terça-feira, outubro 23, 2007

20% da população bebe agua de má qualidade



Cerca de 20 por cento da população do País bebe água de má qualidade, revela o relatório anual sobre o controlo da qualidade da água, em 2006, do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR).

Apesar de os dados globais apontarem para uma melhoria “consistente” da água para consumo, a percentagem de coliformes – bactérias presentes nas fezes – registadas nas análises feitas à água que chega à torneira dos consumidores do interior do País aumentou em 2006.


Os concelhos com menos de cinco mil habitantes, na maioria situados no Norte e Centro e que representam 20 por cento da população nacional, são os mais afectados.Em 2006 houve, aliás, um aumento do número de incumprimentos nos valores paramétricos que determinam a maior ou menor qualidade da água.

Da totalidade das análises feitas, só 97,2 por cento não registavam infracções, quando, em 2005, esse valor chegou a 97,5 por cento.Além destas bactérias, os incumprimentos traduzem problemas relacionados com a acidez da água e a presença de elementos como o ferro, manganês, arsénio e alumínio acima dos valores de referência.

Jaime Melo Baptista, presidente do IRAR, defende que “o maior número de incumprimentos não significa que a água distribuída tenha pior qualidade”. Sucede sobretudo nos pequenos sistemas das zonas do interior”, admite, justificando o problema com “os custos elevados” da realização das análises em certas autarquias.Segundo Melo Baptista, “o maior rigor” introduzido na fiscalização das empresas que distribuem a água e nos laboratórios, a par do aumento do número de análises em zonas rurais, fez disparar o número de infracções. Até porque, diz, “este ano pela primeira vez todas as entidades enviaram informações”. O presidente do IRAR sublinha ainda que “as infra-estruturas deviam estar todas equipada com sistemas de desinfecção e não estão”.Nos quadros que acompanham o relatório facilmente se percebe que os concelhos que mais falham na realização do número de análises são também aqueles que registam maior percentagem de coliformes e elementos químicos prejudiciais. Entre os concelhos sinalizados estão Vinhais, Sertã, Montemor-o-Novo, Almeirim, Lousada, Aguiar da Beira e vários municípios dos Açores.Para Francisco Ferreira, da Quercus, a má qualidade da água no interior “já se prolonga há muito”. O relatório mostra que “nestas zonas a qualidade da água ainda é baixa”, diz o ambientalista, lembrando que “a contaminação é um problema que se resolve facilmente com uma desinfecção mais eficaz”.


INSTITUTO VAI TER RANKINGS

Segundo Jaime Melo Baptista, o Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) vai passar a divulgar rankings dos concelhos com melhor qualidade de água.Já no próximo mês, o instituto vai fazer uma classificação das melhores entidades gestoras de águas.“Primeiro faremos a análise comparativa das entidades. É um processo que já tem três anos e que se vai prolongar por mais dois anos. Nessa altura ponderamos então divulgar também o ranking dos concelhos”, admite.Para já, a entidade presidida por Jaime Melo Baptista está a recolher informação sobre os níveis de chumbo presentes na água consumida em Portugal para, mais tarde, dar indicações sobre as alterações a fazer na rede pública e canalizações particulares.

7 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Os custos do tratamento de água para produção de água potável atingem altos valores, porque os locais de captações da zona centro estão fortemente poluídos.
Água fortemente poluída necessita de ser filtrada, a eventual biomassa precisa de ser separada num bio-reactor, depois é aplicada muitas vezes a osmose inversa.
Para a água menos contaminada, uma desinfecção com ozono ou dióxido de cloro poderá ser o suficiente.
Os resultados de todos estes impactos são muito severos para as populações. Por isso seria necessário para esta multiplicidade de impactos, que exigem evidentemente diferentes tipos de avaliação, novas tecnologias e avanços tecnológicos no tratamento e uma gestão bem feita das águas.
No nosso concelho a qualidade da água ainda é baixa. Por isso, para além de uma melhor desinfecção, será necessário fazer algumas alterações na rede pública.
Para melhorar os custos do tratamento, é necessário fazerem alguma coisa, enquanto é tempo.

