quinta-feira, agosto 23, 2007

Turismo por cá...


Ao folhear a recente edição do Diario de Coimbra deparo-me com uma noticia em que se transmite a ideia da Praia de Mira como um destino Turistico de eleição (!), e onde os comerciantes se sentem realizados com as receitas deste ano, "Praia de Mira continua em alta. Turistas de todo o país e do estrangeiro inundam esta zona balnear. Quem fica a ganhar é o comércio e a restauração..."

A noticia nada teria de invulgar caso no mesmo Jornal não surgisse uma outra, esta relativa à Fig. da Foz, cidade aqui bem perto, beneficiando portanto das mesmas condições climatéricas e dispondo certamente de outras infraestruturas que não temos no concelho, não fosse a Fif. da Foz uma cidade e a Praia de Mira uma Vila, mas nesta cidade o panorama surge mais negativo, informando os leitores que as condições climatericas em nada ajudaram o Turismo este ano, "Época atípica na praia afasta turistas. O vento forte e o tempo instável que se tem sentido no mês de Agosto na praia da Figueira da Foz são responsáveis por prejuízos nos toldos de aluguer e na redução de turistas..."
Na mesma noticia relativa à Praia de Mira, um alto responsável pelo Parque Minicipal, acessor do Presidente Reigota em tempos passados, afirma que a época balnear tem sido "muito boa".

Ora esta situação agrada sobremaneira qualquer habitante da Praia de Mira, afinal a sua Praia não está tão mal como muitos dizem, o Turismo não está em queda e o panorama global é certamente promissor!

Mas será mesmo isto que se passa?

Um senhor de nome Richard Butler, um dos principais investigadores e teóricos do Turismo desenvolveu há uns um modelo destinado a classificar o estado do Turismo em determinada região. Este modelo pretende classificar um determinado local em termos de destino turistico.

De uma forma simplificado este modelo opta por analisar e classificar uma area destino segundo a sua previsivel procura. Quanto à Praia de Mira, e quanto ao concelho muito já se falou sobre o Turismo e sobre a aptidão deste concelho para essa industria em franca expansão. O que não se fala é no estado actual das infraestruturas e da procura. Seria interessante analisar este concelho de uma forma correcta e coerente de forma a propiciar uma boa base de trabalho aos interessados, pois fala se bastante mas depois o que sobra de todas estas dissertaçoes é manifestamente pouco. Ora vejamos, a P. Mira ja é visitada e procurada há alguns anos, mas qual é o verdadeiro estado do Turismo neste local? Está em desenvolvimento, em evolução? Ou está já num estado de estagnação em que o futuro não é tão risonho como o insistem em pintar?

Será que a procura da Praia de Mira enquanto destino turistico está assim tão alta, que permita aos responsáveis locais brindarem de satisfação?
Será que os Turistas que nos visitam para além de um bronzeado levam também boas recordações que os façam regressar?
Não querendo ser redutor ou arrogante, será que o Turismo que temos satisfaz os Mirenses, sobretudo os mais ligados ao fenómeno Turistico?
Será que temos o Turismo que podemos, ou o que merecemos?


Seria interessante começar mos aqui um debate serio e construtivo sobre este tema, não custa nada e poderá ser um eventual embrião para uma futura analise do Turismo nas terras de Mira.


João Luís Pinho

7 comentários:

Anónimo disse...

O Diário de Coimbra é parceiro da CMM nomedamente na UAC.Assim sendo, palvras para que?

Anónimo disse...

Aqui está uma prova de que alguns jornais, escrevem aquilo que interessa aos autarcas, porque de certo modo estão "debaixo da pata do boi" - Quantas assinaturas diárias, paga a CMMira ao Diario de Coimbra ? - Não sabem ? então vejam: Um jornal em cada escola e em tudo quanto é sitío público dependente da autarquia. São mais de 25 assinaturas diárias é obra...Não falando já em publicidade, anúncios públicos de concursos, etç - É um bom cliente temos que "lhes" realçar a "boa" gestão turistíca, não acham ?

