sábado, dezembro 23, 2006

Energias renováveis


As energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação solar, que é a fonte primária de quase toda energia disponível na terra. Por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta. As formas ou manifestações mais conhecidas são: a energia solar, a energia eólica, a biomassa e a hidroenergia.
Actualmente a maior parte da energia utilizada pela humanidade provém de combustíveis fósseis – Petróleo e carvão mineral, entre outros. A vida moderna tem sido movida à custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos para se formarem. O uso desses combustíveis em larga escala tem mudado substancialmente a composição da atmosfera e o balanço térmico do Planeta, provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e o envenenamento da atmosfera e de todo o meio ambiente. As previsões dos efeitos decorrentes para um futuro próximo, são catastróficas. Alternativas como a energia nuclear, que eram apontadas como a solução definitiva, já mostraram que só podem piorar a situação. Com certeza, ou procuramos soluções limpas e ambientalmente correctas ou seremos obrigados a ter de mudar os nossos hábitos e costumes de maneira traumática.

A utilização das energias renováveis em substituição de combustíveis fósseis é uma opção viável e vantajosa. Pois, para além de serem praticamente inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar um impacto ambiental muito baixo ou quase nulo, sem afectar o balanço térmico ou a composição atmosférica do planeta. Graças aos diversos tipos de manifestações, disponibilidade de larga abrangência geográfica e das variadas possibilidades de conversão, as energias renováveis são uma excelente alternativa aos combustíveis fósseis.
Acontece que o consumo de energia em Portugal – apesar das oscilações do PIB – tem mantido nos últimos anos um firme aumento médio de 5%, sendo que no primeiro semestre de 2006 foi registado um aumento de 6,3% no consumo.A este aumento nos consumos terá obviamente de corresponder um aumento da potência a instalar, também de renováveis, para garantir a percentagem a que estamos obrigados em 2010.Actualmente estima-se que num ano hidrológico médio, a percentagem de renováveis se situe nos 21% incluindo, claro está, a fonte hídrica, pelo que nos encontramos a 18% do objectivo para 2010.O sector das energias renováveis encontra, apesar de algum dinamismo demonstrado, vários obstáculos a uma maior afirmação, fundamentalmente de ordem burocrática, à qual não será estranha a alteração de paradigma energético beliscando fortemente os interesses dos combustíveis fósseis.
Há que voltar a apostar no espírito do programa E4, em dar uma oportunidade às regiões e às autarquias para, com o mercado eléctrico liberalizado, ficarem livres das teias da burocracia, podendo desenvolver os seus projectos e ligarem à rede de baixa ou média tensão as suas unidades produtoras de electricidade de origem renovável.Com esta importante questão resolvida com base no potencial eólico do país, hídrico e solar, conjugados nas centrais de bombeio e outros modernos sistemas de acumulação de energia, o país avançará de forma decisiva para a era da economia do hidrogénio.
Todos temos de apoiar as energias alternativas. Deste apoio depende a nossa independência energética, bem-estar ambiental e social. E que ninguém duvide: O que não pagarmos hoje por energias limpas, pagaremos amanhã por petróleo associado à dependência do fornecimento, ao ambiente poluído e às roturas de abastecimento que os senhores do crude decidirem.
Ao optar-mos por energias renováveis, certamente que diminuirão os custos e os impactos, dos quais o nosso país tem péssimos quadros. Infelizmente, Portugal não tem investido muito no desenvolvimento de tecnologias de aproveitamento dessas fontes. Fica a pergunta: Até quando seremos "um país de futuro" se não investirmos nele?
Carlos Monteiro

4 comentários:

Anónimo disse...

Todos temos de apoiar as energias alternativas, como?
Estamos conscientes da importância destas energias para o nosso país.
E os nossos politicos estarão?
Espero bem que sim...

Anónimo disse...

Serão as energias renováveis e as políticas contra o desperdicio uma verdadeira prioridade em Portugal? Ou iremos continuar, a aturar o lobby da EDP e pagar facturas monetárias e ambientais cada vez maiores?
Como diz e bem o Carlos Monteiro: Até quando seremos "um país de futuro" se não investirmos nele?

Anónimo disse...

Espero que apesar dos atrasos e das conferencias periódicas nesta matéria, que a iniciativa particular acabe por reagir positivamente ao que nos é proposto. Através deste texto verifica-se que a tecnologia já existe. Falta apenas o impulso da consciencialização de que é preciso e é possível agir com a máxima brevidade.

Anónimo disse...

Actualmente a sociedade já tem consciência de que é necessária uma mudança na procura de fontes de energias alternativas, No entanto esperamos a participação activa do Governo com medidas coerentes e contínuas.