terça-feira, junho 19, 2007

Antonio Salgado comandante da capitania de Aveiro


O lisboeta Augusto António Alves Salgado, de 42 anos, é desde Maio de 2006 o comandante da Capitania do porto de Aveiro, responsável por 70 quilómetros de costa, entre Ovar e Mira, e 110 quilómetros quadrados de Ria. Mestre em História dos Descobrimentos perspectiva a época balnear que começou a 1 de Junho e fala das actividades de fiscalização que a Capitania exerce na região


A época balnear começou no início do mês e a Marinha anunciou um reforço de meios. Esse aumento também se fez sentir em Aveiro? No espaço de jurisdição da Capitania do porto de Aveiro não houve esse reforço. Considero que estamos bem apetrechados, quer ao nível do Instituto de Socorros a Náufragos – com lanchas, salva-vidas e motas de água –, quer ao nível das corporações de bombeiros que nos auxiliam e das associações de nadadores-salvadores que colaboram com a Capitania. Há pontualmente uma situação com os bombeiros de Vagos, dado que a embarcação que tinha sido cedida foi abatida porque já estava obsoleta, mas será substituída o mais brevemente possível. A área de actuação da Capitania vai de Maceda a Mira, mas apenas cinco quilómetros dispõem de vigilância de nadadores-salvadores. Quantos nadadores-salvadores actuam nessa área? Não tenho essa informação, porque os concessionários têm de ter dois nadadores-salvadores. Este ano, num esforço de preparação da época balnear, fizemos reuniões com eles, com as câmaras, com bombeiros e concessionários, de modo a garantir que tínhamos uma cobertura eficaz dessas zonas concessionadas, além de nos estendermos um bocadinho para zonas que não o são. É o caso, por exemplo, do Furadouro, em que há um espaço no meio de duas zonas concessionadas em que havia um buraco com falta de vigilância – nós, em contacto com os concessionários, acordámos estender os nadadores-salvadores para garantir que não há espaços vazios numa zona muito utilizada. Mas 65 quilómetros sem vigilância não é preocupante? É por um lado, mas por outro não tanto, porque as zonas concessionadas é onde há maior afluência de banhistas. Tem pouco significado o número de banhistas que utilizam as praias não concessionadas. Considera que existe uma cultura de responsabilidade e prudência entre os banhistas? Há situações de falta de prudência. Infelizmente esta época balnear começou mal porque já tivemos uma morte na zona da praia de Mira. A informação que tenho é que o indivíduo teria estado a comer e foi para a água, numa zona não vigiada. As pessoas têm de ter cuidados. A segurança passa acima de tudo pelos comportamentos que os próprios banhistas adoptam na praia... Não diria a 100 por cento, mas quase. Como é que se mudam as mentalidades? Da experiência que houve o ano passado com a entrada em vigor da nova legislação – que permite coimar quer os banhistas, quer os nadadores-salvadores, quer os concessionários –, a informação que tenho dos nadadores-salvadores é que há uma resposta mais célere dos banhistas. No ano passado o resultado foi positivo, porque por norma as pessoas cumpriram as orientações dadas pelos nadadores-salvadores – só tivemos três situações em que houve necessidade de coimar banhistas. Que situações foram essas? Houve uma situação de bandeira amarela em que a pessoa insistiu em nadar. Houve outra situação em que estava bandeira encarnada e o banhista foi avisado para não ir, mas foi e teve de ser socorrido, colocando em risco a sua vida e a do nadador-salvador que o foi buscar. E quando saiu ainda foi pouco delicado com o nadador-salvador. Qual o valor das coimas? Entre 55 e 550 euros.
(DA/A.fm)

segunda-feira, junho 18, 2007

FESTAS de S.Tomé com orçamento de 100.000 euros

O programa geral das Festas de S. Tomé 2007 já é conhecido, as festas vão decorrer de 20 a 25 de Julho , com entradas livres e o recinto das festas será na Avenida Principal da Vila, que por esta altura será cortada ao trânsito.

