terça-feira, outubro 24, 2006

Agricultura Biologica

A agricultura é na generalidade dos países desenvolvidos, e em particular em Portugal, considerada como um sector com baixo dinamismo empresarial, com baixa atractividade para o investimento e baixo peso no PIB.
No entanto, do ponto de vista ambiental, por outro lado, a agricultura tem um peso muito superior ao peso que representa no PIB. Este peso reflecte-se na sua ocupação do solo, no seu impacte (negativo) sobre a biodiversidade, no seu consumo de água e no seu contributo para a poluição da água. Adicionalmente, diversos estudos têm vindo a demonstrar que a alimentação, analisada no seu ciclo de vida, representa uma das principais componentes do impacte ambiental do consumo.

Vemos também uma crescente importância dada na comunicação social aos problemas da segurança alimentar, com múltiplos escândalos relacionados com falhas nessa segurança alimentar, como a BSE ou os nitrofuranos.
Suponha agora que era possível juntar consumidores, agricultores e ambientalistas, a trabalhar em conjunto num projecto que permitisse dinamizar empresarialmente a agricultura biológica, promovendo junto dos consumidores produtos sustentáveis e com garantia de segurança alimentar, rigorosamente controlados no agricultor.
A agricultura sustentável é o resultado do uso da interacção dos métodos alternativos que utilizam a agricultura biológica, a biodinâmica, o controle biológico e o natural, visando o desenvolvimento de uma agricultura com o menor prejuízo possível ao meio ambiente e à saúde humana, onde se tenta aproximar o equilíbrio estabelecido nas relações entre os recursos naturais envolvidos nos sistemas produtivos agrícolas, do equilíbrio natural de um sistema ecológico.
O solo que sai das lavouras causa assoreamento e a poluição nos rios e represas, condição que acaba por afectar a potabilidade da água fornecida aos animais e aumentar o custo de tratamento da água fornecida à população urbana. A erosão do solo provoca perdas de solo, nutrientes e matéria orgânica; diminui a capacidade de armazenamento de água; altera os atributos físicos, químicos e biológicos do solo e promove a estagnação do rendimento das culturas a níveis abaixo do seu potencial produtivo. Além disso, a erosão do solo causa também problemas ambientais, económicos e sociais. Esta situação provoca a redução lucrativa da exploração e, ao mesmo tempo, tornam os produtos menos competitivos no mercado. Isso contribui para que muitos agricultores sejam levados à falta de estímulo e ao consequente abandono da agricultura. Com isso, agravam-se os problemas sociais em prejuízo de toda a sociedade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 20.000 pessoas morrem por ano e milhões são envenenados directa ou indirectamente pelos efeitos dos agrotóxicos. Além disso, a própria terra torna-se inaproveitável pela contaminação por agrotóxicos reiteradamente usados, sendo este um dos factores de redução da sua capacidade, além de que os pesticidas prejudicam a saúde humana, contaminam a água, agridem os ecossistemas e deixam as pragas mais resistentes. Isto aliado à erosão, à desertificação e ao desaparecimento dos produtos nutrientes, por serem as mais significativas causas da degradação não somente dos solos, mas afectam em diversos graus, todos os recursos naturais, de forma directa e indirecta, resultantes dos maiores problemas da agricultura.
Estas constatações mostram a necessidade de se modificar a forma de agricultura, surgindo a emergente agricultura biológica. Dentro deste novo panorama, várias áreas da ciência têm mostrado respostas altamente significativas no desenvolvimento e adequação de estratégias tecnológicas, com custos baixos, altamente eficientes e adaptáveis à maioria das condições dos agricultores. Porém o maior desafio que ainda persiste na adequada transferência desta tecnologia é a completa aceitação/adaptação pelo principal beneficiado: o agricultor.
Entre as práticas de uso do solo com o objectivo de reverter o processo de degradação, as práticas vegetativas (cobertura do solo, adubação verde, rotação de culturas, cultivo mínimo e plantio directo) têm-se mostrado altamente eficientes. Além disso, outros factores benéficos tais como a recuperação de áreas degradadas, reciclagem de nutrientes, redução da infestação por plantas daninhas, pragas e doenças e a possibilidade de integração com a pecuária, são possíveis com o uso de tais práticas.
Entre estas tecnologias, pode-se citar o desenvolvimento e o avanço obtido para a agricultura biológica, que se tornou possível com a utilização de insecticidas biológicos, adubos naturais e esterco animal para fertilizar os campos, optando ainda o agricultor pela forma rotativa de colheitas para “não cansar o solo”. Sabe-se também que algumas empresas já estão a produzir enzimas que aumentam a dissolução do mineral fósforo contido nas rações para animais, diminuindo assim a contaminação do solo e da água quando os seus dejectos são utilizados como adubo orgânico.
Apesar da oferta e da procura ter aumentado, os produtos de agricultura biológica ainda não se encontram com muita facilidade. Só em grandes superfícies comerciais e em lojas especializadas mas a diferença dos preços deixam muitos consumidores reticentes. Os agricultores encontram grandes dificuldades na distribuição dos seus produtos. As grandes superfícies garantem a compra mas pagam o que querem, e as perdas (produtos não vendidos) são suportadas pelo próprio produtor. Por isso há todo o interesse em evitar essa intermediação com o consumidor final.