Carlos Monteiro disse...

Amigo João Luís

Este teu texto é admirável de coerência e oportunidade.
Estamos praticamente no fim da "época alta" do turismo (mês de Agosto). As únicas iniciativas nesta matéria são discursos de circunstância, promessas feitas e afirmações contraditórias. Com que objectivos? Sinceramente não sei!!!
Não há perspectivas que assegurem que, os visitantes que tivemos este ano, voltem a consumir férias no nosso Concelho. Será que voltam?
Continua-se a privilegiar o "show off". As medidas que a actividade turística necessita... isso continuamos todos a aguardar.
Neste contexto, pela minha parte considero, de facto, que a actividade turística pelo peso que tem vindo a assumir no contexto da economia local, representa hoje um papel de considerável importância a exigir medidas em relação à disciplina da oferta de qualidade, à sua planificação no plano regional e local, à defesa do património ambiental, paisagístico e histórico, à política de promoção externa e interna dos nossos produtos turísticos, aos mecanismos de financiamento e apoio a esta actividade, em suma, a exigir uma outra dinâmica de actuação do Poder Local.
É preciso saber desenvolver o turismo com sustentabilidade, sem que a qualidade de vida e a identidade dos povos seja destruída. (não sei quem escreveu a frase, mas estou completamente de acordo).

Um abraço

Anónimo disse...

Independentemente do artigo em questão ser encomendado ou não, talvez fosse altura de se perguntar a João Reigota se, dois anos e tal depois, Mira tem MAIS TURISMO do que aquando a sua campanha em que prometia isso mesmo.

Anónimo disse...

Turismo por cà?

Onde é que ele está?
Onde estão as condições para que consigamos albergar um turismo de qualidade na Praia de Mira?
Já há algum tempo atrás dizia o Presidente da CMCantanhede que adoraria que a Praia de Mira pertencesse ao seu concelho. Vejo-me forçado a dizer que também eu.
Porque assim podia ser que alguma coisa melhorasse. Podia ser que agarrassem vergonha de uma vez por todas e pintassem as passadeiras, podia ser que limpassem as ruas, podia ser que não deixassem morrer a barrinha,
podia ser que finalmente funcionassem as casas de banho junto à prancha, podia ser que ao menos os habitantes da terra pudessem ter um parque infantil para ir brincar com os fihos, já não falando dos turistas... Podia ser que deixassem de permitir a acumulação de lixo e entulho ao longo das pistas pedonais. Ups, quais pistas? Aquela espécie de percurso todo partido e cheio de matagal prontinho a arder?
Não se admite, uma praia com bandeira azul hà 20 anos, com recurso a água doce e salgada, com uma mata tão extensa, uma terra pronta a gerar riqueza ao concelho e no entanto estagnada desde que me lembro. E ainda queriam aterrar os viveiros pra fazer estacionamentos?
Onde é que isto já se viu? Só mesmo aqui! Em vez de se preservar o que existe e melhorar alguma coisa, pôe-se é tudo abaixo.
Turismo em alta... Por favor... Em alta está quem vive descansadinho ao sabor de um emprego de estado e o resto deixa-se andar. Ter trabalho pra quê?
Até à proxima.
Sim, porque ainda não acabou...

Anónimo disse...

Caro João Luís Pinho

Aproveito antes de tudo para o cumprimentar com imensa satisfação.
Ao ler estas suas palavras sinto me imensamente contente, primeiro por ver que apesar de apoiante do actual presidente Joao Reigota, e membro das estruturas do Partido Socialista, nunca se coibiu de dizer a verdade, doa ela a quem doer; 2º por verificar que das terras de Mira continuam a surgir bons homens integros e honestos, é disso que o nosso país precisa...

Um mirense

umirensemigradoknaoe'cegoeselembradotempodobebadodoseixo disse...

e se fosses a ... com um cesto