“O orçamento para as festas deste ano, disse a Organização, embora ainda nada de concreto porque faltam ainda muitos dados, ronda os 100 000 euros.Só para a contratação dos artistas vão ser despendidos cerca de 71 000 Euros.” (VM)
Segundo a vereadora Sandra Pereira, pretende – se “manter e valorizar tradições seculares marcantes do imaginário colectivo da região”, assim como “dar a conhecer a realidade e potencialidades do concelho”. Com abertura prevista para as 17H00 do dia 20 de Julho, as festas de São Tomé “pretendem abranger diferentes perspectivas”, indo ao encontro de “de todas as faixas etárias” agradando todos “os gostos da população”(JG)

Os nomes dos artistas mais sonantes são o André Sardet e o Anjos, que actuam na noite do dia 21. André Sardet actua na noite do dia 24, na noite do dia 22 actuará o grupo de percussão Be-dom,e na noite do dia 23 actua outro artista já bem conhecido dos mirenses: João Gentil.
O Jardim Municipal de Mira vai ter cerca de 30 expositores, com os mais diferentes produtos e ainda tasquinhas gastronómicas e bares com animação diversa . Contando com a presença de vários grupos musicais, as festas possuem também um programa de animação diversificada desde o Jazz ao Samba passando pela música popular.
Na parte religiosa, visto que também se festeja o padroeiro da Vila de Mira, destaque para a Procissão da Velas do Casal de S. Tomé para a Igreja Matriz de Mira, na noite de 24 e no seguinte, dia 25 pelas, 17 horas, a Procissão de São Tomé. Também haverá, claro está, os "t´picos" bailes (Banda GTI; Sproud; The Polk; Sub 21; Axé Brasil; TV5). Para além disso um encontro de Coros, um concerto de Bandas Filarmónicas, a Benção dos Romeiros, e o espectáculo de fogo de artificio.
A Reconstituição de uma Feira Medieval, pela Secção de Teatro da ACR do Seixo, é um dos pontos culturais a ter em conta na edição de 2007 das Festas de S. Tomé.

terça-feira, junho 12, 2007

Pescanova terá impacto ambiental de "escala reduzida"


Unidade de aquicultura da Pescanova terá impacto ambiental de "escala reduzida"

