sexta-feira, maio 25, 2007

Praia de Mira... e também Poço da Cruz com Bandeira AZUL


A praia de Mira foi mais uma vez galardoada com a Bandeira AZUL, mas este ano o orgulho e a satisfação dos Mirenses é redobrado, pois para além da praia de Mira, também a praia do Poço da Cruz teve direito a receber a tão desejada bandeira.
É com muito orgulho que, desde o lançamento da primeira iniciativa da Bandeira AZUL, a Praia de Mira iça mais uma vez o referido galardão para as melhores praias.

Contudo, a Associação da Bandeira Azul atribuiu, este ano, menos 15 destinções que em 2006, autorizando 189 praias a içarem a referida bandeira. A região centro tem no seu todo motivos de satisfação, pois há mais tres bandeiras azuis”. O centro ganhou três novas bandeiras face a 2006, ficando com um total de 20, uma vez que registou quatro novos galardões – Aldeia Viçosa (Aldeia Viçosa), Poço da Cruz (Mira), Louçainha (Penela) e Carvoeiro (Mação), mas perdeu o galardão na praia Costa Lavos (Figueira da Foz). As 120 praias com Bandeira Azul da região centro estão espalhadas pelos seguintes concelhos: Figueira da Foz, Quiaios, Relógio, Cova Gala e Leirosa. Ovar: Esmoriz, Cortegaça, Furadouro. Murtosa, Torreira. Aveiro, São Jacinto. Junta de Freguesia Aldeia Viçosa, Aldeia Viçosa. Ílhavo, Barra e Costa Nova. Vagos, Vagueira. Mira, Poço da Cruz, Mira. Cantanhede, Tocha. Penela, Louçainha. Figueiró dos Vinhos, Ana de Aviz. Pombal, Osso da Baleia. Mação, Carvoeiro.
Apesar desta diminuição José Archer, presidente da associação Bandeira Azul Portugal, considera que "Não é preocupante esta descida, tendo em conta que Portugal continua a ser um dos países da Europa do sul com mais bandeiras e que a maioria das bandeiras que se perdem este ano se justificam com falta de candidaturas das autarquias e não por falta da qualidade de água".

Mas o que é afinal este galardão?
Este galardão representa um símbolo de qualidade ambiental atribuído anualmente pela Comissão Europeia da Bandeira Azul às praias que se candidatam e que cumpram um conjunto de critérios. Para as praias são considerados 27 critérios, dos quais, 22 são imperativos abrangendo três tópicos gerais interdependentes, dos quais se apresentam alguns exemplos:
Qualidade da água
Cumprimento de todas as normas e legislação (1º critério para atribuição da bandeira azul);
Ausência absoluta de descargas de águas residuais industriais ou urbanas na área da praia;
Existência de planos de emergência, locais ou regionais, relativamente a acidentes de poluição na praia.
Informação e educação ambiental
Existência de mecanismos para aviso da população em tempo útil, em caso da alteração da situação de qualidade;
Realização de actividades de educação e a existência de um centro de interpretação ambiental ou estrutura similar;
Afixação pública das normas de conduta da praia, informação actualizada sobre qualidade da água e os contactos dos responsáveis pela campanha ao nível local, nacional e europeu.
Gestão ambiental e equipamentos
Existência de recipientes próprios para lixo;
Existência de um plano de ordenamento para a zona costeira;
Existência de acesso seguro à praia.

Praia do Poço da Cruz - Mira; Breve Caracterização e informações gerais

Acesso pela estrada: Sim, Distância da estrada: 0 metros, Parque de estacionamento: Sim, Praia marítima, Areia branca; Bandeira azul: Sim; Surf: Sim; Windsurf: Sim; Temperatura média da água no Verão: 16 Temperatura média da água no Inverno: 14; Praia vigiada/sinalizada = Sim; Nadador-salvador: Sim; Embarcações de patrulha: Não; Postos de vigia: Sim; Praia vigiada por capitania: Sim; Cafés na praia: Sim, Cafés na estrada: sim, Cabines de madeira: Não, Cabines de lona: Sim; Guarda-sóis: Sim; Aluguer de cadeiras: Sim; Voleibol: Sim.


João Luís Pinho

terça-feira, maio 22, 2007

Fumo branco para Pescanova, negro para Rede Natura


O Instituto do Ambiente aprovou o estudo de impacto ambiental efectuado pela Pescanova para a construção de uma unidade de produção de peixe em aquacultura em Mira.


A unidade, que representa um investimento de 200 milhões de euros, terá uma extensão de 82 hectares, devendo gerar 200 postos de trabalho.