Soluções simples, mas eficientes são sempre muito bem vindas, principalmente as de baixo custo e adaptadas às condições locais, certamente, são um dos caminhos em que se pode ter a possibilidade de se promover a tão desejada sustentabilidade na agricultura. Algo aparentemente complexo, mas não inatingível, principalmente para quem tem o conhecimento, cria, adapta e aperfeiçoa a agricultura, contribuindo significativamente para a humanidade e para os recursos naturais.

Carlos Monteiro

segunda-feira, outubro 23, 2006

MAU TEMPO E MUITA AGUA

"Chuva e ventos fortes, sobretudo nas regiões Norte e Centro, afadigaram ontem os serviços de bombeiros, que acorreram a problemas de escoamento, inundações em casas, aluimentos e algumas quedas de árvores.


O alerta laranja lançado pela Protecção Civil abrangeu metade do país, tendo na outra metade, a Sul, vigorado o alerta amarelo, de risco mais mitigado. Entre a tarde de hoje e a manhã de amanhã vai diminuir a intensidade do vento e da chuva, mas logo haverá novo agravamento do estado do tempo. Segundo fonte dos bombeiros locais, Aveiro, Vagos, Oliveira do Bairro, Águeda e Albergaria tiveram, em alguns pontos, inundações domésticas e queda de árvores, o mesmo acontecendo em Castelo Branco, Mira, Figueira da Foz e Guarda.
O Instituto de Meteorologia (IM) elevou, entretanto, de nove para 11 os distritos do Centro e Norte do país em alerta laranja (situação de risco moderado e elevado) devido ao mau tempo previsto para Castelo Branco e Guarda. Anteriormente, já estavam em alerta laranja os distritos de Leiria, Coimbra, Aveiro, Viseu, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.O Comando Naval informou, por seu turno, que, a barra de Aveiro teve de ser encerrada a embarcações de comprimento fora a fora inferior a 15 metros e a da Figueira da Foz fechada a embarcações de comprimento inferior a 11 metros.
Por falarmos de agua sabia que o novo regime tarifário aumenta preços da água no próximo ano
Os preços da água vão aumentar na maior parte dos municípios. Em média, cada metro cúbico deve passar a custar mais de um euro. Em Coimbra, a média praticada é de 72 cêntimos.O Governo está a preparar um novo regime de tarifas da água que visa uniformizar, no próximo ano, os preços praticados nos vários concelhos. Através do novo Regime Tarifário para a Água, deixará de haver preços tão díspares como os actuais passando a haver limites mínimos e máximos aplicáveis a todos os sistemas que abastecem os consumidores.
Num estudo comparativo entre vários concelhos do distrito de Coimbra, nota-se que, em média, os municípios do Litoral praticam preços mais baratos em relação aos concelhos do Interior, em particular no escalão mais alto dos respectivos tarifários. Exemplo disso são os casos de Mira, Cantanhede e Montemor-o-Velho. No entanto, o caminho a seguir parece ser o de uniformizar as tarifas, o que se traduzirá, nos municípios onde a água é mais barata, num aumento substancial do preço. Como explica Paulo Canha, "o custo de tratamento de água ronda 1,20 euros/m3. Se é vendida abaixo desse valor, é subsidiada". Aliás, o Instituto Regulador da Água e Resíduos defende a redução da disparidade de tarifas praticadas e que o preço cobrado aos cidadãos deve cobrir os custos reais da água"( DB/JN)

