sábado, dezembro 23, 2006

Energias renováveis


As energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação solar, que é a fonte primária de quase toda energia disponível na terra. Por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta. As formas ou manifestações mais conhecidas são: a energia solar, a energia eólica, a biomassa e a hidroenergia.
Actualmente a maior parte da energia utilizada pela humanidade provém de combustíveis fósseis – Petróleo e carvão mineral, entre outros. A vida moderna tem sido movida à custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos para se formarem. O uso desses combustíveis em larga escala tem mudado substancialmente a composição da atmosfera e o balanço térmico do Planeta, provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e o envenenamento da atmosfera e de todo o meio ambiente. As previsões dos efeitos decorrentes para um futuro próximo, são catastróficas. Alternativas como a energia nuclear, que eram apontadas como a solução definitiva, já mostraram que só podem piorar a situação. Com certeza, ou procuramos soluções limpas e ambientalmente correctas ou seremos obrigados a ter de mudar os nossos hábitos e costumes de maneira traumática.

A utilização das energias renováveis em substituição de combustíveis fósseis é uma opção viável e vantajosa. Pois, para além de serem praticamente inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar um impacto ambiental muito baixo ou quase nulo, sem afectar o balanço térmico ou a composição atmosférica do planeta. Graças aos diversos tipos de manifestações, disponibilidade de larga abrangência geográfica e das variadas possibilidades de conversão, as energias renováveis são uma excelente alternativa aos combustíveis fósseis.
Acontece que o consumo de energia em Portugal – apesar das oscilações do PIB – tem mantido nos últimos anos um firme aumento médio de 5%, sendo que no primeiro semestre de 2006 foi registado um aumento de 6,3% no consumo.A este aumento nos consumos terá obviamente de corresponder um aumento da potência a instalar, também de renováveis, para garantir a percentagem a que estamos obrigados em 2010.Actualmente estima-se que num ano hidrológico médio, a percentagem de renováveis se situe nos 21% incluindo, claro está, a fonte hídrica, pelo que nos encontramos a 18% do objectivo para 2010.O sector das energias renováveis encontra, apesar de algum dinamismo demonstrado, vários obstáculos a uma maior afirmação, fundamentalmente de ordem burocrática, à qual não será estranha a alteração de paradigma energético beliscando fortemente os interesses dos combustíveis fósseis.
Há que voltar a apostar no espírito do programa E4, em dar uma oportunidade às regiões e às autarquias para, com o mercado eléctrico liberalizado, ficarem livres das teias da burocracia, podendo desenvolver os seus projectos e ligarem à rede de baixa ou média tensão as suas unidades produtoras de electricidade de origem renovável.Com esta importante questão resolvida com base no potencial eólico do país, hídrico e solar, conjugados nas centrais de bombeio e outros modernos sistemas de acumulação de energia, o país avançará de forma decisiva para a era da economia do hidrogénio.
Todos temos de apoiar as energias alternativas. Deste apoio depende a nossa independência energética, bem-estar ambiental e social. E que ninguém duvide: O que não pagarmos hoje por energias limpas, pagaremos amanhã por petróleo associado à dependência do fornecimento, ao ambiente poluído e às roturas de abastecimento que os senhores do crude decidirem.
Ao optar-mos por energias renováveis, certamente que diminuirão os custos e os impactos, dos quais o nosso país tem péssimos quadros. Infelizmente, Portugal não tem investido muito no desenvolvimento de tecnologias de aproveitamento dessas fontes. Fica a pergunta: Até quando seremos "um país de futuro" se não investirmos nele?
Carlos Monteiro

terça-feira, dezembro 19, 2006

Reigota abandona


"O presidente da Câmara de Mira, João Reigota, apresentou a demissão do cargo de presidente do Conselho de Administração da Associação da Incubadora do Beira Atlântico Parque (AIBAP). Amanhã, em assembleia geral, os sócios maioritários da AIBAP, a Câmara de Mira e a Associação Beira Atlântico Parque, que tem sede em Cantanhede, devem indicar um substituto. Há já dez dias que João Reigota escreveu ao presidente da Assembleia Geral pedindo a demissão do cargo que ocupava na Incubadora, que é o primeiro pólo do Beira Atlântico Parque, e onde já laboram empresas na área da biotecnologia, telecomunicações e segurança alimentar.
As razões, referiu ontem o autarca ao JN, serão explicadas apenas amanhã, no encontro com os restantes órgãos. Aquele que, ainda em Novembro passado, foi classificado como um projecto de interesse público para o concelho está sem líder, mas por pouco tempo, já que, segundo o administrador delegado, Vítor Cardial, "o lugar tem que ser preenchido imediatamente porque o Conselho de Administração é um órgão tripartido que toma as decisões estratégicas fundamentais". Assim, apesar do quotidiano da AIBAP não ter ainda sido afectado pela demissão de João Reigota, as linhas de orientação, como sejam as de lançamento de projectos ou aposta em determinada área, estão amputadas porque os outros dois membros do Conselho de Administração, Victor Cardial e António Santos, "não se sentem totalmente legitimados em assumir este tipo de decisões sozinhos", sublinha o administrador delegado. Sem comentar a decisão de Reigota, Cardial sublinha que espera continuar a contar com o apoio da Câmara de Mira.
A Incubadora de Mira, que funciona provisoriamente na antiga sede da Cooperativa Agrícola, deverá inaugurar as instalações em Fevereiro de 2007. O edifício é composto por uma área de três mil metros quadrados que se distribui por 30 espaços para empresas, salas de formação, serviços administrativos, restaurante e parque de negócios."
(T.Mota/JN)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Pescanova e o Ambiente


Ambiente: Uma parte integrante da filosofia da Empresa Pescanova
Até meados do século passado, não se esperava das empresas mais do que cumprir com suas obrigações básicas: fabricar bons e confiáveis produtos a preços justos, pagar salários compatíveis aos seus funcionários e cumprir com as suas obrigações fiscais. As Empresas eram ilhas impessoais e estanques da sociedade. Felizmente hoje, as coisas mudaram muito. Agora, além de cumprirem com as suas obrigações, as Empresas estão a sair dos seus casulos, arregaçando as mangas colaborando para uma vida melhor de toda a sociedade. De facto, são pressionadas por uma nova visão do consumidor – exigente não só em relação à qualidade e ao preço do produto, mas também com a sua participação na sociedade e no meio ambiente – despertadas para a realidade do mundo que as cerca, as Empresas assumiram a sua parcela de responsabilidade para fazer a diferença no seu tempo e espaço. Foi o que se denominou de responsabilidade social. Que, em última análise, nada mais é do que não assistir impassível a uma avalanche de desafios. É não virar as costas para questões que ultrapassam os limites de uma cadeia de negócios, como as diferenças sociais, o respeito à diversidade e à preservação do meio ambiente
A preservação do meio ambiente requer mudanças de comportamento individuais e colectivas. Repensar e reconstruir as relações com a natureza são os grandes desafios que as pessoas e as empresas decidiram assumir. É impossível operar, hoje, uma empresa sem uma séria e visível preocupação ambiental.
Todos sabemos da grandeza do projecto que irá ser construído no nosso concelho, mas existem algumas dúvidas, por isso trouxe-vos aqui hoje, um recorte de uma entrevista, devidamente traduzida, de um director da Empresa Pescanova. Esta entrevista talvez venha dissipar algumas dúvidas que possam surgir sobre questões ambientais. Passo a citar:
Na Pescanova, a preservação do meio ambiente é uma filosofia presente em todas as unidades do Grupo e reflecte a sua preocupação com o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores e consumidores. É prioridade número um no desenvolvimento de produtos, nas matérias-primas, produção, entrega e disposição dos nossos produtos.
A protecção ambiental é um dos princípios de nossa gestão. Temos a certeza que a adesão a práticas de protecção ambiental representam uma contribuição importante para a nossa empresa.
Os princípios a seguir aplicam-se a todos os colaboradores da Empresa. Esses princípios demonstram que assumimos a nossa responsabilidade na sociedade, fazendo a nossa parte ao preservar o bem-estar de todos, hoje e para as gerações futuras.
Em todas as instalações fabris temos um eficiente sistema de gestão ambiental, que está sujeito a medidas de melhoria contínua. Alinhamos as nossas instalações à tecnologia de ponta. Os nossos parceiros estão incluídos nas nossas metas ambientais.
Comprometemo-nos a seguir a legislação e especificações ambientais. Auditorias ambientais realizadas periodicamente avaliam as conformidades. As exigências internas superam e vão além das regulamentações dispostas nas legislações governamentais. Avaliamos regularmente os impactos que as nossas operações causam ao meio ambiente, bem como o sucesso do sistema de gestão ambiental.
Em todas as actividades, queremos prevenir impactos danosos ao meio ambiente através de planeamento adequado e antecipado. Usamos matéria-prima e energia alternativa com economia. Não poupamos esforços em gerar o mínimo de lixo possível. A reciclagem de lixo para fins benéficos é mais importante do que seu desaparecimento. Acções ambientais adequadas atendem à redução de consumo de água, ruído e outras emissões.
Fabricamos produtos ecologicamente correctos, considerando todo o ciclo de vida útil do produto – desde o seu desenvolvimento até à sua reciclagem ou até ao seu novo uso.
Informamos regularmente os nossos colaboradores sobre as questões ambientais e mantemos programas de formação para consciencializar e fomentar um comportamento responsável em relação ao meio ambiente.
Queremos proteger os nossos colaboradores contra os perigos da saúde e prevenir danos ao meio ambiente. Para tal, implementamos medidas abrangentes de prevenção de acidentes e limitação dos efeitos danosos ao meio ambiente.
Mantemos canais abertos de comunicação com os nossos clientes. Fornecemos informação sobre os efeitos ambientais em cada local onde laboramos. Autoridades e associações recebem a nossa total cooperação.
A Administração da Empresa e todos os colaboradores estão comprometidos com esta política ambiental.
Espero muito sinceramente que assim seja...desejando que tudo corra bem!
Carlos Monteiro

terça-feira, dezembro 12, 2006

Interesse Publico na Herdade Lago Real


O executivo da Câmara Municipal de Mira aprovou com o voto de abstenção de L.Mesquita, a proposta de interesse público para o empreendimento turistico Herdade do Lago Real.
Finalmente o empresário M.R.Frade vê o seu empreendimento situado na Lagoa de Mira em boas prespectivas no que diz respeito à sua abertura, visto ter pendente sobre si um constrangimanto legal que não lhe permitiu ainda funcionar.
A proposta que o executivo de João Reigota levou a reunião não mereceu total consenso, sofreu ainda algumas alterações por sugestão da oposição social democrata.
"Localizado entre Mira e a Praia de Mira, em Lagoa, próximo de outro complexo turístico do mesmo empresário, o empreendimento está construído numa área de cerca de 40 hectares, reunida por compra de cerca de 150 parcelas de terreno. Dirigida ao sector do chamado turismo de "charme", com construções rústicas de qualidade, incluindo restaurante, hospedaria, picadeiro e um campo relvado de futebol e balneários, para além de uma extensa área de lazer, com lagos e floresta, a herdade tinha pendente embargo municipal, que considerou ilegais as construções, no entendimento de que violariam o ordenamento do território e que os licenciamentos de algumas das construções sofriam de ilegalidade.
O empresário não estaria também disposto a fazer um plano de pormenor que deveria considerar as diversas construções num único licenciamento. As diversas autorizações de construção individualizadas e o facto das infra-estruturas estarem implantadas em parcelas diferentes sustentava essa posição.
Como "primeiro passo" para que a herdade possa ter enquadramento legal e funcionar, a Câmara votou, ontem, o interesse público municipal do empreendimento. Dos sete membros do órgão, registou-se apenas uma abstenção, de uma vereadora da minoria PSD e que exerceu no mandato anterior. L. Mesquita só não votou favoravelmente como os seus pares porque não estava expresso na proposta que se tratava de um "primeiro passo" para a legalização do empreendimento. O interesse público municipal terá ainda que ser votado na AM, possibilitando depois a legalização das construções e o respectivo licenciamento para funcionar. "
(in JN-adp.)

