquia, João Reigota, de calúnia e tentativa de agressão a um candidato social-democrata. Tudo terá acontecido na noite de segunda-feira, na localidade de Casal de S. Tomé, na presença da GNR. A queixa já foi apresentada e vai seguir para o Ministério Público.

Andava uma equipa da candidatura do PSD a colocar as estruturas metálicas para a propaganda em Casal de S. Tomé quando a situação aconteceu. Os oito elementos do PSD, diz um comunicado da candidatura social-democrata de Mira, «foram abordados, insultados e ameaçados pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Mira, Dr. João Reigota, e pelo seu filho, Francisco Reigota». Entre esses elementos encontrava-se Gabriel Pinho, o candidato social-democrata à Junta de Freguesia de Carapelhos, que, ao Diário de Coimbra, se mostrou «pasmado» com a situação. E relatando os acontecimentos, contou que quando andavam a colocar as estruturas, cerca das 23h00, apareceu a GNR chamada por alguém. Vendo que nada de anormal se passava, os militares estavam para ir embora, até que chega o filho do presidente da Câmara e, pouco depois, o próprio presidente, acompanhado pelo advogado da autarquia, no carro da Câmara. «Chamou-nos porcos, escumalha, disse que nos partia a todos», relatou Gabriel Pinho, considerando inaceitável a postura do candidato e presidente da autarquia, assim como a do filho do candidato, que também diz ter insultado os elementos da comitiva do PSD.
Na origem dos insultos estará um cartaz do PS junto à Câmara que apareceu cortado, mas Gabriel Pinho garante que o PSD nada tem a ver com o incidente.
«O presidente da Câmara disse asneiras de todo o tamanho. Ficou tudo pasmado», conta ainda, afirmando mesmo que se não fosse a intervenção da GNR teria havido agressão física. «Em 33 anos em campanha não me lembro de coisa igual», disse ainda o candidato à Junta de Carapelhos, que já apresentou queixa, que fonte da GNR confirmou, que vai agora seguir para o Ministério Público. «Vou até às últimas consequências», garante.

O candidato do PSD, Rocha de Almeida, prefere não tecer grandes comentários à situação, mas mostra-se tranquilo com o seu desfecho, uma vez que na altura dois elementos da GNR presenciaram todos os acontecimentos. Diz, contudo, ser «lamentável» a situação, assim como a destruição do cartaz do PS, tenha ela sido feita por quem for. «É uma vergonha para o concelho. São acontecimentos que nos desprestigiam», considera ainda Rocha de Almeida.

PS fala em acusações
“falsas e inqualificáveis”
A candidatura do PS, em comunicado, afirma que «são falsas e inqualificáveis as acusações imputadas a João Reigota, que apenas mostrou a sua indignação perante a destruição da sua campanha». Mais, acusa o candidato à Junta de Carapelhos de destruição dos cartazes, «um em frente à Câmara de Mira e outro roubado em Carromeu».

«Em Mira todos conhecem João Reigota e todos conhecem igualmente Gabriel Pinho, sendo este último useiro e vezeiro neste tipo de atitudes provocatórias, difamatórias e atentatórias ao bom nome das pessoas», afirma ainda o comunicado da candidatura de Reigota, classificando de «comportamento baixíssimo» a atitude de Gabriel Pinho. E também o PS irá apresentar, «oportunamente, as respectivas queixas crimes no tribunal».

A Rocha de Almeida também são dirigidas críticas, nomeadamente a de ter deixado o concelho há 16 anos «de forma miserável», aparecendo agora a «promover o divisionismo e a destruição».