sexta-feira, outubro 20, 2006

PERIGO DIARIO na EN 109

"EN109 é “um perigo diário”
João Reigota revela-se “preocupado” com portagens na A17. Em causa não está o pagamento, mas sim as (más) condições em que se encontra a via alternativa, a EN109
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Na sequência do Governo ter anunciado a implementação de portagens nas SCUT, nomeadamente na auto-estrada da Costa de Prata (A17) que abrange a população da vila de Mira, João Reigota, edil de Mira, manifestou (...) a sua “preocupação relativamente a este assunto”. Para o autarca, o problema do pagamento de portagens aos utilizadores da A17 faz com que “a já esgotada e degradada EN109 ainda tenha mais movimento”. Segundo Reigota, a EN109, que passa pelo centro da vila de Mira, aguarda “há algum tempo as obras que estavam em PIDDAC e que nunca mais se concretizam”. Com a introdução do pagamento de portagens, o número de camiões que, actualmente, circula pelo centro de Mira “vai aumentar pondo em risco os cidadãos que por ali se deslocam”, considera Reigota lembrando que a estrada está transformada num verdadeiro “perigo diário”. Desagradado com esta medida, João Reigota disse que “quando há cinco anos as obras da A17 pararam junto a Mira não houve qualquer tipo de solidariedade por parte de outros autarcas. Como tal, “agora não vale a pena a solidariedade de alguns vizinhos”, acrescentou, numa alusão ao apoio entretanto demonstrado pelos autarcas de Ílhavo e Vagos quando a medida de implementação de portagens foi conhecida e que, quando a obra da A17 parou, nunca foi demonstrada.Questionado se vão ser tomadas medidas contra o anúncio de colocação de portagens na A17, João Reigota foi peremptório em afirmar: “Se tivesse que tomar alguma medida seria por causa do estado de degradação em que se encontra a EN109 e não pela introdução de portagens”. O autarca vai mais longe e explica:
A minha grande revolta é o estado em que se encontra a rede viária à entrada de Mira”. Um pouco agastado com esta situação, o autarca desafia os governantes a estarem “uma semana em Mira para analisarem as condições em que a estrada nacional se encontra”. Considerando que esta medida constitui um “entrave ao desenvolvimento de Mira”, o presidente da autarquia mirense remata “Farto-me de dizer que os camiões andam em cima das pessoas e ninguém vê isto”(in DB)
A situação já é mais que sabida por todos aqueles que por Mira passam e infelizmente, para os Mirenses sobretudo, a situação não tem resolução à vista. Pois com portagens na A17 certamente muitos dos Mirenses, que trabalham os concelhos a Norte de Mira, voltaram a utilizar a velhinha EN 109 no seu dia-a-dia, com todos os prejuizos que sabemos dai surgirem.

quinta-feira, outubro 19, 2006

II Jornadas Ambiente e Moinhos da AAMARG

Decorreu no passado fim de semana, no Aparthotel Miravillas, mais uma Jornada Ambiente e Moinhos da AAMARG, este ano sob o tema: Acção 21 - Novas Estratégias para o Ambiente
Durante a manha do dia 14, e nas instalações da unidade hoteleira, decorreram varias actividades entre as quais: Exposição de fotografias e posteres, Palestras e debates, tudo isto acompanhado no final por um almoço regional e por musica tradicional. Durante a tarde decorreram ainda actividades de educação ambiental, seguidas de palestras e de uma sessão de encerramento, o dia terminou com um magnifico convivio cultural e musical nos Moinhos da Fazendeira, algo que esta associação já nos tem habituado, e que sempre demonstra a força e o cultura da gandara...
Os objectivos das Jornadas deste ano:
"O desafio global para o desenvolvimento sustentável empreende uma harmonia entre toda a sociedade, a economia e o ambiente. Só uma maior intervenção da população local, suas autarquias e das associações permitirá o aperfeiçoamento para a sustentabilidade e consequente melhoria da qualidade de vida e do ambiente para esta geração e futuras. Esta Jornada pretendia sugerir novas estratégias e caminhos a adoptar para a sustentabilidade local, na esperança de não hipotecar necessidades futuras, bem como conhecer o diversificado património natural e cultural da região e suas potencialidade para o desenvolvimento do eco-turismo.
A comemorar o décimo segundo aniversário a AAMARG realizou este encontro, contando com diversos especialistas nacionais, para abordar e debater temas actuais, estudos e acções. Era dirigida a estudantes, técnicos e toda a população neste desafio global de participar no desenvolvimento sustentável da Região.
Com esta actividade a AAMARG mostrou, mais uma vez, a sua força e a energia que aplica na defesa dos valores culturais e ambientais da Gândara. Criticada por alguns (poucos) e amada por muitos, esta ainda jovem associação que visa promover a defesa e conservação do património natural ou construído, depende quase exclusivamente da participação dos seus sócios e amigos, tem sede em Mira, e é sem dúvida uma das mais activas associações ambientais da zona centro do país.
Faça se sócio voçê também, pois ao inscrever-se na AAMARG você está a contribuir para: promover, dinamizar e divulgar a cultura, a molinologia e o meio ambiente; incentivar projectos de requalificação ambiental e de recuperação de moinhos; alertar para os problemas culturais, ambientais e de saúde pública; promover postos de trabalho a bem de um melhor ambiente. Ao ser sócio você fará parte de uma importante associação regional, sem fins lucrativos, para a promoção e conservação do meio ambiente, que conta com cerca de 800 sócios... e sempre, sempre a crescer.
(João Luís Pinho)

