terça-feira, outubro 10, 2006

Limpeza e reflorestação na Barrinha

Acção de reflorestação e limpeza na Barrinha

Sob o lema “coesão e ambiente”, elementos do grupo Accor participaram numa acção de protecção e embelezamento do local.O Comité de Desenvolvimento Sustentável da Accor em Portugal realizou, durante dois dias, na Barrinha de Mira, uma acção de coesão e sensibilização ambiental.

A iniciativa, ontem dada por concluída, teve como principal objectivo promover a coesão entre colaboradores e apresentar a nova Carta Ambiental dos Hotéis Accor. Neste período, cerca de uma centena de colaboradores dos hotéis Ibis, Novotel, Mercure e Sofitel limparam e reflorestaram uma zona ribeirinha da Barrinha de Mira, que se encontra degradada. Com o apoio da divisão de ambiente da autarquia, foram escolhidas 50 árvores (choupos negros, choupos tremedores, salgueiros, freixos e amieiros), para plantar no local. Paralelamente, os elementos que integraram esta acção desenvolveram uma acção de limpeza.
Verificou se que foram diversos os objectos que, ao longo do tempo, foram abandonados naquele espaço. Desde guarda-chuvas, passando por pedaços de ferro, havia de tudo um pouco, provando que a população em geral não preserva, da melhor forma, aquela zona verde, que todos os anos atrai muitos visitantes.
Em declarações, Maximiano Pestana, líder do grupo do Comité Ambiente em Portugal, destacou que estas acções visam “sensibilizar os colaboradores do grupo”.Carta ambiental reformuladaRelançada em Junho deste ano, a nova Carta Ambiental dos Hotéis Accor foi totalmente reformulada e adaptada aos problemas ambientais da actualidade. Este projecto, que revela claramente o interesse e a aposta da Accor no turismo sustentável, assenta oito grandes grupos – energia, água, águas residuais, resíduos, camada de ozono, biodiversidade, compras ecológicas e certificação.Para Portugal foram definidas como prioritárias 26 acções, que constam na Carta Ambiental e que deverão ser implementadas até ao final de 2006. Algumas destas iniciativas a cumprir foram sugeridas pelos colaboradores portugueses na acção de sensibilização ambiental realizada em 2005. A Carta Ambiental propõe uma base comum para adequar processos à preservação dos recursos do planeta com um conjunto de acções que já provaram a sua eficácia nas unidades do Grupo. O documento reflecte a preocupação da Accor com o ambiente e constitui uma oportunidade para mostrar aos clientes que é possível conciliar objectivos ambientais com qualidade de serviço, através de diferentes hábitos de consumo.
BARRINHA - Zona húmida de importância regional A Barrinha de Mira, com uma superfície de água de cerca de 38 hectares, é uma zona húmida de importância regional. Pelas suas características apresenta distintos valores associados, nomeadamente valor cultural, produtos, reservatório de biodiversidade, defesa contra cheias, turismo e recreio. Só a sua utilização responsável e sustentável permitirá manter o seu potencial e ir ao encontro das necessidades e aspirações das gerações vindouras. Numerosas operações de preservação do ambiente repousam sobre a boa vontade dos cidadãos, das instituições e das empresas.Esta acção de voluntariado teve como objectivos gerais limpar resíduos diversos e arborizar com árvores ribeirinhas a margem da Barrinha. Com esta acção de limpeza e arborização é possível fixar, proteger e valorizar a margem da Barrinha, aumentar a biodiversidade local, embelezar a paisagem, incrementando valores estéticos, de cor e forma, e novos odores, entre outros aspectos.

4 comentários:

Carlos Monteiro disse...

As intervenções que se fizeram e se propõem, passam por uma requalificação ambiental de toda a área envolvente a nível paisagístico. Isso é muito importante para o nosso turismo e para o sistema hídrico, mas não vai resolver o problema da eutrofização

A Barrinha constitui um importante ecossistema húmido, e tem sofrido assoreamento e afluências de águas com poluentes que têm provocado situações de eutrofização.
O leito e as margens como importantes ecossistemas que são, têm sido muito afectados, por poluições que têm degradado a qualidade das suas águas e reduzido as comunidades de macro-invertebrados e as espécies da ictiofauna. Outros têm sido afectados por fenómenos erosivos com arrastamento de leitos e margens. Impõe-se, pois, a sua recuperação e renaturalização para que possam voltar a desempenhar importantes funções naturais e a assumir-se como importantes corredores ecológicos.