"Segundo avança a agência Efe, citando fontes, o Instituto adianta que "vai ser dada a autorização - preliminar - ao estudo de impacto ambiental (EIA), sendo ainda necessários alguns esclarecimentos, pequenas dúvidas sobre o projecto e a sua influência na zona costeira".No entanto, nenhum dos pedidos que a empresa terá de responder vão impedir que seja dada 'luz verde' ao projecto que ficará situado em Mira, acrescentam as mesma fontes.Segundo o Instituto do Ambiente (IA), as dúvidas levantadas sobre o projecto são "normais", e os esclarecimentos podem ser apresentados sem a necessidade de suspender o prazo previsto pela legislação portuguesa para estes casos, sublinha o IA. A unidade deverá atingir uma produção anual de 7000 toneladas de peixe em aquacultura, convertendo-se no maior centro deste tipo de produção do mundo.O IA espera que o estudo de impacto ambiental esteja concluído até ao próximo dia 21 de Agosto.Durante a próxima semana deverá iniciar-se a consulta pública do estudo, altura em que "o público poderá estudar a documentação e apresentar as questões que considerem oportunas".


Parece pois que a Rede Natura não é impedimento, havendo mesmo quem afirme que a REDE Natura esta condenada.
A bióloga Helena de Freitas afirmou que a Rede Natura 2000 está condenada e que, em Portugal, o Ministério da Agricultura merece «mais confiança» no processo de conservação da natureza do que o Ministério do Ambiente.
A especialista pronunciou-se a propósito da polémica sobre a localização da unidade de aquacultura da Pescanova na zona de Rede Natura de Mira. Foi o Ministério da Agricultura que condicionou o processo à realização de uma Avaliação de Impacte Ambiental e ao parecer favorável das autoridades nacionais competentes.
«A postura do Ministério da Agricultura deixa-me satisfeita, por vir dizer que muda a localização se essa for a indicação do estudo de impacte ambiental. Em matéria de conservação da natureza, tenho mais confiança neste ministério do que no do Ambiente», afirmou Helena de Freitas.
A Rede Natura, que abrange um quinto do território português, «já tem cerca de 20 anos e, hoje, existem mudanças profundas que deveriam ser contempladas. A Rede Natura é um processo condenado», cita a RTP. A bióloga considera que a Rede Natura é «uma ideia feliz», mas «perdeu toda a base de sustentação» quando se definiu que seria um instrumento controlado ao nível europeu. «Os estados-membros abdicaram da sua responsabilidade para a Comissão Europeia. Seria importante lembrar que a biodiversidade é património de cada país. Nos últimos anos, a desresponsabilização do Instituto da Conservação da Natureza [ICN] é óbvia», considerou Helena de Freitas."

(JLP/Fonte RTP

segunda-feira, maio 14, 2007

à espreita...

Não sei se por brincadeira, se com outro qualquer intuito menos nobre, ou se por pura vontade de modificar o estado actual das coisas das terras de Mira, o que é certo é que surgiu na web um blog de apoio a uma eventual candidatura à CM Mira em 2009. Tal como surgiu no DC aqui ficam alguns excertos dessa noticia.
"Blogue apela à candidatura de autarca da Tocha à Câmara de Mira, Movimento nasceu em Mira para convencer o autarca da Tocha, Júlio Oliveira, a avançar, em 2009, com uma candidatura à Câmara Municipal. Na Net já foi “postado” um blogue a apelar ao apoio. Ninguém sabe dizer se um blogue “postado” na Net com o propósito de conseguir apoios para uma candidatura do presidente da Junta de Freguesia da Tocha, Júlio Oliveira, à Câmara Municipal de Mira, é uma brincadeira, se está a ser levado a sério, mas a verdade é que está a ser criado um movimento nesse sentido.Intitulado “O blogue dos que querem que Júlio avance”, no seu primeiro post, assinado com o pseudónimo “Mirão”, os apoiantes desta causa explicam o porquê da iniciativa, afirmando na blogosfera que é do conhecimento de todos que Mira é um concelho que tem tudo para dar certo, que tem tudo para crescer e desenvolver-se, «mas que não anda!».Dizem os apoiantes deste hipotético movimento, que os homens que têm passado ao longo dos tempos «pelo cadeirão da Praça da República» têm estado mais preocupados em garantir «a sua próxima reeleição» do que naquilo que é essencial, e que tanto o PSD como o PS «não têm feito o que devem» para levar o barco a bom porto, sendo, assim, «ambos culpados da pasmaceira em que vamos vivendo».Daí que este blogue sirva, frisa o texto assinado por “Mirão”, provar que Júlio Oliveira, actualmente presidente da Junta de Freguesia da Tocha, «é o homem certo para tirar Mira do marasmo, para colocar Mira no mapa».«É nosso dever – acentua o texto – convencer Júlio Oliveira a avançar. É nosso propósito conseguir que o povo mirense entenda que ele é mesmo o homem certo para dar a volta a Mira».
O autarca da Tocha mostrou-se, inicialmente, surpreso com tal movimento, afirmando não saber de nada.«Não tenho conhecimento desse blogue e, sinceramente, ninguém falou comigo nesse sentido. Por isso não posso pronunciar-me sobre isso», referiu. Numa espécie de “back up” à sua memória, Júlio Oliveira recordou-se que, «há uns anos, pessoas de Mira que vêem à feira da Tocha, já me tinham dito que eu era um bom presidente para Mira, mas – disse o autarca – nunca levei isso a sério». Este democrata-cristão, a presidir a Junta da Tocha há mais de 25 anos, mesmo dizendo que não lhe passa pela cabeça «uma situação destas», sempre foi afirmando não poder dizer que «desta água não beberei». Ou seja: «A dois anos de distância não posso dizer nada…».A afirmação do autarca levou o nosso Jornal a questioná-lo sobre se sentiria com capacidades para gerir um concelho como Mira, e a resposta foi arrebatadora: «Tenho capacidades, sim senhor!"(inDC.05/07)