terça-feira, outubro 17, 2006

Praga põe em perigo ecossistema

A eichhornia crassipesjacinto – é de origem brasileira. Uma só planta pode originar outra em duas semanas. A área total ocupada por esta planta é muito considerável no planeta. São múltiplos os prejuízos que resultam da sua proliferação, com destaque para a alteração dos biótopos aquáticos, tendo já sido observada rarefacção ou desaparecimento de peixes. No Sudão, a pesca à rede é impossível. A navegação e flutuação podem tornar-se impraticáveis e a higiene pública pode ser afectada pela decomposição de plantas e formação de águas estagnadas.

Nos EUA, os prejuízos causados por esta praga oscilam entre 5 e 14 milhões de dólares todos os anos.
A Barrinha está a ser invadida por milhares de jacintos, plantas de rápida reprodução."Se no ano passado eram alguns milhares, hoje são milhões e cada vez são mais e mais", Os jacintos são pequenas plantas aquáticas que têm uma capacidade de reprodução muito acelerada e que estão a começar a preocupar as populações ribeirinhas do nosso concelho. Junto às margens da barrinha e nos ramais hídricos (valas), um extenso tapete verde demonstra bem a capacidade de multiplicação da planta. Neste Verão a recente onda de calor, em que as temperaturas atingiram valores muito próximo dos 40 graus centígrados, as plantas reproduziram-se mais rapidamenteO processo de reprodução assexuada confere uma notável agressividade e uma só planta pode originar uma nova planta em duas semanas. Isto equivale a dizer que, num período vegetativo, de 15 de Outubro a 15 de Dezembro, 100 plantas podem originar mais de 200 mil. Estas características biológicas do jacinto-de-água explicam a sua célere expansão e densidade.

A planta coloca em risco o equilíbrio do nosso ecossistema hídrico, uma vez que forma um denso tapete que interfere na penetração da luz e provoca um abaixamento dos níveis de oxigénio. Uma situação que poderá matar muitas outras espécies, ao mesmo tempo que poderá impedir a navegação de pequenas embarcações. Os tapetes depois de formados destacam-se, com certa facilidade, funcionando como um ponto de partida de novas colónias.
Recorde-se que a praga não é nova e, nos últimos cinco anos, tem trazido consequências bastante penosas para o funcionamento do ecossistema do nosso sistema hídrico, para além das já existentes. "A Câmara Municipal de Mira já foi alertada para a situação, tem de meter mãos ao trabalho", a situação é alarmante, a limpeza tem de ser feita, o que deverá iniciar de imediato, senão teremos uma desgraça nas nossas mãos, porque haverá uma mortandade de peixes, transformando-se a barrinha num pântano. (Carlos Monteiro)

quinta-feira, outubro 12, 2006

Será o Turismo importante para Mira???


Será o sector do Turismo importante para o desenvolvimento do concelho de Mira?

Num recente comunicado do ministro António Costa, em que a temática era mais uma vez a proposta de Lei das Finaças locais, foram apresentados valores respeitantes aos municipios mais ricos do pais, aqueles que irao dar aos municipios mais pobres parte das suas receitas, (bem ao estilo do Robim dos Bosques, ou do nosso Zé do telhado), tendo o ministro feito o seguinte diagnóstico:

“Quando analisamos o montante que cada município recebe de impostos locais por habitante, constatamos uma variação entre um máximo de 790 euros em Loulé – quatro vezes a capitação média nacional, que é de 184 euros – e um mínimo de 31 euros por habitante em Cinfães, 25 vezes menos do que em Loulé”, mas desse diagnóstico também surgiram outras conclusoes, vg: "do universo das 27 autarquias mais ricas do País, 12 delas sao do Algarve (regiao que tem apenas 16 municipios) ", ora facilmente se constata que 75% dos Municipios do Algarve são "ricos", e que do universo dos municipios mais ricos do pais 44% sao municipios do Algarve. O que nos leva a outra conclusão, é que sendo a principal fonte de receitas destas regioes o Turismo, este é certamente um dos principais "clusters" do desenvolvimento regional.