Triângulo Dourado : Politica, Futebol e betão

Em Coimbra, o Presidente da Académica/OAF, José Eduardo Simões, foi acusado pelo Ministério Público de corrupção passiva para acto ilícito, no âmbito de um processo em que também são arguidos dois empresários ligados ao sector da construção civil, estes suspeitos da prática de corrupção activa para acto ilícito.
No Porto Pinto da Costa e Valentim Loureiro, também a braços com questões judiciais, vêem agora o seu nome nas paginas do recente livro de Carolina Salgado (ex-namorada, companheira amiga ou amante de Pinto da Costa, conforme a posição do leitor) onde esta o acusa de ser o mandante de uma tareia de foi vitima um antigo vereador da Câmara de Gondomar (Dr.Bexiga). E as ligações perigosas entre o mundo da política e do futebol não param por aqui.
“A bem da credibilidade esperava que muito disto fosse investigado e tornado público, porque isto não é o fenómeno de futebol, é o principal vértice do triângulo sujo e corrupto que é composto pelos interesses de construção civil, o Futebol e a política. Como estão os processos de Isabel Damasceno ou Fátima Felgueiras? Sim que não é só Valentim Loureiro, há mais e se houver vontade muitos mais aparecerão. Lembram-se do caso do plano de pormenor das Antas e de Nuno Cardoso, o plano que depois foi abortado e censurado por Rui Rio, que preferiu favorecer com outro plano de pormenor na zona do estádio do Bessa o Boavista F.C. Muitos outros casos se poderiam relatar, como o de Fernando Barata em tempos presidente do S.C. Farense que ameaçou contar o que sabia de viagens a África de dirigentes políticos e desportivos se o seu projecto imobiliário/desportivo, fosse vetado. Certo é que o projecto foi vetado e a pessoa em questão bafejado com 3 empreendimentos que estavam pendentes e tudo se ficou por ali”, (já se esqueceram do famoso “toiro de cobrição”?)
Por todo o país, nos vários distritos e nos diversos concelhos que os compõem, as suspeitas, ainda que muitas vezes sob a forma de conversa de café, ou através do tão latino “diz que disse”, são mais que muitas de ligações menos correctas entre o desporto rei e a politica.
Pela nossa “bela localidade” as coisas nunca assumiram grande protagonismo, apesar de ser sabido que os clubes muitas vezes sobrevivem à custa deste ou de outro subsidio local ou estatal, e por vezes surjam alguns boatos menos abonatórios para os dirigentes desportivos locais (o que não sendo provado é manifestamente prejudicial quer para os visados, quer para os clubes) as ligações entre autarquia e associações desportivas nunca assumiram a dimensão de escândalo, tal como se tem vindo a observar em alguns clubes do norte do país, quem não se lembra do Marco de Canaveses e das manifestações histriónicas do seu caricato presidente (que por acaso também era presidente do clube desportivo local).
E é claro que quando surge alguma ligação de um clube a uma autarquia, logo surgem criticas desconfianças, basta dar uma vista de olhos pelos blogs locais e ver o que se tem dito sobre a ligação desta recente direcção do Ala-Arriba e o município de Mira, mas se fosse o Touring ou o Seixo, as “bocas maldizentes” surgiriam na mesma, as gentes dizem o que dizem não porque aqui em Mira se tenha feito algo de ilegal ou menos correcto (muito pelo contrário), as gentes falam porque é isso que ouvem diariamente na nossa bela comunicação social, que entupindo as artérias do pensamento dos cidadãos com Floribelas, Big Brothers e outros, vão fazendo esquecer os reais problemas do país (a educação, a saúde, a habitação e etc e tal). Pois não são os dirigentes os culpados, culpados são aqueles responsáveis que ano após ano têm deixado que isto suceda em total impunidade, culpados somos todos nós que ano após anos verificamos a vergonha da “futebolice” nacional e nada fazemos, quanto mais não seja mostrar mos a nossa indignação (o 25 de Abril serviu para algo mais do que a venda de cravos…). Critica se o futebol porque é fácil, diz se mal da Câmara porque dá jeito, mas assumir a opinião publicamente, isso já é outra história, não vá o diabo tecê-las, pois ainda posso precisar “deles” (esses que ninguém sabe quem são, mas todos se apressam a recorrer quando algo não corre como previsto)
Contudo, e apesar de serem recorrentes estas suspeitas, de ligações sujas entre estes dois mundos, poucos têm sido os realmente pagaram por essas ligações. Desde juízes que alegadamente acolhem em casa suspeitos, até fugas de informação dentro do próprio poder judicial, passando pelos dirigentes que ano após anos fazem as delicias dos amantes da imprensa sensacionalista, até aos juízes de campo que também não escapam ao “diz que disse”, todos continuam a dançar neste baile que parece não ter fim.
Alguém distribui migalhas, enquanto se entope que nem um alarve de grandes fatias do bolo. Já não se trata de só futebol, embora esteja envolvido, trata-se de um cancro que mina Portugal e que passa pelos dirigentes desportivos mas que não se esgota aí…

(João Luís Pinho)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

um ano depois...

PARABENS MIRICES

o Mirices surgiu em Dezembro de 2005, no dia sete mais precisamente, um ano depois cá estamos... espero que bem
Aos que escreveram textos para este espaço um obrigado, ajudaram a fazer mais por nós, a todos os outros que comentando, criticando ou simplesmente manifestando a sua opinião, um bem haja pra todos.
Aceitamos a diferença, prezamos a verdade, aos que quizerem utilizar este espaço como meio de divulgaçao de ideias ou simplesmente como espaço publico de indignação ou regozijo, são bem vindos, o mail esta à disposição de todos...
Por cá continuaremos tentando mostrar mais do que alguns mostram, dizendo com palavras nossas o que por Mira nos vão dizendo, criticado por muitos adorado por outros, por cá estamos e estaremos...
A todos vós um enorme e sentido obrigado

terça-feira, dezembro 05, 2006

Confrades dos grelos em festa


Confrades dos grelos em festa
“Enquanto Confraria Gastronómica estamos vocacionados para comer…” Assim se apresenta a Confraria do Nabos, que no seu rol de propósitos, desde logo salienta a sua vocação gastronómica, não fosse ela uma confraria, para de seguida salientar que pretender promover o grelo, de nabo pois claro, e prestigiar a sua terra, os Carapelhos, Mira a Gândara, e também o nosso Portugal.
No passado sábado a C.N.C. (Confraria Nabos e Companhia) celebrou o seu V capítulo, juntando a mesa, pois claro, mais de 50 outras confrarias, provenientes não só de Portugal, mas também da vizinha Espanha, e de França.
Esta confraria, nascida em Janeiro de 2000, e que representa não só parte de uma classe de produtores agrícolas, mas também toda um população local que gosta de estar bem com os seus, e vê na mesa o local ideal para esta confraternização.
Como o seu logótipo (insígnia) o pode confirmar (Um barco funde-se com uma carroça encimada por um nabo. Símbolos de gente que, um pé na terra, outro no mar, labuta árdua e diariamente), ela, confraria, está entre a terra e mar, tal como esteve sempre habituado o habitante da gândara, pois foi com os rebentos da terra e com os filhos do mar que estas gentes se conseguiram aqui manter desde os tempos em que umas papas de farinha e abóbora, umas couves torcidas e um rabo de sardinha, eram manjar digno de reis, tal a penúria e as necessidades por que passaram estes povos.
Foi um dia de festa, com os confrades a servirem de cicerones, na sua sede, nos Carapelhos, aos colegas de cerca de 50 confrarias, que quiseram marcar presença nesta data especial para os nabos.
Depois da missa de bênção dos confrades, na igreja matriz de Mira, seguiu-se um desfile até ao quartel dos Bombeiros Voluntários, onde decorreu a cerimónia de entronização dos novos confrades, aqui Silvério Manata (membro da direcção da confraria) aproveitou para informar acerca da realização de mais uma Feira dos grelos da região da Gândara, já na sua III edição, a efectuar em Fevereiro de 2007.

“A associação CONFRARIA NABOS E COMPANHIA de Carapelhos é a única Confraria Gastronómica oriunda de uma aldeia.Para isso nasceu. Para autenticar a ruralidade, para homenagear e divulgar cada vez mais a genuinidade das suas gentes e dos seus grelos de nabo – alimento rico de aromas e sabores que, versátil, valoriza a gastronomia Gandaresa.E fá-lo desde o ano 2000.
Porém, esta terra, sendo mãe, (e é conhecida a nossa afeição à terra - mãe que nos embalou a infância) é simultaneamente madrasta porque, para além do berço modesto, com pouco mais nos mimou: herdámos-lhe um chão areento, quase estéril, que não enche cristãmente a boca a todos e obrigou a sangria grande de homens. Os que, mais apegados ao torrão natal, não ousaram tornar-se andarilhos entregaram-se a uma agricultura de subsistência cuja adiafa acontecia em Outubro. Mas incomodava-nos aquele sossego de Outono que se estendia até Janeiro. Dominando mal o impulso que nos impele a amanhar a terra para fecundá-la e garantir o sustento até ao ano novo, ensaiámos os grelos de nabo que, resistentes ao frio e apreciadores da humidade de Inverno, se adaptaram. O resto da história é conhecido.”
"o nabo foi um pretexto para valorizar o mundo rural, os seus costumes e tradições, uma memória que não pode ficar esquecida".De referir que a cultura de nabos e grelos constitui de 95 por cento da economia da região e emprega 60 por cento da população activa da aldeia de Carapelhos”