O estudo de impacto ambiental (EIA) do projecto de aquicultura da Pescanova para Mira, que se encontra em discussão pública, conclui que "os impactes sobre a flora e habitats classificados apresentam uma escala reduzida".
Apesar da localização se situar no perímetro florestal das Dunas de Mira, integradas em Reserva Ecológica Nacional (REN), e pertencer ao Sítio de Interesse Comunitário da Rede Natura 2000 denominado "Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas", o EIA realça que apenas uma ínfima parte será ocupada, correspondendo aproximadamente a um por cento do Sítio.
O Estudo de Impacto Ambiental refere que a zona é caracterizada por uma paisagem dunar maioritariamente revestida de pinheiro-bravo, concluindo que "os impactes sobre a flora, comunidades vegetais e habitats classificados apresentam uma escala reduzida".
Nas medidas de minimização propostas, o EIA salienta que a construção terá de passar por um processo de desafectação do terreno da REN e recomenda o controlo rigoroso da instalação das tubagens dos emissários, evitando derrames ou descargas e a monitorização da zona de influência de descarga do emissário submarino.
Na fase de exploração prevê-se vários tipos de resíduos e afluentes, nomeadamente efluentes domésticos, descarga de água salgada e resíduos derivados de operação da unidade.
Nestes incluem-se resíduos alimentares e da mortalidade dos peixes, para a qual se prevê uma taxa de cinco por cento, correspondendo a 350 toneladas anuais.
Quanto aos resíduos alimentares, o EIA conclui que serão reduzidos parcialmente no decantador, afirmando-se que a carga orgânica que chega ao mar será inferior ao valor absoluto de entrada.
Sobre os resíduos da mortalidade de peixes, garante-se que serão estabilizados em silos de cal viva e recolhidos com frequência por empresa autorizada.
A possibilidade da emissão de odores é posta de parte, com a justificação de que os animais não serão processados na instalação.
O estudo conclui que a água subterrânea proveniente do Aquífero Arenoso e Dunar não é alterada pelo projecto e, embora não considere significativa a componente superficial aportada por uma vala artificial existente, a vala das Dunas, propõe como medida mitigadora o desvio da mesma, para contornar a instalação aquícola pelo lado Este.
O empreendimento da Acuinova - Actividades Piscícolas, SA, filial da Pescanova, envolve um investimento global de cerca de 140 milhões de euros, a realizar em duas fases durante os próximos quatro anos.
Ficará localizado a Sul da povoação da praia de Mira, a cerca de 500 metros da linha da costa, e o Estudo de Impacto Ambiental incide sobre a unidade de produção aquícola, uma fábrica de processamento de pescado e a estrada de acesso, numa extensão aproximada de 1.300 metros.
A escolha de Mira para a localização do projecto é justificada pela boa qualidade das águas e temperaturas adequadas, com potencialidades de crescimento de algumas espécies, como o caso do pregado.
Uma das vantagens apontadas ao empreendimento, que prevê a produção de 7.000 toneladas anuais de pregado, é a do aumento da produção nacional em espécies de aquicultura, duplicando a actual produção.
A Pescanova prevê para a nova unidade uma incidência directa de mão-de-obra de cerca de 208 trabalhadores, 20 por cento dos quais correspondem a emprego qualificado.
Nas instalações de Mira serão recepcionados peixes ainda jovens, os "alevins", adquiridos a empresas do Grupo Pescanova da Galiza, que serão transportados para Mira de camião, onde irão engordar ao longo de dois anos, para depois serem processados e embalados.
Os alevins criados são transferidos para tanques de pré-engorda e engorda, a construir no local, alimentados por água do mar que será captada por dois emissários com um comprimento de 3.253 metros.
Os dois emissários de captação encaminham os caudais da água do mar, que passam por processos de filtragem, desarenagem e oxigenação.
A descarga de água dos tanques será feita através de uma rede enterrada que desagua em decantadores, estando projectados dois exutores de descarga com o mesmo comprimento dos emissários de captação.
Além da água captada e circulada pelos tanques, o caudal transporta restos orgânicos e restos da ração, águas pluviais, água doce e produtos de limpeza.
Para abastecer os edifícios, a câmara de Mira construirá uma linha de abastecimento de água e a rede de saneamento será ligada à rede pública do sistema intermunicipal de efluentes domésticos explorado pela SIMRIA.
O terreno possui uma área total superior a dois mil metros quadrados, mas a exploração só vai ocupar 22 por cento da área, correspondendo a uma exigência do Plano Director Municipal de Mira.
A área do lote não ocupada será gerida pela Direcção Geral dos Recursos Florestais, conforme acordo estabelecido entre aquela entidade e a Acuinova.
Pelo mesmo acordo, caberá à Direcção Geral dos Recursos Florestais encaminhar e valorizar os resíduos provenientes da desmatação, dado o seu valor económico.
Na fase de construção estima-se um movimento gerado de cerca de 613 camiões por semana, na fase inicial, que será reduzido para 248 camiões semanais numa segunda fase. Uma vez concluída a exploração, a unidade de aquicultura deverá movimentar cerca de 24 camiões e 150 veículos ligeiros por dia.
Em termos de acessos, está projectada uma nova estrada entre a rotunda "do guarda fiscal" e a instalação, contando-se que já esteja concluída quando entrar em funcionamento a variante Sul à A17, cujas obras estão no início.
(in. Gandara Press)