Ora entao porque não promover mais o Turismo em regioes de parcos recursos economicos? Nao se pretende certamente ter mais Algarves por esse pais fora, porque certamente o Algarve tambem tem os seus problemas. Mas poderemos tirar conclusões uteis, para todos.
Mira possui recursos e potencialidades turísticas extraordinárias sobre as quais se tem vindo a desenvolver uma actividade economica relevante e com peso crescente na economia local (veja se o desenvolvimento da Praia de Mira nas ultimas décadas) e apresenta caracteristicas que permitem desenvolver o “cluster” Turismo-Lazer como um sector estratégico prioritário para o concelho. A estratégia de promoção e desenvolvimento deste “cluster” deve atender às múltiplas dimensões do sector, nomeadamente o potencial para aumento das receitas, para o combate ao desemprego, para a valorização do património natural e cultural da regiao, bem como para a melhoria da qualidade de vida dos mirenses e para a atenuação das assimetrias existentes entre o interior do concelho a as zonas costeiras.
O futuro do sector turistico em Mira passa por uma perspectiva de sustentabilidade ambiental, económica e social, no quadro de um novo modelo de desenvolvimento do turismo que privilegie a qualidade, seja em termos de ambiente do destino turístico, seja no que refere aos empreendimentos e serviços turísticos.
Joao Luis Pinho

terça-feira, outubro 10, 2006

Limpeza e reflorestação na Barrinha

Acção de reflorestação e limpeza na Barrinha

Sob o lema “coesão e ambiente”, elementos do grupo Accor participaram numa acção de protecção e embelezamento do local.O Comité de Desenvolvimento Sustentável da Accor em Portugal realizou, durante dois dias, na Barrinha de Mira, uma acção de coesão e sensibilização ambiental.

A iniciativa, ontem dada por concluída, teve como principal objectivo promover a coesão entre colaboradores e apresentar a nova Carta Ambiental dos Hotéis Accor. Neste período, cerca de uma centena de colaboradores dos hotéis Ibis, Novotel, Mercure e Sofitel limparam e reflorestaram uma zona ribeirinha da Barrinha de Mira, que se encontra degradada. Com o apoio da divisão de ambiente da autarquia, foram escolhidas 50 árvores (choupos negros, choupos tremedores, salgueiros, freixos e amieiros), para plantar no local. Paralelamente, os elementos que integraram esta acção desenvolveram uma acção de limpeza.
Verificou se que foram diversos os objectos que, ao longo do tempo, foram abandonados naquele espaço. Desde guarda-chuvas, passando por pedaços de ferro, havia de tudo um pouco, provando que a população em geral não preserva, da melhor forma, aquela zona verde, que todos os anos atrai muitos visitantes.
Em declarações, Maximiano Pestana, líder do grupo do Comité Ambiente em Portugal, destacou que estas acções visam “sensibilizar os colaboradores do grupo”.Carta ambiental reformuladaRelançada em Junho deste ano, a nova Carta Ambiental dos Hotéis Accor foi totalmente reformulada e adaptada aos problemas ambientais da actualidade. Este projecto, que revela claramente o interesse e a aposta da Accor no turismo sustentável, assenta oito grandes grupos – energia, água, águas residuais, resíduos, camada de ozono, biodiversidade, compras ecológicas e certificação.Para Portugal foram definidas como prioritárias 26 acções, que constam na Carta Ambiental e que deverão ser implementadas até ao final de 2006. Algumas destas iniciativas a cumprir foram sugeridas pelos colaboradores portugueses na acção de sensibilização ambiental realizada em 2005. A Carta Ambiental propõe uma base comum para adequar processos à preservação dos recursos do planeta com um conjunto de acções que já provaram a sua eficácia nas unidades do Grupo. O documento reflecte a preocupação da Accor com o ambiente e constitui uma oportunidade para mostrar aos clientes que é possível conciliar objectivos ambientais com qualidade de serviço, através de diferentes hábitos de consumo.
BARRINHA - Zona húmida de importância regional A Barrinha de Mira, com uma superfície de água de cerca de 38 hectares, é uma zona húmida de importância regional. Pelas suas características apresenta distintos valores associados, nomeadamente valor cultural, produtos, reservatório de biodiversidade, defesa contra cheias, turismo e recreio. Só a sua utilização responsável e sustentável permitirá manter o seu potencial e ir ao encontro das necessidades e aspirações das gerações vindouras. Numerosas operações de preservação do ambiente repousam sobre a boa vontade dos cidadãos, das instituições e das empresas.Esta acção de voluntariado teve como objectivos gerais limpar resíduos diversos e arborizar com árvores ribeirinhas a margem da Barrinha. Com esta acção de limpeza e arborização é possível fixar, proteger e valorizar a margem da Barrinha, aumentar a biodiversidade local, embelezar a paisagem, incrementando valores estéticos, de cor e forma, e novos odores, entre outros aspectos.