João Luís Pinho

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Espírito... natalício


O espírito Natalício
Gosto de fazer a árvore de Natal e montar o presépio, gosto da festa em família até percebo que o Natal tenha um encanto especial para as crianças, mas de ano para ano, com a fúria consumista cada vez mais exaltada, só me apetece ficar em casa.
A perene tarefa de ser pai: educar os filhos no espírito da quadra natalícia. Um dilema que me surge. Entre as minhas convicções pessoais, dominadas por uma inexplicável tristeza que me invade nesta quadra e o espírito familiar que me quer manter, aliado ao espírito tradicional do natal. No fio do arame, entre a desmistificação do natal como nos é vendido e a necessidade de sermos, pequenos elos, perpetuadores da tradição natalícia.
Depois, num esforço interior, tentar contar às crianças o que é o natal (modalidade pagã, apenas). Levá-las a acreditar no famigerado pai natal, essa pretensa invenção da Coca-Cola. O velho simpático, que mantém residência algures na distante Lapónia (não esquecer de apontar a dedo a localização no mapa), explicar porque traja de vermelho e enverga uma farfalhuda barba branca …ensinar-lhes que o pai natal viaja de trenó, movido a energia de rena milagrosa – umas renas que só existem perto do pólo norte, que se distinguem na fauna animal por serem os únicos quadrúpedes que conseguem voar sem terem asas. É preciso explicar-lhes o significado do dom da ubiquidade. Uma derivação metafísica impõe-se: fazer-lhes ver que as pessoas só podem estar num sítio de cada vez, que a nossa matéria não se pode pulverizar em múltiplas partículas para estarmos em muitos sítios ao mesmo tempo; o pai natal é diferente.
Por mais que vingue a convicção que o verdadeiro espírito natalício é o que cultiva sentimentos e não a posse de coisas, este exercício é remar contra uma maré poderosa. Um pai nada pode contra as ondas de markting consumista que incutem nas crianças a convicção de que natal é o momento em que são invadidas por prendas cada vez mais sofisticadas, (telemóveis 3G, psp, pda, consolas, mp3, mp4, portáteis...) uma enxurrada de novas tecnologias, para nos desequilibrar o orçamento familiar e deturpar o espírito de natal.
A partir dos feriados de Dezembro ir a um centro comercial torna-se mais violento e demorado do que qualquer etapa da história trágico-marítima; por maiores que sejam os parques de estacionamento, estão sempre a abarrotar. As escadas rolantes parecem escadas do metro em Tóquio e os corredores ficam iguais aos dos estádios de futebol em dias de finais. E depois, há o tema natalício, trabalhado e explorado até ao grau da loucura colectiva; são os enfeites de Natal, fitas, coroas, o Pai Natal electrónico que canta, ri e dança o vira, as flores, os arranjos, as luzes nas ruas, etc, etc. Nenhum pobre mortal consegue escapar à onda devastadora de consumismo que invade o país. Mas há coisas piores, como por exemplo as músicas de Natal. Uma pessoa chega a uma semana antes do Natal e os nervos já não aguentam as músicas natalícias, que ainda por cima são sempre as mesmas. Entre o Bing Crosby com o White Christmas e o coro de Santo Amaro de Oeiras, passando pela Mariah Carey e outros cromos, venha o diabo e escolha.
A hipocrisia que desdenha do natal consumista deve ser denunciada. Tenta educar as crianças no espírito descomprometido do natal, incutindo mais do que nunca, que os laços familiares se devem estreitar nesta data. Suprema hipocrisia! Como se isto apenas fosse emergente no natal e se pudesse esquecer durante os restantes dias do ano.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Incubadora ganha prémio

A Incubadora do Beira Atlântico Parque, em Mira, foi distinguida no European Enterprise Awards. A entrega do galardão é na sexta-feira, com a presença de Manuel Pinho.A Associação da Incubadora do Beira Atlântico Parque, localizado em Mira, venceu o primeiro prémio na categoria Vanguarda da Iniciativa Empresarial (Entrepreneurial Traiblazer Award)” com o projecto Dinamização de uma Região do Conhecimento, da Ciência e da Tecnologia Emergente e pela actividade que tem vindo a desenvolver ao longo destes anos na região Centro. Este prémio insere-se na iniciativa europeia European Enterprise Awards.
Vítor Cardial, administrador da Incubadora do Beira Atlântico Parque, disse .. . "esta atribuição valida o projecto global” da estrutura, porque o objectivo é “criar uma região do conhecimento e tecnologia, com um grande potencial de dinâmica, que é validada por este projecto”. Na sequência de um protocolo assinado com a Universidade de Aveiro, o administrador da incubadora explicou que vão funcionar “dois centros universitários – um laboratório de nanotecnologia e um centro de competências em código aberto – que visam dinamizar esta região”, integrados no sistema regional de inovação. Apesar de ainda não existir nenhuma relação protocolada com a Universidade de Coimbra, Vítor Cardial esclarece que o objectivo é que “os mesmos centros venham a ter uma relação próxima com a universidade”. Aliás, o “trabalho em rede é muito importante para dinamizar o tecido empresarial na área das novas tecnologias”, para que se alcance um trabalho capaz.
A candidatura da Incubadora de Mira (que agora vai representar Portugal nos prémios europeus de iniciativa empresarial) a este prémio foi avaliada pela originalidade e exequibilidade, pelo impacto na economia local, melhoramento das relações dos investidores locais e transferabilidade. Tudo isto se traduz na explanação de uma definição dos aspectos inovativos do referido projecto, que, pelos vistos, mereceu a primazia do IAPMEI – Instituto de Apoio a Pequenas e Médias Empresas.O prémio vai ser entregue sexta-feira, 24, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em cerimónia que conta com a presença do administrador delegado da AIBAP, Vítor Cardial, a directora do projecto, Sara Monteiro, e o presidente da autarquia, João Reigota."
Resta agora saber, para além dos prémios e das menções, a verdadeira operatividade e produtividade desta infraestrutura para um concelho como Mira. Apesar de construida e a sua inauguração para breve, muitos dos mirenses ainda não sabem, nem conhecem as verdadeiras potencialidades desta unidade de incubação.
Quanto a nós, saudamos os responsáveis e esperamos que esra iniciativa seja de facto algo que mude o panorama empresarial de Mira, para melhor é claro...
(J.P/DC/AB)

Mercado imobiliario e politica de solos

Mercado imobiliário e política de solos
Não basta que existam planos de ordenamento territorial. É fundamental que se promova uma cultura de respeito pelo interesse público, ao contrário das práticas hoje dominantes. A esmagadora maioria dos loteamentos apresentados a licenciamento visa aumentar indiscriminadamente os índices de ocupação e construção. As autarquias colaboram no processo, através de planos e engenharias financeiras para rentabilizar os terrenos públicos. O estado actual das finanças locais também torna as autarquias demasiado dependentes das receitas de urbanização. O resultado está à vista: uma enorme pressão especulativa sobre o território e uma excessiva prioridade à construção nova sobre a reabilitação e requalificação.
O mercado de solos e do imobiliário é aliás, neste momento, um dos mercados mais desregulados e, ao mesmo tempo, mais bloqueados em Portugal, o que parece um paradoxo, mas não é. O Estado tem de desempenhar um papel importante para tornar este mercado mais transparente e melhor regulado. É necessário criar instrumentos legais e financeiros que permitam às autarquias disponibilizar terrenos urbanos ou urbanizáveis a preços acessíveis, nos locais indicados. É imprescindível promover a reforma fiscal do património imobiliário, uma das áreas onde há, simultaneamente, maior evasão e maiores sobrecargas. E é necessário disponibilizar informação imparcial e actualizada sobre os valores das transacções, nomeadamente as que envolvem entidades públicas, que deveriam servir como valores de referência para regular o mercado e não serem elas próprias, como tantas vezes são, factores de especulação. Há a necessidade de o planeamento não ser apenas visto como uma questão de espaço, mas também de tempo, havendo um controlo público da expansão urbana, por exemplo, em vez de estar determinantemente dependente das iniciativas privadas, nomeadamente dos proprietários dos terrenos “para construção”.
À semelhança do que acontece na generalidade dos países europeus, não é aceitável a apropriação privada do essencial das mais valias geradas com o financiamento por fundos públicos de infra-estruturas e equipamentos. Nem pode a totalidade ou parte dessas mais-valias, embora apropriada pelos poderes públicos, deixar de se traduzir em receitas (e correspondentes despesas) devidamente registadas nos orçamentos, como acontece frequentemente com negócios entre Câmaras e particulares, “jogando” com loteamentos ou autorizações para construir. Os negócios com os clubes de futebol são, nesta matéria, um particular mau exemplo. A preocupação com este tipo de “desorçamentação” é tanto mais pertinente quanto é possível prever que, em contexto de dificuldade e de contenção financeira geral, aumente a tendência para os municípios procurarem formas de “arranjos” atípicos, com vista à obtenção de fundos financeiros acrescidos.
A regulamentação do mercado imobiliário implica ainda uma redefinição clara das responsabilidades e das exigências profissionais de todos os agentes envolvidos no processo construtivo. Só nesse quadro se poderão combater a má qualidade da construção, o elevado grau de proliferação de situações irregulares.
É indispensável a elaboração de cartas de solos que permitam a implementação, aos níveis municipal, regional e nacional, de uma verdadeira política de solos e de ordenamento do território.
Carlos Monteiro

segunda-feira, novembro 20, 2006

Míscaros na Mira ou míscaros de Mira

Num recente artigo que encontrei na imprensa diaria, surgia uma noticia em que a vizinha Cantanhede se afirmava como região afamada na gastronomia do míscaro, tal como a Bairrada o é pelo leitão assado. O que nos faz mais uma vez pensar, então e Mira, onde fica? Visto que pela capital do distrito já se encontram à venda os conhecidos "Miscaros de Mira".
Num artigo afirmava se que "No município de Cantanhede e entidades públicas ligadas à agricultura e florestas associaram-se a um grupo de investigadores do Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra (UC), com a intenção de melhor conhecer e valorizar essa iguaria silvestre que, pelo Outono, brota nos solos arenosos dos pinhais da gândara. Dos resultados prevê-se uma aplicação prática, que permita potenciar essa riqueza, quer em termos gastronómicos, quer no agro-turismo, e ajude, um dia, a alcançar o estatuto de produto regional certificado. Pouco se conhece da biologia deste cogumelo e nessa curiosidade se motivaram os cientistas da UC, também estimulados pela importância e impacto que os seus resultados poderiam ter na economia das populações rurais daquela zona. Num primeiro projecto, financiado pelo programa AGROS, juntaram-se investigadores universitários ao Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Centro (IDARC) e à Direcção Regional da Agricultura da Beira Litoral (DRABL). No decurso da investigação, iniciada no Outono de 2004, para decorrer durante três anos, pretende-se realizar um inventário das áreas mais produtivas, fazer estimativas de produção anual e testar processos de colheita. No segundo projecto, igualmente com a duração de três anos, mas financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, a investigação incidirá na biologia e ecologia do míscaro, saberes considerados indispensáveis para a gestão sustentável deste recurso. A segunda investigação, que se interliga com a primeira, e que deverá prosseguir em anos subsequentes, terá início antes da colheita do próximo Outono. "
O míscaro é um fungo, um organismo micorrízico. Vive em simbiose com certas plantas, neste caso com o pinheiro bravo, e através das raízes deste faz a troca de nutrientes, necessários ao desenvolvimento de ambos."Os cogumelos são a estrutura reprodutora. Quando são apanhados muito jovens, e fechadinhos, que é quando têm maior valor comercial, estamos, desse modo, a fazer a dizimação dos esporos".
No nosso concelho, sabemos que a madeira continua a ser o principal rendimento da floresta, mas a gestão sustentável do míscaro poderá revelar-se como importante fonte de receita para as populações da região e levar os proprietários florestais a um olhar mais atento sobre as matas, evitando desta forma também riscos de incendio (sustentabilidade pois então).
É necessario certamente que se inicie todo um processo de informação e sensibilização das populações locais, iniciando se pela difusão de bons métodos de colheita, formação das pessoas e a criação de um cartão de colector. Tudo isto poderão ser iniciativas municipais e possibilidades que a Câmara Municipal tem a obrigação de equacionar, pois caso contrário é um grande patrimonio biologico e economico que estamos mais uma vez a deixar lapidar por outros, à semelhança de outros produtos, cuja vocação estratégica como mais valia para a economia local, andamos a deixar de lado, esquecida, até que outros a venham aproveitar.
Poder se ia iniciar por um cartão de colector e pela promoçao acções de formação e sensibilização, também para "motivar os proprietários dos pinhais a proteger o que é seu, ao perceberem que o produto é valorizável". O míscaro (Tricholoma flavovirens) há muitos anos faz parte da gastronomia da zona das Gândaras. Nos mercados, o quilo deste produto oscila entre os cinco e os oito euros, e cada vez mais os concelhos da Gandara, e os seus pinhais são procurados por forasteiros no Outono.
Difundir as boas práticas, criar um regulamento e instituir um cartão de colector, em articulação com a fiscalização municipal, seriam varias das opçoes possiveis para proteger os interesses dos cidadãos do município, para que colham os benefícios de um produto da sua região. Se não houver cartão e regulamento vai-se delapidando um património", pela colheita desregrada e por um número cada vez maior de pessoas, seduzidos pela iguaria, ou em busca de uns recursos suplementares.
João Luís Pinho
(adp.)