Anónimo disse...

Boas conversas o Sr Monteiro..."a qualidade da àgua ainda é baixa no nosso concelho..para além da desinfecção, será necessário fazer algumas alterações na rede pública".
É do conhecimento geral que a rede de abastecimento de àgua em parte da vila e nas aldeias que primeiramente tiveram acesso a este bem público, que as "velhinhas" tubagens de 40 e mais anos são ainda de "fibrocimento" o tal tubo que dizem tem amianto e provoca cancro. E quais as preocupações da actual câmara neste sentido ? - Um dos vereadores até é médico deveria preocupar-se com a saúde dos seus municípes. Em dois anos de mandato nada se fez pela substituição destas tubagens, que assim nos continuam a fornecer àgua com algumas doses de silicatos, silícios, aluminio, plutónio e outros componentes prejudiciais à saude humana. Também neste aspecto, como em muitos outros, o actual executivo teima em não dar continuidade às obras começadas pelo executivo anterior, e é caso para perguntar para quando a ligação dos ramais de àgua, à nova conduta instalada, nos lugares de Portomar e Cabeço e cujos tubos de ligação, se encontram dependurados ao longo das ruas, alguns já danificados e donde volta e meia são roubados os acessórios de cobre ?? - Será falta de pessoal ?, desleixo ? perrice ? ou simplesmente porque é obra do outro mandato ?

Anónimo disse...

Vocês não sabem que as obras enterradas não dão votos. Por isso não importa se os tubos com amianto fazem mal à saúde ou não.

Administrador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Lindo... estes ultimos posts demonstram como é grande parte do eleitorado de direita (grande parte, não todos)
Enquanto fomos geridos em Mira (geridos isto é...) por um executivo da "direita", estes senhores andaram caladinhos, e nem quando jornais e outros porcuraram saber o que se passava com as aguas em Mira alguem se manifestou. E porquê? Porque o partido assim obriga.
Sim, também é certo que do outro lado da barrricada também os têem assim.

Quanto ao anónimo das 13.41
Todos sabem que o DR. Martins é medico e actualmente vereador da CM MIra. E quanto à laracha que lhe tentou enviar sobre os canos de agua velhos e entupidos lembre se que o anterior presidente da CM MIra também era médico, e tendo estado 4 anos no poder o que fez ele na resolução do problema saneamento??? NADA

Crticar sim, estamos no nosso direito, mas também é nosso dever ser honesto, algo que o senhor nesse post não foi.

LP

Ps. ao anónimo das 9.14
Apesar de ter alguma razão, o seu post surge como mero populismo, sabemos o que custa o saneamento, sabemos que não o temos ainda como deveriamos, mas também não será assim associando promessas eleitorais com ele que se chegará lá.

Anónimo disse...

Senhor anónimo das 22:21

Se o “fibrocimento” que dizem que tem amianto, provoca o cancro. Não será de há dois anos para cá que o provoca. Se o vereador é médico o anterior presidente da câmara era o quê?
A ligação de ramais à conduta de água do Cabeço, está pendente da obra em execução do alargamento da ponte, uma vez que a tubagem em causa, terá de passar por debaixo da mesma. Mas se a obra demorar 5 anos, como a do alargamento da ponte na Praia de Mira. Então vamos ter de esperar muito!!
Silicatos, silícios, alumínio, plutónio e outros componentes prejudiciais à saúde humana.
Se isso fosse verdade, com todos esses metais pesados, como o alumínio e plutónio, estaríamos todos mortos. Se roubaram os acessórios de cobre, fizeram bem, porque o cobre é um material pesado que prejudica a saúde humana, aliás nem sequer é permitido por lei o seu uso nas ligações de redes públicas.
Caro senhor, antes de dizer tantos disparates, aconselho-o a verificar as análises feitas à água do nosso concelho, porque este seu comentário incorre em dois vícios: ou revela ignorância, ou revela desonestidade intelectual.

Anónimo disse...

Também me referia ao anónimo das 22.21, não ao das 13.41 (esse assume o que diz)...

caro Amigo da Barrinha eu vou pela desonestidade intelectual