O excesso de fertilizantes usados na agricultura, são em grande parte a causa da poluição existente, porque vão infiltrar-se no solo, depois são arrastados para os cursos de água, originando progressivamente a sua poluição. Estes são produtos químicos biodegradáveis que ao final de algum tempo, são decompostos pela acção de bactérias. São exemplos de poluentes biodegradáveis: o detergente, insecticidas, fertilizantes, etc.
Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contêm grandes concentrações de nitrogénio e fósforo. Esses poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas aquáticas, especialmente as algas, que transformam a água em algo semelhante a um caldo verde, fenómeno também conhecido por floração das águas.
Em alguns casos, a superfície é recoberta por um "tapete", formado pelo entrelaçamento de algas filamentosas. Com isso, ocorre a desoxigenação da água. Pode parecer incoerente. Afinal, as algas são seres que produzem o oxigénio durante a fotossíntese, assim, a quantidade de oxigénio deveria aumentar e não diminuir. De facto, as algas libertam oxigénio, mas o tapete superficial que elas formam faz com que boa parte desse gás seja libertado para a atmosfera, sem se dissolver na água. Além do que, a camada superficial de algas dificulta a penetração de luz, o que impossibilita a fotossíntese nas zonas inferiores, reduzindo a produção de oxigénio e a morte de vegetais. A decomposição dos vegetais mortos aumenta o consumo de oxigénio, agravando ainda mais a desoxigenação das águas.
A poluição da Barrinha tem sido um grave problema para o nosso concelho e para o seu progresso turístico, é tempo de por fim a esta situação. Uma vez que chegámos a esta situação, não vamos deixar que se alastre para causas muito piores do que aquelas que já existem, por isso contamos com a colaboração de todas as entidades publicas ou privadas, para resolvermos em definitivo o problema ambiental da nossa Barrinha.

Carlos Monteiro

Anónimo disse...

O provável aumento generalizado do tempo de lazer, especialmente nas últimas quatro décadas, os resultados do desenvolvimento do turismo, as mudanças globais do próprio conceito de desenvolvimento, requerem uma análise detalhada do planeamento e da implementação de qualquer projecto turístico, pois certamente surgirão impactos nocivos para o espaço envolvente.
Considerando o turismo como um agente de mudança e o desenvolvimento como um processo contínuo, a necessidade de uma observação constante justificam a realização de diversos estudos, como forma de diminuir os prováveis impactos menos desejados. Além disso, o espaço rural (enquanto aquele que melhor ligação apresenta com áreas naturais) apresenta uma oportunidade para um novo tipo de desenvolvimento turístico (turismo rural, turismo de natureza, ecoturismo, entre outros). A sua fragilidade e os seus problemas específicos devem, contudo ser objecto de atenta consideração.
O ecoturismo tem sido promovido como uma alternativa sustentável ao turismo de massas. É considerado um instrumento para a conservação do ambiente e para a melhoria do bem-estar das comunidades locais. Embora estejam a ser implementados projectos de ecoturismo em vários locais do mundo, a sua aplicação está sobretudo focada nos países em desenvolvimento devido à sua riqueza em áreas naturais e biodiversidade. A manutenção das áreas naturais é efectuada através das receitas provenientes do ecoturismo. Os ecoturistas sentem assim estar a contribuir para a melhoria da sustentabilidade. A participação da comunidade local é um factor muito importante para o sucesso do ecoturismo e este, por sua vez, traz grandes benefícios ao desenvolvimento das comunidades.
Assim, e sabendo do trabalho desempenhado nestes últimos tempos por autarquias, associações, entre outros, é sempre de louvar quando uma iniciativa como esta ocorre. A população civil várias vezes tem mostrado a sua disponibilidade (basta ver o trabalho efectuado pela AAMARG, nas suas diversas actividades, com o recurso a voluntários do nosso concelho) o que demonstra que a população mirense, apesar de muitas vezes criticada, possui, ainda que de uma forma embrionária, uma certa consciência ambiental.

A todos eles um bem haja… e saudações ambientais

Anónimo disse...

Sr. Carlos Monteiro
è mesmo um problema complicado, assim se verifica pelas suas boas explicações.
Uma pergunta de quem nada entende: quando se pode tomar banho novamente e à vontade na Barrinha ?
Teorias estou eu farto ....venham lá as soluções práticas ....
Melro sem pio

Carlos Monteiro disse...

Olhe senhor Melro sem pio,

Quando se retirarem todas as lamas orgânicas existentes no fundo da Barrinha e isso só será possível, através da dragagem de todo o nosso sistema hídrico.
Quando os executivos municipais ou os governos fizerem alguma coisa para reverter esta situação.
Quando as nossas entidades fiscalizadoras aplicarem a lei da agricultura regional, contra os excedentes de insecticidas, pesticidas e fertilizantes agrícolas, que como sabe prejudicam a saúde pública.

Tenho esperança de que as coisas melhorem. Sou simplesmente um cidadão que exige os seus direitos e que quer ver o seu concelho bem tratado. Não tenho outros motivos mais profundos que não sejam os estritamente de defesa dos nossos recursos naturais.


No entanto deixe-me dizer-lhe, que o que o senhor considera teoria, eu considero fundamental para garantir a qualidade dos nossos recursos hídricos e fomentar o seu uso eficiente.
Mais simples que isto, confesso que não sei explicar!

Carlos Monteiro