quarta-feira, novembro 15, 2006

Direitos de Cidadania

DIREITOS DE CIDADANIA

A participação e o exercício da cidadania, com empenho e responsabilidade, são fundamentais na construção de um novo Concelho. A integração da cidadania na vida pública é já um direito adquirido, na relação entre Municípios e munícipes, caracterizado na construção de uma democracia participativa bem como pelos princípios da ética e da transparência. Esse contexto exige e promove melhorias nos Municípios, como também implica, quase sempre, a melhoria significativa da qualidade de vida.
A participação dos cidadãos nas questões da comunidade é condição básica para a consolidação da democracia. Permanentemente, os diversos segmentos da população devem levar ao conhecimento do seu Município as suas propostas, propor políticas públicas e acompanhar de perto a sua implementação. Os conceitos de cidadania têm-se mostrado, nesse sentido, um eficiente meio de participação da sociedade civil, permitindo a discussão dos problemas da comunidade com os Municípios na procura de soluções compartilhadas.
Os Cidadãos devem estar empenhados em discutir o seu Concelho, implementar e avaliar, conjuntamente, as políticas públicas voltadas para determinado segmento da população em situação de maior vulnerabilidade, podendo denunciar politicas erradas, sugerir projectos, fiscalizar a actuação do executivo municipal, exercendo, assim, o importante papel de cidadania.
Além disso, vivemos um momento em que reaparece a figura da liderança política como um dado empreendedor, capaz de gerir recursos de naturezas diversas tendo em vista a realização das necessidades dos cidadãos, na acepção mais ampla do termo. A cada dia que passa, acumulam-se os problemas pessoais e colectivos que, sem solução, são um peso para todos os cidadãos.
Os custos da máquina pública são muitas vezes maiores do que os seus resultados. Custosa, demorada e ineficiente, a burocracia do serviço público é o que mais impede a plena satisfação da cidadania e limita a sua participação, distanciando os governantes da população em geral. Todos somos mal atendidos e, quando conseguimos chegar até ao órgão público, em geral não temos resposta.
É notória a insegurança e o desconforto em que vivem alguns profissionais na sua actuação diária, quando se defrontam com indagações sobre as questões dos direitos do cidadão, que envolvem informações técnicas. A falta de conhecimento e outros factores que dificultam a participação democrática efectiva: o distanciamento da população em relação à administração pública, a linguagem tecnicista, a postura excessivamente formal de muitos profissionais e servidores públicos...acrescenta-se ainda o descrédito generalizado sobre a eficácia dos Municípios e dos seus departamentos.
Não bastando as dificuldades administrativas, a crise social, a burocracia, acrescentam-se as dificuldades políticas. É hora de incentivarmos como cidadãos, os Municípios, a uma actuação mais incisiva e adequada às necessidades locais, além de viabilizarmos a implementação de acções relativas ao nosso concelho.
O cidadão preocupado com o meio ambiente; deve fazer prevalecer as principais normas ambientais decretadas pela União Europeia e pelo Estado; Fazendo valer o papel de cidadão em relação à preservação do meio ambiente; assim como, aos desafios e perspectivas da formação de uma cultura ambientalmente correcta.
Como cidadãos devemos contribuir para melhorar a qualidade de vida através da construção de um ambiente saudável, que possa ser desfrutado por nossa geração e também pelas futuras. Vivemos hoje sob a hegemonia de um modelo de desenvolvimento baseado em relações económicas que privilegiam o mercado, que usa a natureza como recurso. Contra este modelo injusto e excludente podemos afirmar que todos os seres naturais, possuem um valor existencial intrínseco que transcendem valores utilitários.
Por isso, a todos deve ser garantida a vida, a preservação e a continuidade. O cidadão tem a missão de administrar responsavelmente o seu ambiente natural, não permitindo que seja destruído com a sede insaciável de possuir e de consumir. Apesar do quadro ambiental ser extremamente inquietante, existem cada vez mais pessoas que têm a consciência de que uma mudança é necessária, e possível.
Carlos Monteiro

segunda-feira, novembro 13, 2006

Novo campo de tiro... Será desta?

Foi aprovado no passado dia 25 o novo campo de Tiro de Mira, segundo deliberação declarada em reunião do executivo camarário.

E já vem tarde, pois esta decisão era esperada ha bastante tempo, e apesar de sabermos o quanto é importante para os praticantes da modalidade a actividade de Tiro com Armas de Caça em Portugal e sabendo tambem que esta tem assumido nas últimas décadas uma maior importância, tambem é certo que o campo de tiro retira alguma qualidade de vida aos mirenses, sobretudo aqueles que residindo mais perto , vêm os seus domingos e dias feriados envoltos num constante tiroteio, mais parece estarem em Bagdad, o que sinceramente nada abona para o tao badalado Turismo para Mira (e onde está ele?)

"A existência de um Campo sem dimensões e capacidade para realização de algumas provas, a construção da variante de Mira (2ª Fase), que irá eliminar o equipamento existente, a existência de conflitos devido à proximidade de uma unidade de Campismo, para além da não compatibilidade desta infra-estrutura com as normas de protecção e defesa ambiental, levou a Câmara Municipal de Mira a equacionar uma nova localização para este equipamento desportivo.
Esta nova localização insere-se na área do Plano Geral de Urbanização da Praia e Lagoa de Mira (Mata Florestal), estando o solo classificado em ambas as situações, no existente e na nova localização, em espaço REN e Rede Natura, pelo que não há alteração em termos de usos de ecossistemas, propondo-se a requalificação e revitalização do local onde está instalado o actual campo, proporcionando uma redução das áreas a impermeabilizar.
Por força da nova regulamentação de segurança e dimensionamento dos Campos de Tiro, e de forma a dotar o concelho duma infra-estrutura que permita a realização de provas nacionais e internacionais o novo equipamento terá quatro fossos olímpicos; (4 Pranchas de Tiro, 4 fossos olímpicos de lançamento), respectivo Equipamento de Apoio em estrutura metálica em estacaria, sistema de insonorização nas zonas de tiro e criação de barreiras acústicas naturais, estacionamento organizado não recorrendo à impermeabilização do solo, acesso ao equipamento pela estrutura divisional (aceiros) de forma a não realizar abate de arvoredo, vedação de protecção e segurança, sistema de recuperação de resíduos e desperdícios decorrentes da prática de tiro, promovendo a reciclagem e reutilização dos mesmos."
Como em tudo na vida no pesar, no ponderar é que esta a solução ou as soluções, e parece me que nos ultimos anos pouco se tem poderado em Mira, analisar custos e beneficios, ponderar acerca das oportunidades de investimento e promoção parecem temas que escapam aos nossos lideres.
Qual sera mais importante, um campo de tiro ou um campo de golf, será que um nao ira comprometer o outro? Um campo de golf quer paz e silencio, nao tiros e barulho. Qual a mais valia para o concelho? que perderá o concelho com a sua nova localização? Que beneficios obteram os mirenses com esta nova infraestrutura?
O lobbie da caça em Portugal é um dos mais fortes, ja pouco resta do regime livre e quem quer caçar tem de pagar, e isto tambem no nosso concelho.
Mira tem que se definir, tem que saber o que quer pra si e para os seus nas proximas décadas, e o futuro constroi se no presente. Pesar bem os prós e os contras destas infraestruturas é fundamental, nao podemos querer turismo de qualidade e industrias poluentes, assim como nao podemos esperar boa qualidade ambiental com toneladas de chumbo a serem depositadas ano apos ano junto a um ribeiro (a vala Regente Rei passa a escassos metros do actual campo de tiro).
Respeito os amantes da caça e os do tiro desportivo (não fosse eu filho de caçador), mas respeito ainda mais a qualidade de vida e o ambiente saudavel, e pelo que tenho visto nos ultimos anos será dificil compatiblizar ambos... o futuro pertence nos vamos tratar dele ja hoje pra nao nos lamentarmos amanhã.
Joao Luís Pinho

terça-feira, outubro 24, 2006

Agricultura Biologica

A agricultura é na generalidade dos países desenvolvidos, e em particular em Portugal, considerada como um sector com baixo dinamismo empresarial, com baixa atractividade para o investimento e baixo peso no PIB.
No entanto, do ponto de vista ambiental, por outro lado, a agricultura tem um peso muito superior ao peso que representa no PIB. Este peso reflecte-se na sua ocupação do solo, no seu impacte (negativo) sobre a biodiversidade, no seu consumo de água e no seu contributo para a poluição da água. Adicionalmente, diversos estudos têm vindo a demonstrar que a alimentação, analisada no seu ciclo de vida, representa uma das principais componentes do impacte ambiental do consumo.