A situação deste concelho não é diferente à de muitos por este Portugal fora. Com uma populaçao não muito numerosa (13144 hab.2004) e onde a economia ao longo dos ultimos pouco tem progredido, ressalvando algumas situações pontuais. Mira surge contudo como um concelho apetecivel para muitos. Proximidade relativamente ao mar e a 3 grandes centros urbanos (Aveiro, Coimbra e Fig, Foz), surgem como uma mais valia para especuladores imobiliarios e outros investidores (vg, espanhois da Pescanova, suecos do Miravillas, etc). E apesar do rol de criticas com que muitos brindam constantemente os nossos autarcas (alguns repetentes no cargo) a situação actual das nossas terras não é tao problemática como alguns teimam pintar, certo que também não é tempo de repousar à sombra de um qualquer arvore (faltam nos bananeiras , mas sobram nos acácias...). Curioso é também verificar que enquanto não surgem eleições locais, toda a actividade politica, de onde brotam (melhor, deveriam brotar...) ideias, estrategias e métodos de trabalho, está em "stand by". Nem a Praia de Mira, à beira de uma nova epoca balnear, escapa a esta letargia generalizada.


Por Mira parece que ninguem se "descose", o rumor quanto a esta pertença candidatura vai circulando por entre mesas de café e alguns risos à mistura, enquanto que pelos paços do concelho os responsáveis pela gestão autarquica, atarefados com as suas lides, não se coibem contudo de esboçar algum sorriso, e ainda bem, pois para além de saudável (o riso claro está) demonstra sentido de humor dos nossos autarcas. O que hoje em dia é muito util para qualquer governante...

João Luís Pinho

sexta-feira, maio 04, 2007

Reflexão

Reflexão
A nossa qualidade de vida está directamente ligada ao meio ambiente. Quanto mais investirmos na sua conservação, mais estaremos a investir em nós mesmos e no futuro dos nossos filhos.
A preocupação pelo meio ambiente, tem mostrado um avanço indiscutível. Não vamos aqui questionar se esse avanço é um resultado dos próprios interesses, ou se é um resultado de um maior grau de consciência da população. É possível que estes elementos tenham parte nessa responsabilidade.
Apesar desse avanço existente, vejam o estado em que se encontram os nossos recursos hídricos, as nossas matas e o ar que respiramos. Gostaríamos que aqueles que viveram neste planeta, antes de nós, tivessem deixado quantidades imensas de lixo, que contaminassem os recursos naturais e a biodiversidade da mesma forma que o fazemos? Claro que não! Então com que direito temos de agir assim? Será que poderemos olhar para os olhos de uma criança e justificar o que fizemos e continuamos a fazer todos os dias? De que estamos à espera? Onde está a nossa coragem política? Onde estão os líderes com a firmeza necessária para pedir a todos que façam um pequeno esforço, a fim de garantir o futuro dos nossos filhos e da nossa dignidade? Cada dia que adiamos a realização desse esforço, aumentam os riscos futuros. Não há desculpa para esperarmos. Temos o privilégio de viver no momento mais empolgante da história da humanidade. Pessimismo e inércia constituem uma traição imoral, pela qual as gerações futuras não nos perdoarão.
Severn Cullis, de 12 anos, falou assim quando se dirigiu a um auditório de políticos no Reino Unido.
“Vocês ensinam-nos na escola a não sermos violentos, a resolvermos as coisas com dialogo, a respeitarmos os outros, a arrumarmos o lixo que fazemos nos locais próprios, a não fazer mal a outras criaturas, a dividirmos o que temos e a não sermos gananciosos. Então, porque razão fazem as coisas, que dizem que não devemos fazer?”
Mafalda, de 10 anos, da Escola Primária Eb1 da Praia de Mira, escrevia assim no Jornal da Escola:
A Barrinha é uma das coisas mais queridas da nossa terra. Antigamente a sua água era tão limpinha que dava gosto olhar para ela. As crianças e os adultos, lá nadavam, brincavam, pescavam, as mulheres lavavam roupa, e no verão, as pessoas depois de virem da praia, lá iam retirar o sal do seu corpo.
Pois era assim a nossa Barrinha. Agora com os adubos e químicos da agricultura, com o lixo que para lá atiram...temos uma Barrinha toda poluída.
A Barrinha é a riqueza da Praia! Por isso vamos limpá-la, vamos dar-lhe vida.
Acredito que cada um destes jovens à sua maneira, está a contribuir de maneira significativa para uma profunda reflexão da nossa forma de pensar e agir. A simples disponibilidade de não se conformarem com aquilo que vêm, já sinaliza que há expectativas positivas.
Como defensor do ambiente, estes jovens são para mim, uma fonte de inspiração e de optimismo, por mais dura que a vida nos possa parecer.
Carlos Monteiro