Para uma Reflexão

dedo na ferida

"É fundamental a criação de um juízo de censura , de um desejo de punibilidade existente na consciência moral do homem médio, que por isso deve ser sensibilizado para o problema". As palavras são do novo procurador -geral da República, Pinto Monteiro, sobre o combate à corrução.
E são palavras certeiras porque, por muitas leis e investigações que haja, essencial mesmo é criar um clima. Um clima que gere a convicção de que os crimes são punidos e os "grandes" não se safam, um clima que crie sentimentos de repulsa pela corrupção, a começar pela pequena corrupção.Não se julgue, porém, que é tarefa fácil.
É um problema profundo de educação, que seguramente demorará muito tempo a alterar. É uma aprendizagem que pode começar na escola, onde é preciso que os alunos saibam que não devem copiar. É uma aprendizagem que pode ser levada para a estrada, onde se excede o limite de velocidade se a Polícia não estiver por perto. Esquecemo-nos que não se deve copiar, que o Código é para cumprir mes mo quando a Polícia não está a ver. Esta aprendizagem vai ter de se estender aos locais de trabalho e a pequenos gestos do nosso dia-a- dia, aparentemente sem importância mas que criam um clima desculpabilizante. Vivemos enredados em práticas de gravidade diversa que tendemos a desculpabilizar. Falta-nos o "juízo de censura", uma medida ética. E não sendo desejável que cada um de nós se torne no polícia do vizinho, a verdade é que esse juízo e essa medida seriam suficientes para eliminar comportamentos que minam a vida em sociedade, suficientes também para viabilizar tanta investigação que esbarra em fintas em vez de contar com a colaboração.
Pinto Monteiro pôs o dedo na ferida. A verdade é que ele vai ter de fazer o seu trabalho com as condições que há. Bom será que, numa próxima geração, outro PGR jánão sinta necessidade de alertar para o problema..." (inJN)

sexta-feira, outubro 06, 2006

AS MARES VIVAS MAIS FORTES DOS ULTIMOS 25 ANOS


O próximo mês de Outubro vai ter as marés vivas mais fortes dos últimos 25 anos. “Os dias em que se prevêem as maiores subidas no nível da água serão 7 e 8 de Outubro”, diz Leonor Martins, investigadora do Instituto Hidrográfico.