Vemos também uma crescente importância dada na comunicação social aos problemas da segurança alimentar, com múltiplos escândalos relacionados com falhas nessa segurança alimentar, como a BSE ou os nitrofuranos.
Suponha agora que era possível juntar consumidores, agricultores e ambientalistas, a trabalhar em conjunto num projecto que permitisse dinamizar empresarialmente a agricultura biológica, promovendo junto dos consumidores produtos sustentáveis e com garantia de segurança alimentar, rigorosamente controlados no agricultor.
A agricultura sustentável é o resultado do uso da interacção dos métodos alternativos que utilizam a agricultura biológica, a biodinâmica, o controle biológico e o natural, visando o desenvolvimento de uma agricultura com o menor prejuízo possível ao meio ambiente e à saúde humana, onde se tenta aproximar o equilíbrio estabelecido nas relações entre os recursos naturais envolvidos nos sistemas produtivos agrícolas, do equilíbrio natural de um sistema ecológico.
O solo que sai das lavouras causa assoreamento e a poluição nos rios e represas, condição que acaba por afectar a potabilidade da água fornecida aos animais e aumentar o custo de tratamento da água fornecida à população urbana. A erosão do solo provoca perdas de solo, nutrientes e matéria orgânica; diminui a capacidade de armazenamento de água; altera os atributos físicos, químicos e biológicos do solo e promove a estagnação do rendimento das culturas a níveis abaixo do seu potencial produtivo. Além disso, a erosão do solo causa também problemas ambientais, económicos e sociais. Esta situação provoca a redução lucrativa da exploração e, ao mesmo tempo, tornam os produtos menos competitivos no mercado. Isso contribui para que muitos agricultores sejam levados à falta de estímulo e ao consequente abandono da agricultura. Com isso, agravam-se os problemas sociais em prejuízo de toda a sociedade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 20.000 pessoas morrem por ano e milhões são envenenados directa ou indirectamente pelos efeitos dos agrotóxicos. Além disso, a própria terra torna-se inaproveitável pela contaminação por agrotóxicos reiteradamente usados, sendo este um dos factores de redução da sua capacidade, além de que os pesticidas prejudicam a saúde humana, contaminam a água, agridem os ecossistemas e deixam as pragas mais resistentes. Isto aliado à erosão, à desertificação e ao desaparecimento dos produtos nutrientes, por serem as mais significativas causas da degradação não somente dos solos, mas afectam em diversos graus, todos os recursos naturais, de forma directa e indirecta, resultantes dos maiores problemas da agricultura.
Estas constatações mostram a necessidade de se modificar a forma de agricultura, surgindo a emergente agricultura biológica. Dentro deste novo panorama, várias áreas da ciência têm mostrado respostas altamente significativas no desenvolvimento e adequação de estratégias tecnológicas, com custos baixos, altamente eficientes e adaptáveis à maioria das condições dos agricultores. Porém o maior desafio que ainda persiste na adequada transferência desta tecnologia é a completa aceitação/adaptação pelo principal beneficiado: o agricultor.
Entre as práticas de uso do solo com o objectivo de reverter o processo de degradação, as práticas vegetativas (cobertura do solo, adubação verde, rotação de culturas, cultivo mínimo e plantio directo) têm-se mostrado altamente eficientes. Além disso, outros factores benéficos tais como a recuperação de áreas degradadas, reciclagem de nutrientes, redução da infestação por plantas daninhas, pragas e doenças e a possibilidade de integração com a pecuária, são possíveis com o uso de tais práticas.
Entre estas tecnologias, pode-se citar o desenvolvimento e o avanço obtido para a agricultura biológica, que se tornou possível com a utilização de insecticidas biológicos, adubos naturais e esterco animal para fertilizar os campos, optando ainda o agricultor pela forma rotativa de colheitas para “não cansar o solo”. Sabe-se também que algumas empresas já estão a produzir enzimas que aumentam a dissolução do mineral fósforo contido nas rações para animais, diminuindo assim a contaminação do solo e da água quando os seus dejectos são utilizados como adubo orgânico.
Apesar da oferta e da procura ter aumentado, os produtos de agricultura biológica ainda não se encontram com muita facilidade. Só em grandes superfícies comerciais e em lojas especializadas mas a diferença dos preços deixam muitos consumidores reticentes. Os agricultores encontram grandes dificuldades na distribuição dos seus produtos. As grandes superfícies garantem a compra mas pagam o que querem, e as perdas (produtos não vendidos) são suportadas pelo próprio produtor. Por isso há todo o interesse em evitar essa intermediação com o consumidor final.

Soluções simples, mas eficientes são sempre muito bem vindas, principalmente as de baixo custo e adaptadas às condições locais, certamente, são um dos caminhos em que se pode ter a possibilidade de se promover a tão desejada sustentabilidade na agricultura. Algo aparentemente complexo, mas não inatingível, principalmente para quem tem o conhecimento, cria, adapta e aperfeiçoa a agricultura, contribuindo significativamente para a humanidade e para os recursos naturais.

Carlos Monteiro

segunda-feira, outubro 23, 2006

MAU TEMPO E MUITA AGUA

"Chuva e ventos fortes, sobretudo nas regiões Norte e Centro, afadigaram ontem os serviços de bombeiros, que acorreram a problemas de escoamento, inundações em casas, aluimentos e algumas quedas de árvores.


O alerta laranja lançado pela Protecção Civil abrangeu metade do país, tendo na outra metade, a Sul, vigorado o alerta amarelo, de risco mais mitigado. Entre a tarde de hoje e a manhã de amanhã vai diminuir a intensidade do vento e da chuva, mas logo haverá novo agravamento do estado do tempo. Segundo fonte dos bombeiros locais, Aveiro, Vagos, Oliveira do Bairro, Águeda e Albergaria tiveram, em alguns pontos, inundações domésticas e queda de árvores, o mesmo acontecendo em Castelo Branco, Mira, Figueira da Foz e Guarda.
O Instituto de Meteorologia (IM) elevou, entretanto, de nove para 11 os distritos do Centro e Norte do país em alerta laranja (situação de risco moderado e elevado) devido ao mau tempo previsto para Castelo Branco e Guarda. Anteriormente, já estavam em alerta laranja os distritos de Leiria, Coimbra, Aveiro, Viseu, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.O Comando Naval informou, por seu turno, que, a barra de Aveiro teve de ser encerrada a embarcações de comprimento fora a fora inferior a 15 metros e a da Figueira da Foz fechada a embarcações de comprimento inferior a 11 metros.
Por falarmos de agua sabia que o novo regime tarifário aumenta preços da água no próximo ano
Os preços da água vão aumentar na maior parte dos municípios. Em média, cada metro cúbico deve passar a custar mais de um euro. Em Coimbra, a média praticada é de 72 cêntimos.O Governo está a preparar um novo regime de tarifas da água que visa uniformizar, no próximo ano, os preços praticados nos vários concelhos. Através do novo Regime Tarifário para a Água, deixará de haver preços tão díspares como os actuais passando a haver limites mínimos e máximos aplicáveis a todos os sistemas que abastecem os consumidores.
Num estudo comparativo entre vários concelhos do distrito de Coimbra, nota-se que, em média, os municípios do Litoral praticam preços mais baratos em relação aos concelhos do Interior, em particular no escalão mais alto dos respectivos tarifários. Exemplo disso são os casos de Mira, Cantanhede e Montemor-o-Velho. No entanto, o caminho a seguir parece ser o de uniformizar as tarifas, o que se traduzirá, nos municípios onde a água é mais barata, num aumento substancial do preço. Como explica Paulo Canha, "o custo de tratamento de água ronda 1,20 euros/m3. Se é vendida abaixo desse valor, é subsidiada". Aliás, o Instituto Regulador da Água e Resíduos defende a redução da disparidade de tarifas praticadas e que o preço cobrado aos cidadãos deve cobrir os custos reais da água"( DB/JN)

sexta-feira, outubro 20, 2006

PERIGO DIARIO na EN 109

"EN109 é “um perigo diário”
João Reigota revela-se “preocupado” com portagens na A17. Em causa não está o pagamento, mas sim as (más) condições em que se encontra a via alternativa, a EN109
.

Na sequência do Governo ter anunciado a implementação de portagens nas SCUT, nomeadamente na auto-estrada da Costa de Prata (A17) que abrange a população da vila de Mira, João Reigota, edil de Mira, manifestou (...) a sua “preocupação relativamente a este assunto”. Para o autarca, o problema do pagamento de portagens aos utilizadores da A17 faz com que “a já esgotada e degradada EN109 ainda tenha mais movimento”. Segundo Reigota, a EN109, que passa pelo centro da vila de Mira, aguarda “há algum tempo as obras que estavam em PIDDAC e que nunca mais se concretizam”. Com a introdução do pagamento de portagens, o número de camiões que, actualmente, circula pelo centro de Mira “vai aumentar pondo em risco os cidadãos que por ali se deslocam”, considera Reigota lembrando que a estrada está transformada num verdadeiro “perigo diário”. Desagradado com esta medida, João Reigota disse que “quando há cinco anos as obras da A17 pararam junto a Mira não houve qualquer tipo de solidariedade por parte de outros autarcas. Como tal, “agora não vale a pena a solidariedade de alguns vizinhos”, acrescentou, numa alusão ao apoio entretanto demonstrado pelos autarcas de Ílhavo e Vagos quando a medida de implementação de portagens foi conhecida e que, quando a obra da A17 parou, nunca foi demonstrada.Questionado se vão ser tomadas medidas contra o anúncio de colocação de portagens na A17, João Reigota foi peremptório em afirmar: “Se tivesse que tomar alguma medida seria por causa do estado de degradação em que se encontra a EN109 e não pela introdução de portagens”. O autarca vai mais longe e explica:
A minha grande revolta é o estado em que se encontra a rede viária à entrada de Mira”. Um pouco agastado com esta situação, o autarca desafia os governantes a estarem “uma semana em Mira para analisarem as condições em que a estrada nacional se encontra”. Considerando que esta medida constitui um “entrave ao desenvolvimento de Mira”, o presidente da autarquia mirense remata “Farto-me de dizer que os camiões andam em cima das pessoas e ninguém vê isto”(in DB)
A situação já é mais que sabida por todos aqueles que por Mira passam e infelizmente, para os Mirenses sobretudo, a situação não tem resolução à vista. Pois com portagens na A17 certamente muitos dos Mirenses, que trabalham os concelhos a Norte de Mira, voltaram a utilizar a velhinha EN 109 no seu dia-a-dia, com todos os prejuizos que sabemos dai surgirem.

