quarta-feira, abril 25, 2007

25 Abril...


Da semente nasce o fruto
da incompreensão da humanidade
nasce a guerra e o sangue
do sangue vem a dor
da dor manifesta-se a revolta
da revolta sobrevive
a vontade de viver
e vencer.
(Artuz Vaz, Poemas)
Mais Abril precisa-se...

4 comentários:

Anónimo disse...

aqui há 33 anos fui, como muito boa gente, um bocadolas romântico e irrealista e foi baita cool.... depois uns ficaram pragmáticos....outros ficaram cínicos.....outros apanharam a boleia e orientaram a vidinhazinhazinha....outros apanharam uma tosga.....outros ficaram lá há 30 e três anos e ainda não sairam de lá.....e outros ficaram simplesmente filhos da puta...... é a vida as usual.....mas todos puderam ser aquilo que desejaram...
in
ANARCA CONSTIPADO
Etiquetas: a democracia é uma maçada

Carlos Monteiro disse...

Trinta e três anos depois, voltamos a celebrar a queda da ditadura e o sopro de liberdade que em Abril encheu o peito de quase todos aqueles que o viveram.
É sempre muito difícil explicar a quem não viveu, o que foi o 25 de Abril.
Mas cabe-nos a nós que o vivemos, divulga-lo às futuras gerações dizer-lhes que Abril é tempo de nos lembrarmos que percorremos os dias sem nos censurarem os passos, que preenchemos as horas sem nos limitarem os gestos, que acordamos palavras sem nos proibirem a fala, que escrevemos textos sem medo de censuras.
Abril é tempo de celebrar a Liberdade!

Anónimo disse...

Tão pouco tempo passou, de história, e muitos portugueses já esqueceram, o que era o Tarrafal, que a PIDE era o nosso vizinho, o nosso professor, o padre, poucos sabem o porquê da guerra do ultramar e quantos pagaram com a vida a ausência de liberdade...estamos falidos de orgulho, confiança, honra e emoções.
Embora ainda muito jovem, jamais esquecerei o que vi no dia 25 de Abril.

Anónimo disse...

Longe vão os tempos em que um médico português vaiado no estrangeiro por demorar três horas na extracção de um dente - segundo a comunicação científica que fazia - acabou com a plateia a aplaudi-lo de pé, depois de informada de que em Portugal não se podia abrir a boca.
Era o tempo em que o eterno ditador de serviço conseguia bater os especialistas a estabelecer a idade das múmias que eram encontradas no Egipto dos faraós. Bastava-lhe entregá-las à PIDE que elas acabavam por confessar.
Era quando um pobre bêbado que acabara de desabafar «que merda de País este...», encontrava logo um esbirro que o prendia. Depois de lhe ter jurado que se referia a Cuba, quando já recuperara a liberdade, o mesmo esbirro vinha de novo prendê-lo com o argumento, aliás respeitável, que «merda de país» só podia ser o nosso.
Os métodos anticoncepcionais que a Igreja e o Estado então consentiam reduziam-se à castidade e a atirar pedras às cegonhas, espécie de intifada contra a explosão demográfica. E ensinavam-nos que a Igreja era a nossa mãe e Salazar o pai, num país ansioso por ficar órfão de pai e mãe.
Ser patriota - diziam - era amar a pátria, do Minho a Timor. Não se contentavam com o amor à própria, exigiam a pátria dos outros.