Acrescenta que a diferença de amplitude das marés pode ser de apenas alguns centímetros, mas se nessa altura se registarem baixas pressões atmosféricas, causadoras de mau tempo, a subida do nível do mar pode chegar a 30 a 40 centímetros acima do que é habitual. Fátima Espírito Santo, do Instituto de Meteorologia (IM), diz que a pressão urbanística e a destruição das dunas podem agravar o efeito das marés: “A erosão é notória em algumas praias, por isso, mesmo uma subida ligeira do mar pode ter efeitos desastrosos.”A culpa das marés vivas é da Lua. É o seu alinhamento com o Sol que faz deslocar a massa de água dos oceanos, devido à atracção da força da gravidade. Este ciclo coincide com a lua cheia e a lua nova e tem um pico a cada 18,6 anos. As tabelas astronómicas apontam o ano de 2006 para se registar um ponto máximo. O fenómeno é mais intenso no período dos equinócios de Primavera e de Outono, quando o Sol está alinhado com o equador, potenciando a força gravitacional dos astros.Algumas zonas são particularmente vulneráveis às marés vivas. Leonor Martins explica que a região de Aveiro e da Ria Formosa, no Algarve, são geralmente mais afectadas pela subida do nível do mar: “Como têm terrenos muito planos de baixa altitude junto à costa são mais facilmente alagadas”, diz. Mas há outros pontos do planeta em que os efeitos podem ser muito mais graves. As autoridades da Irlanda e do Reino Unido lançaram um aviso às populações salientando o risco de inundações provocadas pelas marés vivas.
DESDE OS GREGOS E BABILÓNIOS Foi Seleuco (365-283 a.C.), filósofo e cientista da Babilónia, o primeiro a associar as marés com a influência da Lua. O sábio verificou que a subida das águas coincidia com os períodos de lua cheia e lua nova, apenas com alguns desfasamentos. Mais tarde, outro sábio da antiguidade clássica, Plínio, o Velho (23-79 d.C.) também estudou o assunto e confirmou a importância do satélite natural da Terra nas marés e associou-o também à influência do Sol. Apesar de não conhecer ainda as leis da gravidade, o sábio estabeleceu nessa época uma tabela de marés que ainda hoje se mantém actual.
DICIONÁRIO
BAIXA-MARÉ o nível das águas do mar no fim da vazante, quando se conservam paradas. O fenómeno também se verifica nos estuários dos rios, sendo mais acentuado quanto mais próximo se está da foz.PREIA-MARÉ o maior nível atingido pelas águas do mar no fim da enchente (também é correcto escrever ‘praia-mar’, mas este não é o termo naútico).AMPLITUDEA diferença entre as alturas da preia-mar e baixa-mar. A amplitude máxima dá-se por ocasião das marés vivas equinociais. A amplitude média ocorre por ocasião das marés vivas médias. A amplitude mínima corresponde à menor elevação das águas.MARÉS MORTAS Ocorrem quando a Lua está em quarto crescente ou minguante. Nesta situação, a amplitude das marés é baixa.MARÉS VIVAS Verificam-se durante a lua nova e cheia e caracterizam-se por preia-mares de grande altura e baixa-mares muito baixas.
Fontes: Associação Nacional de Cruzeiros e Instituto Hidrográfico

quinta-feira, outubro 05, 2006

Nova lota para a Praia de Mira


Pescadores de arte xávega vão ter melhores condições Uma nova lota construída de raiz, quatro armazéns e todo o espaço remodelado é o resultado do projecto aprovado para a requalificação da zona Norte da Praia de Mira.
Autarquia, CCDRC e Docapesca assinaram ontem o protocoloMais de um milhão de euros vão ser investidos na zona Norte da Praia de Mira. Zona altamente degradada que, dentro de aproximadamente um ano, vai ter uma nova fisionomia. Os pescadores de arte xávega, informados sobre todo o projecto que vai transformar aquela zona, depois de alguma desconfiança, chegaram à conclusão de que esta empreitada, afinal, é imprescindível e benéfica para a sua actividade (ver depoimentos nesta página).O protocolo de cooperação para a requalificação desta zona da Praia de Mira foi ontem assinado entre as três entidades parceiras no projecto, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC), Câmara de Mira e Docapesca.Na ocasião, João Reigota relevou a importância do projecto, que vai permitir não só a recuperação de toda aquela zona piscatória, «mas praticamente toda a alameda da Praia», que passará (depois da conclusão do empreendimento) a ser mais atractiva para o turismo, e captará outro tipo de interesse a quem visita a Praia de Mira. Ou seja, para Reigota, este investimento (mais um no concelho), significa «um importante passo no desenvolvimento das pescas».A Docapesca, por sua vez, através do administrador Joaquim Ortiz, lembrou que a sua empresa comercializa «em exclusivo» o pescado fresco em Portugal e, por isso, tem de operar em condições impostas pela União Europeia, ou seja, «com regras de higiene e segurança», o que não acontece, actualmente, com a lota da Praia de Mira.«Bruxelas exige que as lotas de pescado cumpram os requisitos a que são obrigadas e, por isso, abraçámos este projecto com satisfação», explicou Joaquim Ortiz, lembrando que a sua empresa «não tem a perspectiva do lucro imediato», mas sim de «utilidade pública». Por isso registou, com agrado, a iniciativa de a autarquia «ter decidido desenvolver este projecto».José Manuel Martins, vice-presidente da CCDRC relevou a necessidade da requalificação da zona Norte da Praia de Mira, não só face às necessidades de instalações de um posto de venda de apoio ao núcleo piscatório como, também, sob o ponto de vista do ordenamento, salientando que a pressão do mar é intensa, que está a regredir e a avançar e que este [mar] «vai constituir um perigo iminente nos próximos anos».«Este projecto é útil do ponto de vista do ordenamento, mas também do ponto de vista da segurança», referiu o responsável da CCDRC, sustentando que a projectada requalificação daquela zona piscatória da Praia de Mira vai ser útil, também, «para atrair turistas».

quarta-feira, outubro 04, 2006

V Jornadas Culturais da Gândara dedicadas ao poeta Bingre


Depois de seis anos de interregno – a ultima edição foi em 2001 – vai se realizar mais uma Jornada Cultural da Gândara: a V.