quinta-feira, outubro 19, 2006

II Jornadas Ambiente e Moinhos da AAMARG

Decorreu no passado fim de semana, no Aparthotel Miravillas, mais uma Jornada Ambiente e Moinhos da AAMARG, este ano sob o tema: Acção 21 - Novas Estratégias para o Ambiente
Durante a manha do dia 14, e nas instalações da unidade hoteleira, decorreram varias actividades entre as quais: Exposição de fotografias e posteres, Palestras e debates, tudo isto acompanhado no final por um almoço regional e por musica tradicional. Durante a tarde decorreram ainda actividades de educação ambiental, seguidas de palestras e de uma sessão de encerramento, o dia terminou com um magnifico convivio cultural e musical nos Moinhos da Fazendeira, algo que esta associação já nos tem habituado, e que sempre demonstra a força e o cultura da gandara...
Os objectivos das Jornadas deste ano:
"O desafio global para o desenvolvimento sustentável empreende uma harmonia entre toda a sociedade, a economia e o ambiente. Só uma maior intervenção da população local, suas autarquias e das associações permitirá o aperfeiçoamento para a sustentabilidade e consequente melhoria da qualidade de vida e do ambiente para esta geração e futuras. Esta Jornada pretendia sugerir novas estratégias e caminhos a adoptar para a sustentabilidade local, na esperança de não hipotecar necessidades futuras, bem como conhecer o diversificado património natural e cultural da região e suas potencialidade para o desenvolvimento do eco-turismo.
A comemorar o décimo segundo aniversário a AAMARG realizou este encontro, contando com diversos especialistas nacionais, para abordar e debater temas actuais, estudos e acções. Era dirigida a estudantes, técnicos e toda a população neste desafio global de participar no desenvolvimento sustentável da Região.
Com esta actividade a AAMARG mostrou, mais uma vez, a sua força e a energia que aplica na defesa dos valores culturais e ambientais da Gândara. Criticada por alguns (poucos) e amada por muitos, esta ainda jovem associação que visa promover a defesa e conservação do património natural ou construído, depende quase exclusivamente da participação dos seus sócios e amigos, tem sede em Mira, e é sem dúvida uma das mais activas associações ambientais da zona centro do país.
Faça se sócio voçê também, pois ao inscrever-se na AAMARG você está a contribuir para: promover, dinamizar e divulgar a cultura, a molinologia e o meio ambiente; incentivar projectos de requalificação ambiental e de recuperação de moinhos; alertar para os problemas culturais, ambientais e de saúde pública; promover postos de trabalho a bem de um melhor ambiente. Ao ser sócio você fará parte de uma importante associação regional, sem fins lucrativos, para a promoção e conservação do meio ambiente, que conta com cerca de 800 sócios... e sempre, sempre a crescer.
(João Luís Pinho)

terça-feira, outubro 17, 2006

Praga põe em perigo ecossistema

A eichhornia crassipesjacinto – é de origem brasileira. Uma só planta pode originar outra em duas semanas. A área total ocupada por esta planta é muito considerável no planeta. São múltiplos os prejuízos que resultam da sua proliferação, com destaque para a alteração dos biótopos aquáticos, tendo já sido observada rarefacção ou desaparecimento de peixes. No Sudão, a pesca à rede é impossível. A navegação e flutuação podem tornar-se impraticáveis e a higiene pública pode ser afectada pela decomposição de plantas e formação de águas estagnadas.

Nos EUA, os prejuízos causados por esta praga oscilam entre 5 e 14 milhões de dólares todos os anos.
A Barrinha está a ser invadida por milhares de jacintos, plantas de rápida reprodução."Se no ano passado eram alguns milhares, hoje são milhões e cada vez são mais e mais", Os jacintos são pequenas plantas aquáticas que têm uma capacidade de reprodução muito acelerada e que estão a começar a preocupar as populações ribeirinhas do nosso concelho. Junto às margens da barrinha e nos ramais hídricos (valas), um extenso tapete verde demonstra bem a capacidade de multiplicação da planta. Neste Verão a recente onda de calor, em que as temperaturas atingiram valores muito próximo dos 40 graus centígrados, as plantas reproduziram-se mais rapidamenteO processo de reprodução assexuada confere uma notável agressividade e uma só planta pode originar uma nova planta em duas semanas. Isto equivale a dizer que, num período vegetativo, de 15 de Outubro a 15 de Dezembro, 100 plantas podem originar mais de 200 mil. Estas características biológicas do jacinto-de-água explicam a sua célere expansão e densidade.

A planta coloca em risco o equilíbrio do nosso ecossistema hídrico, uma vez que forma um denso tapete que interfere na penetração da luz e provoca um abaixamento dos níveis de oxigénio. Uma situação que poderá matar muitas outras espécies, ao mesmo tempo que poderá impedir a navegação de pequenas embarcações. Os tapetes depois de formados destacam-se, com certa facilidade, funcionando como um ponto de partida de novas colónias.
Recorde-se que a praga não é nova e, nos últimos cinco anos, tem trazido consequências bastante penosas para o funcionamento do ecossistema do nosso sistema hídrico, para além das já existentes. "A Câmara Municipal de Mira já foi alertada para a situação, tem de meter mãos ao trabalho", a situação é alarmante, a limpeza tem de ser feita, o que deverá iniciar de imediato, senão teremos uma desgraça nas nossas mãos, porque haverá uma mortandade de peixes, transformando-se a barrinha num pântano. (Carlos Monteiro)

quinta-feira, outubro 12, 2006

Será o Turismo importante para Mira???


Será o sector do Turismo importante para o desenvolvimento do concelho de Mira?

Num recente comunicado do ministro António Costa, em que a temática era mais uma vez a proposta de Lei das Finaças locais, foram apresentados valores respeitantes aos municipios mais ricos do pais, aqueles que irao dar aos municipios mais pobres parte das suas receitas, (bem ao estilo do Robim dos Bosques, ou do nosso Zé do telhado), tendo o ministro feito o seguinte diagnóstico:

“Quando analisamos o montante que cada município recebe de impostos locais por habitante, constatamos uma variação entre um máximo de 790 euros em Loulé – quatro vezes a capitação média nacional, que é de 184 euros – e um mínimo de 31 euros por habitante em Cinfães, 25 vezes menos do que em Loulé”, mas desse diagnóstico também surgiram outras conclusoes, vg: "do universo das 27 autarquias mais ricas do País, 12 delas sao do Algarve (regiao que tem apenas 16 municipios) ", ora facilmente se constata que 75% dos Municipios do Algarve são "ricos", e que do universo dos municipios mais ricos do pais 44% sao municipios do Algarve. O que nos leva a outra conclusão, é que sendo a principal fonte de receitas destas regioes o Turismo, este é certamente um dos principais "clusters" do desenvolvimento regional.

Ora entao porque não promover mais o Turismo em regioes de parcos recursos economicos? Nao se pretende certamente ter mais Algarves por esse pais fora, porque certamente o Algarve tambem tem os seus problemas. Mas poderemos tirar conclusões uteis, para todos.
Mira possui recursos e potencialidades turísticas extraordinárias sobre as quais se tem vindo a desenvolver uma actividade economica relevante e com peso crescente na economia local (veja se o desenvolvimento da Praia de Mira nas ultimas décadas) e apresenta caracteristicas que permitem desenvolver o “cluster” Turismo-Lazer como um sector estratégico prioritário para o concelho. A estratégia de promoção e desenvolvimento deste “cluster” deve atender às múltiplas dimensões do sector, nomeadamente o potencial para aumento das receitas, para o combate ao desemprego, para a valorização do património natural e cultural da regiao, bem como para a melhoria da qualidade de vida dos mirenses e para a atenuação das assimetrias existentes entre o interior do concelho a as zonas costeiras.
O futuro do sector turistico em Mira passa por uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, económica e social, no quadro de um novo modelo de desenvolvimento do turismo que privilegie a qualidade, seja em termos de ambiente do destino turístico, seja no que refere aos empreendimentos e serviços turísticos.
Joao Luis Pinho

terça-feira, outubro 10, 2006

Limpeza e reflorestação na Barrinha

Acção de reflorestação e limpeza na Barrinha

Sob o lema “coesão e ambiente”, elementos do grupo Accor participaram numa acção de protecção e embelezamento do local.O Comité de Desenvolvimento Sustentável da Accor em Portugal realizou, durante dois dias, na Barrinha de Mira, uma acção de coesão e sensibilização ambiental.

A iniciativa, ontem dada por concluída, teve como principal objectivo promover a coesão entre colaboradores e apresentar a nova Carta Ambiental dos Hotéis Accor. Neste período, cerca de uma centena de colaboradores dos hotéis Ibis, Novotel, Mercure e Sofitel limparam e reflorestaram uma zona ribeirinha da Barrinha de Mira, que se encontra degradada. Com o apoio da divisão de ambiente da autarquia, foram escolhidas 50 árvores (choupos negros, choupos tremedores, salgueiros, freixos e amieiros), para plantar no local. Paralelamente, os elementos que integraram esta acção desenvolveram uma acção de limpeza.
Verificou se que foram diversos os objectos que, ao longo do tempo, foram abandonados naquele espaço. Desde guarda-chuvas, passando por pedaços de ferro, havia de tudo um pouco, provando que a população em geral não preserva, da melhor forma, aquela zona verde, que todos os anos atrai muitos visitantes.
Em declarações, Maximiano Pestana, líder do grupo do Comité Ambiente em Portugal, destacou que estas acções visam “sensibilizar os colaboradores do grupo”.Carta ambiental reformuladaRelançada em Junho deste ano, a nova Carta Ambiental dos Hotéis Accor foi totalmente reformulada e adaptada aos problemas ambientais da actualidade. Este projecto, que revela claramente o interesse e a aposta da Accor no turismo sustentável, assenta oito grandes grupos – energia, água, águas residuais, resíduos, camada de ozono, biodiversidade, compras ecológicas e certificação.Para Portugal foram definidas como prioritárias 26 acções, que constam na Carta Ambiental e que deverão ser implementadas até ao final de 2006. Algumas destas iniciativas a cumprir foram sugeridas pelos colaboradores portugueses na acção de sensibilização ambiental realizada em 2005. A Carta Ambiental propõe uma base comum para adequar processos à preservação dos recursos do planeta com um conjunto de acções que já provaram a sua eficácia nas unidades do Grupo. O documento reflecte a preocupação da Accor com o ambiente e constitui uma oportunidade para mostrar aos clientes que é possível conciliar objectivos ambientais com qualidade de serviço, através de diferentes hábitos de consumo.
BARRINHA - Zona húmida de importância regional A Barrinha de Mira, com uma superfície de água de cerca de 38 hectares, é uma zona húmida de importância regional. Pelas suas características apresenta distintos valores associados, nomeadamente valor cultural, produtos, reservatório de biodiversidade, defesa contra cheias, turismo e recreio. Só a sua utilização responsável e sustentável permitirá manter o seu potencial e ir ao encontro das necessidades e aspirações das gerações vindouras. Numerosas operações de preservação do ambiente repousam sobre a boa vontade dos cidadãos, das instituições e das empresas.Esta acção de voluntariado teve como objectivos gerais limpar resíduos diversos e arborizar com árvores ribeirinhas a margem da Barrinha. Com esta acção de limpeza e arborização é possível fixar, proteger e valorizar a margem da Barrinha, aumentar a biodiversidade local, embelezar a paisagem, incrementando valores estéticos, de cor e forma, e novos odores, entre outros aspectos.

