terça-feira, abril 14, 2009

LOTA da Praia de Mira -actividade em pleno


A licença e número de controlo veterinário atribuídos pela Direcção-Geral das Pescas e Agricultura só chegou a meados de Março, pelo que só agora a lota da Praia de Mira iniciou a sua actividade em pleno», disse ontem ao Diário de Coimbra Helena Cardoso, engenheira da Docapesca, responsável por este sector da empresa que controla as lotas de pescado no país. Responsável que justificou o atraso do funcionamento desta estrutura, inaugurada em Maio do ano passado, com a dificuldade na atribuição da licença e controlo veterinário, «um processo necessariamente moroso» e ainda com o atraso na aquisição de todo o equipamento da lota, que vai desde maquinaria, sinalética, câmaras frigorificas, balcões…, que chegaram a “conta gotas”, o que também terá feito demorar o processo burocrático de vistoria às instalações e atribuição do respectivo licenciamento e número de controlo veterinário.Helena Cardoso, não só confirmou o fim de todo o processo e o consequente início da actividade desde meados do mês passado, como garantiu que a lota da Praia de Mira é a primeira e única dedicada à arte xávega «certificada com a norma HACCP – Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo, sistema de segurança alimentar».Esta norma HACCP, diz aquela responsável da Docapesca, consiste numa abordagem sistemática e estruturada de identificação de perigos e probabilidades da sua ocorrência, em todas as etapas da produção, «definindo medidas para o seu controlo».


O início da actividade da lota da Praia de Mira coincidiu com a abertura da campanha de pesca artesanal, que normalmente vai de Março a Novembro/Dezembro e as oito empresas (companhas) que vão ao mar três a quatro vezes por dia (consoante o estado do mar) já podem armazenar, vender e tratar o pescado «em totais condições de higiene, segurança e qualidade. Pescado que, na Praia de Mira, é vendido em mais de 70 por cento a armazenistas de Aveiro e Figueira da Foz «que o compram por tuta-e-meia» e o restante a empresas de restauração daquela vila piscatória do concelho de Mira «para consumo em fresco» e a compradores particulares que, nalguns casos, têm estabelecimentos de restauração, conta ao nosso Jornal João Saborano, pescador da Praia de Mira, neste momento a trabalhar num pesqueiro da Figueira da Foz.«Eles [pescadores de arte xávega] andam a trabalhar na Praia de Mira, mas neste momento ainda há pouco pescado», afirma este pescador que, por isso mesmo, foi trabalhar para a Figueira.«Na Praia de Mira fazem três ou quatro lances por dia e trazem para terra duas ou três caixas de carapau e meia dúzia de robalos e sargos», diz João Saborano, lembrando que um bom lance tem de dar «pelo menos cento e tal caixas e mais variedade de peixe». A explicação para o pouco pescado deve-se, na óptica deste homem do mar, «às águas estarem ainda muito frias», não augurando um futuro promissor à pesca artesanal na Praia de Mira. «Muitos estão a desistir e, actualmente, a arte xávega é boa apenas para os reformados ou para os miúdos que andam na escola e aproveitam as férias para ir nos barcos», adianta.

Investimento de um milhão

O Diário de Coimbra também falou com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, António Macedo, que confirmou que os pescadores (cerca de 90 das oito companhas existentes na Praia de Mira) «já estão a laborar a 100 por cento», admitindo, tal como João Saborano, que «a pesca está muito fraca na Praia de Mira». O sindicalista também confirma a atribuição da licença e número de controlo veterinário, embora sublinhe que estar um ano à espera destas formalidades «foi um tempo demasiado longo» o que na sua óptica «retrata o país que temos». António Macedo tem, no entanto, outra preocupação, que é, diz, «comum a outras lotas», revelando temer que agora, depois da atribuição do número de controlo veterinário, «a Docapesca a entregue [lota] a um concessionário e vá para lá gente que não tenha nada a ver com a pesca».Recorde-se que na ocasião deste novo equipamento na Praia de Mira, em Maio do ano passado, o secretário de Estado das Pescas, Luís Medeiros Vieira, disse que o investimento de um milhão de euros – repartidos entre fundos comunitários, Estado e Câmara de Mira -, «contribui para melhorar as infra-estruturas da pesca artesanal» na Praia de Mira e que a nova lota e posto de vendagem (entre as 56 existentes) «é uma das maiores do país».

1 comentário:

tapafuros disse...

Ólhó pexe fesquinho
É do nosso mari.
Compre freguesa que tácabar

A lota finalmente está a trabalhar. graças ao esforço e ao duro labor dos homens do mar este ano vamos ter peixe da paraia à venda na lota