Desta vez, terá lugar nos dias 4, 5 e 6 de Outubro, estando as principais actividades localizadas na nova Casa Municipal de Música, que como se sabe, foi tema bastante “quente” na última campanha eleitoral para as eleições autárquicas de Outubro de 2005: Durante 4 anos fechada, apenas foi inaugurada já no fim do mandato do executivo do Dr. Mário Maduro e que pela primeira vez será o palco principal de uma iniciativa cultural desta envergadura.
Recordemos que as anteriores edições destas Jornadas tiveram grande eco na sociedade cultural da região.
Este ano o tema principal serão as comemorações dos 150 anos da morte do Poeta Bingre, que viveu e morreu na Vila de Mira.
A Sessão Inaugural das Jornadas terá lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Mira, com diversas intervenções ao “redor” do Poeta Bingre, seguindo-se uma série de iniciativas que terão lugar em diversos outros espaços, como por exemplo, Jardim Municipal e o Centro Cultural e Recreativo da Praia de Mira. O programa ainda inclui diversos debates sobre a História de Mira e da Região da Gândara.
Serão ainda apresentados dois livros de autores ou sobre temas locais: “É sempre tempo p'ra nascer” do poeta popular, amigo e sempre sorridente, Sr. JOÃO NOGUEIRA, que há muitos anos vive na Praia de Mira e ainda “Em Busca de Identidades Aspectos Etnográficos – Históricos de Mira” do Mirense, mas radicado na cidade de Leiria, Dr. Mário Cupido”, advogado de profissão.
Bastante interessante será a apresentação de um pão preparado de acordo com uma receita deixada pelo Poeta Bingre, em forma de um Poema, numa iniciativa e organização da AAMARG.
Mais uma vez e durante três dias, Mira vai ser o “Centro” da Cultura da Gândara”.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Municipios reunem com Cavaco

"É de expectativa o ambiente que envolve a audiência que presidente da República concede hoje à Associação Nacional de Municípios Portugue ses (ANMP). Sobre a mesa estará a proposta do Governo de nova Lei das Finanças Locais, que a maioria dos autarcas tem vindo a contestar. A Oposição espera que o encontro de Fernando Ruas com Cavaco Silva possa ter um efeito mediador no conflito, uma vez que antecede uma reunião, marcada para depois de amanhã, entre o autarca e o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa. As câmaras receiam perder dinheiro com a nova lei, mas o Governo argumenta com a necessidade de equilibrar as contas públicas, numa discórdia que se arrasta há dois meses.
Os limites à capacidade de endividamento, as novas regras de distribuição de verbas e os mecanismos de autonomia fiscal das autarquias têm sido os principais pontos de discussão entre ANMP, que inicia depois de amanhã, um congresso extraordinário para debater o tema, e o secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita. O presidente da ANMP, Fernando Ruas, aponta o processo de discussão da nova lei como "o momento mais complicado" de sempre do poder local democrático e já ameaçou que as autarquias poderão deixar de apoiar os serviços do Estado na cedência de espaços, oferta de gasóleo às forças policiais ou fornecimento de consumíveis e reparações. O maior ponto de discórdia assenta no facto de o Governo querer impedir que as autarquias endividadas acumulem mais dívidas e engrossem a dívida total da Administração Pública, restringindo o acesso ao crédito. A ANMP acusa o Governo de sobrecarregar as autarquias com um "esforço suplementar" na contenção da dívida e de não aplicar o mesmo nível de exigência a si próprio e às empresas que controla. Para a ANMP, isto significa que nos próximos três anos, as autarquias deixarão de ter disponíveis entre 290 a 350 milhões de euros, um corte de cinco a seis por cento das receitas anuais. Mas Eduardo Cabrita, já garantiu que não haverá em 2007 qualquer redução nas transferências do Orçamento de Estado para as autarquias. A contestação ao diploma, aprovado em Conselho de Ministros a 27 de Julho, começou com a divulgação de que a lei prevê que as autarquias possam ficar com um máximo de 5% do IRS cobrado no seu território. Destes, 2% ficarão reservados aos municípios, que poderão optar por receber até mais 3%. Caso escolham não o fazer, a taxa de IRS no concelho será mais baixa que o previsto na lei, o que, segundo o Governo, aumentará a competitividade fiscal entre as autarquias e poderá atrair população para algumas zonas. "(in JN)