Para uma Reflexão

dedo na ferida

"É fundamental a criação de um juízo de censura , de um desejo de punibilidade existente na consciência moral do homem médio, que por isso deve ser sensibilizado para o problema". As palavras são do novo procurador -geral da República, Pinto Monteiro, sobre o combate à corrução.
E são palavras certeiras porque, por muitas leis e investigações que haja, essencial mesmo é criar um clima. Um clima que gere a convicção de que os crimes são punidos e os "grandes" não se safam, um clima que crie sentimentos de repulsa pela corrupção, a começar pela pequena corrupção.Não se julgue, porém, que é tarefa fácil.
É um problema profundo de educação, que seguramente demorará muito tempo a alterar. É uma aprendizagem que pode começar na escola, onde é preciso que os alunos saibam que não devem copiar. É uma aprendizagem que pode ser levada para a estrada, onde se excede o limite de velocidade se a Polícia não estiver por perto. Esquecemo-nos que não se deve copiar, que o Código é para cumprir mes mo quando a Polícia não está a ver. Esta aprendizagem vai ter de se estender aos locais de trabalho e a pequenos gestos do nosso dia-a- dia, aparentemente sem importância mas que criam um clima desculpabilizante. Vivemos enredados em práticas de gravidade diversa que tendemos a desculpabilizar. Falta-nos o "juízo de censura", uma medida ética. E não sendo desejável que cada um de nós se torne no polícia do vizinho, a verdade é que esse juízo e essa medida seriam suficientes para eliminar comportamentos que minam a vida em sociedade, suficientes também para viabilizar tanta investigação que esbarra em fintas em vez de contar com a colaboração.
Pinto Monteiro pôs o dedo na ferida. A verdade é que ele vai ter de fazer o seu trabalho com as condições que há. Bom será que, numa próxima geração, outro PGR jánão sinta necessidade de alertar para o problema..." (inJN)

sexta-feira, outubro 06, 2006

AS MARES VIVAS MAIS FORTES DOS ULTIMOS 25 ANOS


O próximo mês de Outubro vai ter as marés vivas mais fortes dos últimos 25 anos. “Os dias em que se prevêem as maiores subidas no nível da água serão 7 e 8 de Outubro”, diz Leonor Martins, investigadora do Instituto Hidrográfico.

Acrescenta que a diferença de amplitude das marés pode ser de apenas alguns centímetros, mas se nessa altura se registarem baixas pressões atmosféricas, causadoras de mau tempo, a subida do nível do mar pode chegar a 30 a 40 centímetros acima do que é habitual. Fátima Espírito Santo, do Instituto de Meteorologia (IM), diz que a pressão urbanística e a destruição das dunas podem agravar o efeito das marés: “A erosão é notória em algumas praias, por isso, mesmo uma subida ligeira do mar pode ter efeitos desastrosos.”A culpa das marés vivas é da Lua. É o seu alinhamento com o Sol que faz deslocar a massa de água dos oceanos, devido à atracção da força da gravidade. Este ciclo coincide com a lua cheia e a lua nova e tem um pico a cada 18,6 anos. As tabelas astronómicas apontam o ano de 2006 para se registar um ponto máximo. O fenómeno é mais intenso no período dos equinócios de Primavera e de Outono, quando o Sol está alinhado com o equador, potenciando a força gravitacional dos astros.Algumas zonas são particularmente vulneráveis às marés vivas. Leonor Martins explica que a região de Aveiro e da Ria Formosa, no Algarve, são geralmente mais afectadas pela subida do nível do mar: “Como têm terrenos muito planos de baixa altitude junto à costa são mais facilmente alagadas”, diz. Mas há outros pontos do planeta em que os efeitos podem ser muito mais graves. As autoridades da Irlanda e do Reino Unido lançaram um aviso às populações salientando o risco de inundações provocadas pelas marés vivas.
DESDE OS GREGOS E BABILÓNIOS Foi Seleuco (365-283 a.C.), filósofo e cientista da Babilónia, o primeiro a associar as marés com a influência da Lua. O sábio verificou que a subida das águas coincidia com os períodos de lua cheia e lua nova, apenas com alguns desfasamentos. Mais tarde, outro sábio da antiguidade clássica, Plínio, o Velho (23-79 d.C.) também estudou o assunto e confirmou a importância do satélite natural da Terra nas marés e associou-o também à influência do Sol. Apesar de não conhecer ainda as leis da gravidade, o sábio estabeleceu nessa época uma tabela de marés que ainda hoje se mantém actual.
DICIONÁRIO
BAIXA-MARÉ o nível das águas do mar no fim da vazante, quando se conservam paradas. O fenómeno também se verifica nos estuários dos rios, sendo mais acentuado quanto mais próximo se está da foz.PREIA-MARÉ o maior nível atingido pelas águas do mar no fim da enchente (também é correcto escrever ‘praia-mar’, mas este não é o termo naútico).AMPLITUDEA diferença entre as alturas da preia-mar e baixa-mar. A amplitude máxima dá-se por ocasião das marés vivas equinociais. A amplitude média ocorre por ocasião das marés vivas médias. A amplitude mínima corresponde à menor elevação das águas.MARÉS MORTAS Ocorrem quando a Lua está em quarto crescente ou minguante. Nesta situação, a amplitude das marés é baixa.MARÉS VIVAS Verificam-se durante a lua nova e cheia e caracterizam-se por preia-mares de grande altura e baixa-mares muito baixas.
Fontes: Associação Nacional de Cruzeiros e Instituto Hidrográfico

quinta-feira, outubro 05, 2006

Nova lota para a Praia de Mira


Pescadores de arte xávega vão ter melhores condições Uma nova lota construída de raiz, quatro armazéns e todo o espaço remodelado é o resultado do projecto aprovado para a requalificação da zona Norte da Praia de Mira.
Autarquia, CCDRC e Docapesca assinaram ontem o protocoloMais de um milhão de euros vão ser investidos na zona Norte da Praia de Mira. Zona altamente degradada que, dentro de aproximadamente um ano, vai ter uma nova fisionomia. Os pescadores de arte xávega, informados sobre todo o projecto que vai transformar aquela zona, depois de alguma desconfiança, chegaram à conclusão de que esta empreitada, afinal, é imprescindível e benéfica para a sua actividade (ver depoimentos nesta página).O protocolo de cooperação para a requalificação desta zona da Praia de Mira foi ontem assinado entre as três entidades parceiras no projecto, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC), Câmara de Mira e Docapesca.Na ocasião, João Reigota relevou a importância do projecto, que vai permitir não só a recuperação de toda aquela zona piscatória, «mas praticamente toda a alameda da Praia», que passará (depois da conclusão do empreendimento) a ser mais atractiva para o turismo, e captará outro tipo de interesse a quem visita a Praia de Mira. Ou seja, para Reigota, este investimento (mais um no concelho), significa «um importante passo no desenvolvimento das pescas».A Docapesca, por sua vez, através do administrador Joaquim Ortiz, lembrou que a sua empresa comercializa «em exclusivo» o pescado fresco em Portugal e, por isso, tem de operar em condições impostas pela União Europeia, ou seja, «com regras de higiene e segurança», o que não acontece, actualmente, com a lota da Praia de Mira.«Bruxelas exige que as lotas de pescado cumpram os requisitos a que são obrigadas e, por isso, abraçámos este projecto com satisfação», explicou Joaquim Ortiz, lembrando que a sua empresa «não tem a perspectiva do lucro imediato», mas sim de «utilidade pública». Por isso registou, com agrado, a iniciativa de a autarquia «ter decidido desenvolver este projecto».José Manuel Martins, vice-presidente da CCDRC relevou a necessidade da requalificação da zona Norte da Praia de Mira, não só face às necessidades de instalações de um posto de venda de apoio ao núcleo piscatório como, também, sob o ponto de vista do ordenamento, salientando que a pressão do mar é intensa, que está a regredir e a avançar e que este [mar] «vai constituir um perigo iminente nos próximos anos».«Este projecto é útil do ponto de vista do ordenamento, mas também do ponto de vista da segurança», referiu o responsável da CCDRC, sustentando que a projectada requalificação daquela zona piscatória da Praia de Mira vai ser útil, também, «para atrair turistas».

quarta-feira, outubro 04, 2006

V Jornadas Culturais da Gândara dedicadas ao poeta Bingre


Depois de seis anos de interregno – a ultima edição foi em 2001 – vai se realizar mais uma Jornada Cultural da Gândara: a V.

Desta vez, terá lugar nos dias 4, 5 e 6 de Outubro, estando as principais actividades localizadas na nova Casa Municipal de Música, que como se sabe, foi tema bastante “quente” na última campanha eleitoral para as eleições autárquicas de Outubro de 2005: Durante 4 anos fechada, apenas foi inaugurada já no fim do mandato do executivo do Dr. Mário Maduro e que pela primeira vez será o palco principal de uma iniciativa cultural desta envergadura.
Recordemos que as anteriores edições destas Jornadas tiveram grande eco na sociedade cultural da região.
Este ano o tema principal serão as comemorações dos 150 anos da morte do Poeta Bingre, que viveu e morreu na Vila de Mira.
A Sessão Inaugural das Jornadas terá lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Mira, com diversas intervenções ao “redor” do Poeta Bingre, seguindo-se uma série de iniciativas que terão lugar em diversos outros espaços, como por exemplo, Jardim Municipal e o Centro Cultural e Recreativo da Praia de Mira. O programa ainda inclui diversos debates sobre a História de Mira e da Região da Gândara.
Serão ainda apresentados dois livros de autores ou sobre temas locais: “É sempre tempo p'ra nascer” do poeta popular, amigo e sempre sorridente, Sr. JOÃO NOGUEIRA, que há muitos anos vive na Praia de Mira e ainda “Em Busca de Identidades Aspectos Etnográficos – Históricos de Mira” do Mirense, mas radicado na cidade de Leiria, Dr. Mário Cupido”, advogado de profissão.
Bastante interessante será a apresentação de um pão preparado de acordo com uma receita deixada pelo Poeta Bingre, em forma de um Poema, numa iniciativa e organização da AAMARG.
Mais uma vez e durante três dias, Mira vai ser o “Centro” da Cultura da Gândara”.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Municipios reunem com Cavaco

"É de expectativa o ambiente que envolve a audiência que presidente da República concede hoje à Associação Nacional de Municípios Portugue ses (ANMP). Sobre a mesa estará a proposta do Governo de nova Lei das Finanças Locais, que a maioria dos autarcas tem vindo a contestar. A Oposição espera que o encontro de Fernando Ruas com Cavaco Silva possa ter um efeito mediador no conflito, uma vez que antecede uma reunião, marcada para depois de amanhã, entre o autarca e o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa. As câmaras receiam perder dinheiro com a nova lei, mas o Governo argumenta com a necessidade de equilibrar as contas públicas, numa discórdia que se arrasta há dois meses.
Os limites à capacidade de endividamento, as novas regras de distribuição de verbas e os mecanismos de autonomia fiscal das autarquias têm sido os principais pontos de discussão entre ANMP, que inicia depois de amanhã, um congresso extraordinário para debater o tema, e o secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita. O presidente da ANMP, Fernando Ruas, aponta o processo de discussão da nova lei como "o momento mais complicado" de sempre do poder local democrático e já ameaçou que as autarquias poderão deixar de apoiar os serviços do Estado na cedência de espaços, oferta de gasóleo às forças policiais ou fornecimento de consumíveis e reparações. O maior ponto de discórdia assenta no facto de o Governo querer impedir que as autarquias endividadas acumulem mais dívidas e engrossem a dívida total da Administração Pública, restringindo o acesso ao crédito. A ANMP acusa o Governo de sobrecarregar as autarquias com um "esforço suplementar" na contenção da dívida e de não aplicar o mesmo nível de exigência a si próprio e às empresas que controla. Para a ANMP, isto significa que nos próximos três anos, as autarquias deixarão de ter disponíveis entre 290 a 350 milhões de euros, um corte de cinco a seis por cento das receitas anuais. Mas Eduardo Cabrita, já garantiu que não haverá em 2007 qualquer redução nas transferências do Orçamento de Estado para as autarquias. A contestação ao diploma, aprovado em Conselho de Ministros a 27 de Julho, começou com a divulgação de que a lei prevê que as autarquias possam ficar com um máximo de 5% do IRS cobrado no seu território. Destes, 2% ficarão reservados aos municípios, que poderão optar por receber até mais 3%. Caso escolham não o fazer, a taxa de IRS no concelho será mais baixa que o previsto na lei, o que, segundo o Governo, aumentará a competitividade fiscal entre as autarquias e poderá atrair população para algumas zonas. "(in JN)

sexta-feira, setembro 29, 2006

Um comentario e um post...

UM POST
“As férias permitiram-me um olhar socialmente responsável pelas zonas costeiras onde andei, e constatar que, se algumas ilhas há com qualidade ambiental, a maioria do espaço que visitei não é apetecível, bem longe disso. É lamentável. Temos um país com características naturais únicas que deveríamos valorizar em termos Sustentáveis. A sua degradação/desvalorização contínua contra lucros fáceis e imediatos, assentes numa construção galopante e de má qualidade, e numa desordenada e caótica utilização do espaço vêm pondo em causa um bem comum e a sua capacidade de sustentação, a prazo, nomeadamente de actividades de Turismo Sustentável. Não serão a qualidade dos sistemas naturais e as funções que eles proporcionam, os principais activos da actividade turística? Não serão imperativas novas visões e estratégias que, faseadamente, conduzam este vibrante sector de actividade económica para um patamar de Sustentabilidade?
Certamente que os diversos intervenientes do sector, nomeadamente a administração central e local, conhecerão bem o conteúdo da Agenda 21 a nível local. O que está em causa são, não apenas objectivos de salvaguarda ambiental, mas, complementarmente, de criação de mais riqueza e de maior equidade social. Se é indubitável que o Turismo gera substanciais benefícios económicos, impacte positivo a potenciar, urge avaliar também os seus custos ocultos na vertente ambiental e social, e minimizá-los de forma a melhorar a própria Sustentabilidade económico-financeira. Tais custos associam-se ao consumo eco-ineficiente de recursos, à degradação do ar, água e solo, perda de biodiversidade, pressão social e cultural (tantas vezes relacionada com conflitos de utilização do espaço como recurso que é), produção de emissões e resíduos, e também a impactes devidos ao transporte de passageiros e mercadorias.”(C.P.)


UM COMENTARIO
“…já pensou na possibilidade de deixar as pessoas desenvolverem a sua actividade económica, tipo não fazerem como em cascais e erice ira onde as autoridades acabaram com a única actividade económica o TURISMO, primeiro fecharam as discotecas, depois os bares, em prol do descanso dos turistas claro, depois os turistas deixaram de vir... Porque não tinham animação... vá ver estas duas terrinhas senhora investigadora, venha ver como os iluminados que nos governam aconselhadas por peritos como a senhora destroiem este país. Venha ver que belos subúrbios são cascais e Ericeira, gangs, violência. Não á actividade económica, não há trabalho para os jovens…”

É isto que pretendemos com este blog

quinta-feira, setembro 28, 2006

Dia Mundial do Turismo em Lisboa e em Mira


Portugal foi o país escolhido pela Organização Mundial do Turismo (OMT) para assinalar este ano o Dia Mundial do Turismo, cujos actos oficiais tiveram lugar em Lisboa, sob o tema “Turismo Enriquece”, embora a data seja assinalada um pouco por todo o país (ao exemplo do que aconteceu em Mira) e durante uma semana. Foram debatidas questões relacionadas com o contributo do turismo para o desenvolvimento económico, social e das comunidades, bem como o papel deste sector para o fortalecimento da paz no mundo.“…indubitável que o turismo movimenta a economia mundial. Está em primeiro lugar no comércio mundial, obtém os maiores ganhos ao nível das exportações e emprega milhões de pessoas. A maioria dos postos de trabalho é criados em pequenas e médias empresas familiares.O turismo é vital para a balança de pagamentos de muitos países, em especial dos pequenos países em vias de desenvolvimento, para os quais esta actividade é a única forma de competirem no dinâmico sector global dos serviços. Os postos de trabalho e as empresas são normalmente criadas nas regiões mais subdesenvolvidas, contribuindo para ampliar as oportunidades económicas no país e incentivar a permanência dessas populações em zonas rurais.No entanto, a riqueza não se exprime apenas em termos económicos. O ambiente e a cultura locais beneficiam sempre que as receitas governamentais de bens e serviços relacionados com o turismo contribuem para restaurar monumentos, abrir museus e criar parques naturais. E, à medida que o turismo cresce, aumenta também a necessidade de desenvolver infra-estruturas. A construção de novos aeroportos, estradas, portos, estações de tratamento de água e esgotos, melhora também as vidas das populações locais.”
Também em Mira, e sob a égide da Câmara Municipal, realizaram-se algumas actividades em que a temática geral foi o fenómeno turístico, bem como visitas a alguns locais emblemáticos do concelho, vg. Praia de Mira, Paços Concelho, Lagoa (Moinhos de rodízio), Seixo, Carapelhos entre outros. Sabendo da importância que o Turismo tem neste concelho, e apesar da sazonalidade típica deste sector, bem como devido ao facto de uma quase exclusiva dependência do turismo de sol/mar, Mira apresenta-se em primeiro lugar ao nível da capacidade de Alojamento, dormidas, taxa de ocupação e estadia média por hospede nos estabelecimentos Hoteleiros, entre os concelhos vizinhos (Cantanhede e vagos) o que indica que é um local apetecível e ainda procurado por bastantes turistas. A aposta num futuro próximo poderá ser ao nível do aumento da oferta de produtos, diversificação da oferta existente e um melhor articulação entre os diversos intervenientes do sector ao nível do concelho e da região. (J.P.)
Notas: Os dados apresentados apenas abrangem os estabelecimentos classificados na Direcção Geral do Turismo.
O total não corresponde à soma das partes em virtude de não ser publicada alguma informação de menor expressão quantitativa.
Fonte: Icep-Portugal, INE

terça-feira, setembro 26, 2006

Escola de Mira e DREC oferecem vaga a vereadora

"Escola de Mira e DREC “ofereceram” vaga a vereadora

Uma vereadora do PSD da Câmara de Mira vai ocupar uma vaga para o ensino especial na Escola Secundária local, SEM CONCURSO
O conselho executivo confirma a sua proposta à DREC.Uma professora do ensino básico mas especializada no ensino especial, com anos de docência nesta área em várias instituições (CERCIS), está indignada com a Escola Secundária de Mira, que, disse ontem ao nosso Jornal, preencheu uma vaga naquele estabelecimento de ensino «por convite a uma pessoa de Mira».A referida professora, que pretende manter o anonimato, diz ter tido conhecimento «por uma colega de profissão» de uma vaga para o ensino especial naquela escola de Mira. Resolveu candidatar-se e, por isso, foi à escola fazer a inscrição. «Fiquei incrédula!», conta, afirmando que na secundária de Mira lhe comunicaram «que a vaga para o ensino especial iria ser preenchido por uma pessoa de Mira, mas por convite». Mais, esta docente, depois de perguntar como é que era possível preencher a vaga «sem haver um concurso, sem uma publicação», garante que na própria escola lhe disserem «para estar muito caladinha para não haver problemas».«Mas onde estamos nós?», questiona esta professora, indignadíssima, quando soube que a referida vaga vai ser preenchida «por uma vereadora da Câmara de Mira», mais concretamente do PSD [Lurdes Mesquita], que lecciona num estabelecimento de ensino de Tábua, «que não tem formação e experiência nesta área de ensino».Por isso a docente pergunta: «não há ilegalidade neste processo?; o candidato não tem de ter experiência e ser habi-litado para as funções que vai desempenhar?».Considerando que houve «algo mais que uma simples colocação» de um professor», a docente considera que a situação «é grave de mais para ser verdade», e que o mesmo tem de ser esclarecido «pelas autoridades superiores», afiançando que vai denunciar este caso «ao primeiro-ministro, ao Ministério da Educação e à Direcção Regional de Educação».Dizendo que «não se fala noutra coisa em Mira», e afirmando estar «com medo» devido à ameaça que lhe fizeram na secundária de lhe «estragarem a vida», a docente diz que «isto não passa de uma jogada», explicando os contornos. «A tal vaga é para uma vereadora do PSD; o presidente do conselho executivo também é do PSD; dois destacados membros deste partido (indicou os nomes) dão-se muitíssimo bem com a tal vereadora, e estes pediram a um elemento da DREC (também mencionou o nome), igualmente do PSD, para orientar esta questão à senhora que estava a dar aulas em Tábua».
Contradições
O Diário de Coimbra colocou esta questão suscitada pela referida professora ao presidente do Conselho Executivo da Secundária de Mira, e Fernando Rovira confirmou ter proposto o nome da vereadora da Câmara de Mira à DREC. Este responsável, no entanto, não soube explicar como é que Lurdes Mesquita soube da vaga aberta no estabelecimento de ensino.De acordo com Fernando Rovira, o conselho executivo recebeu informação via “fax” da DREC «no dia 15 de Setembro, sexta-feira», a propor a referida vaga para o ensino especial; e que a escola devia «indicar um nome até ao dia 18, segunda-feira».Aqui é que parece estar o “enredo” desta alegada irregularidade. Como é que Lurdes Mesquita soube, durante um fim-de-semana (dias 16 e 17 de Setembro, sábado e domingo, um dia depois da escola abrir a vaga, sexta-feira 15), e ter ido na segunda-feira seguinte, dia 18, candidatar-se ao lugar, quando outras professoras - e a que denunciou o caso - não tiveram acesso a essa informação?.«Não sei! O que sei é que essa professora foi a primeira que apareceu e por isso foi a que apresentámos à DREC. A proposta é, realmente, nossa [da escola] mas a decisão foi da DREC», disse Fernando Rovira, descartando responsabilidades, confirmando que a professora proposta é, efectivamente, «uma vereadora da Câmara de Mira», recusando confirmar o seu nome.O Diário de Coimbra falou também com a vereadora Lurdes Mesquita, a professora indicada pela secundária de Mira à DREC para ocupar o lugar aberto no ensino especial, e esta começou por dizer que vai, provavelmente, «iniciar funções quarta-feira (amanhã)». Questionada se conseguiu o lugar através de um concurso, Lurdes Mesquita foi peremptória: «Sim, concorri e fui seleccionada» , entendendo que o que se passou foi um concurso. Mas, ressalvou, não «comento procedimentos do Ministério da Educação»" (in. D.C.)