segunda-feira, setembro 03, 2007

VERDES atacam Pescanova

Futura unidade de aquacultura da Pescanova mais uma vez criticada. Desta vez foi a "ECOJOVEM" (estrutura de juventude di Partido Ecologista "Os Verdes") que veio a público, no passado na Fig. da Foz, criticar a instalação da referida unidade por considerar que vai destruir as dunas da praia e aumentar assim a erosão costeira

"Numa acção de sensibilização para o problema da erosão costeira em Portugal, que decorreu sábado à tarde na Figueira da Foz, Júlio Sá, da Comissão Executiva, afirmou que as “dunas da praia de Mira vão ser desgastadas” por causa de uma unidade de pescado, cuja construção deverá iniciar-se ainda em 2007. “Estamos contra a sua instalação, a partir do momento em que se trata de uma reserva natural que foi estudada e identificada como sendo preciso manter e preservar”, argumentou o dirigente ecologista. Zonas críticas, Segundo Júlio Sá, existem “os planos de ordenamento da orla costeira, mas aparecem os Projectos de Interesse Nacional (PIN) a sobreporem-se sobre zonas protegidas (como foi o caso), esquecendo-se que o nosso interesse nacional são essas zonas”, afirmou o ecologista.Durante a acção de sensibilização, a Ecolojovem alertou para 20 concelhos críticos no litoral português que deverão ser objecto de intervenção e protecção na orla costeira, entre eles o de Mira"


À semelhança da Quercus, é agora este organismo politico a tecer duras criticas a esta instalação nas terras de Mira. Nunca ninguem se tinha preocupado tanto com as nossas areas naturais, o que ao comum mortal pode mesmo aparentar um simples aproveitamento politico, ou um desejo de protagonismo e "direito de antena" nos media regionais e nacionais. Pois são sobejamente conhecidos outros problemas que afligem este concelho, tais como a questão da poluição no sistema hidrico, o desordenamento urbano ou mesmo a crescente pressão humana em locais já de si sensivéis, e não se vislumbra qualquer acção ou interesse por parte destas entidades ditas "pró ambiente".

O cidadão pode até não estar plenamente contente ou satisfeito com este ou outro factor, contudo também já não toma como dado adquirido tudo o que lê ou vê nos media. O facto de constantemente se vir a publico criticar a instalação desta unidade em Mira começa a tornar se algo desconfortavel, mesmo para os responsáveis politicos municipais (ainda sabendo que o projecto considerado PIN - Proj. Interesse Nacional, teve origem nas mais altas instancias governativas do país).
Contudo resta nos uma dúvida, estes senhores que a publico tem vindo criticar, por este ou outro motivo, teriam a mesma postura caso o projecto estivesse destinado a outro local com as mesmas caracrteristicas?
Será que o incomodo não é a unidade, mas sim a escolha de Mira para o receber?

Em jeito de remate aqui transcrevo as palavras de Miguel Angel Belloso, Ex-director do "Expansion": "Como se constata, a capacidade da política para conspurcar o ambiente não tem limites, e o seu objectivo - que não é outro que trabalhar para o bem-estar geral –, é uma verdadeira patranha, que pode ser violado em qualquer momento se a ocasião o justificar..."

São dúvidas que legitimamente nos podem surgir, mas mais um vez reforço que mais do que palavras, precisamos de actos...


João Luís Pinho/ PJ

7 comentários:

Anónimo disse...

Já existe aquacultura em Portugal. No Algarve, em V.Nova de Milfontes e há anos, a da truta. No caso da aquacultura do Pregado (Rodovalho é a mesma coisa no Norte) terá de haver, tal como na dourada, preocupações de impacte ambiental. Sejamos claros, eu sou totalmente a favor do investimneto da Pescanova, uma empresa com gestores, também portugueses, de nível mundial. O que não implica que não haja aos devidos estudos de impacte ambiental, mais que não sea para a própria Pescanova implementar as medidas que suavizam essa interferência. A aquacultura implica a alimentação por ração, e essa ração afunda-se untamente com os dejectos dos peixes, criando um fundo que é uma mistura orgânica que pode ter implicações no meio marítimo. Interessam as correntes predominantes, o tipo de fundo, e saber como esta mistela é absorvida pela zona. Pode inclusivé ser melhor dissolvida por bactérias. Ou pode tornar-se num pequeno pesadelo, como o é na Turquia. Portanto, interessa o investimento e interessa como é tratada toda a sua implicação, de fio a pavio. Sem políticas, porque para dejectos bastam os dos peixes. E o tubarão não é um animal perigoso. A falta de serenidade e de estudos técnicos e científicos é que transformam o Homem num bicho perigoso. Venha o investimento, mas a Pescanova que fale com os ecologistas, até porque a cultura evita as técnicas do arrastão, que a Pescanova usa e abusa. Será até talvez bom para todos. É tempo de investir e de deixar os profissionais terem a palavra. MMartins

Anónimo disse...

Não é pelos nossos lindos olhos que a Pescanova vem para Mira, nem sequer por impedimentos ambientais em Espanha, a razão são os subsídios, e aí seguramente que Portugal ofereceu mais que a Galiza. Meu caro GB, as negociações são isso mesmo - dinheiro, quais autorizações. A Pescanova obteve seguramente entre 40 a 60% do que vai gastar, mais uma concessão graciosa dos terrenos onde se vai instalar.

Zé Carlos

Anónimo disse...

Com tanto dinheiro a fundo perdido + isençoes de impostos + isençoes de seg.social durante tantos anos, QUALQUER EMPRESÁRIO PORTUGUES AVANÇARIA PARA O NEGÓCIO.Vamos ver quanto tempo é que estes oportunistas vão cá permanecer. O espertalhão do Sr.Manuel Pinho está a destruir constantemente o nosso tecido industrial.Esperemos mais alguns poucos anos e vamos ver o descalabro....

Anónimo disse...

Deveriam era ir ver o estado das valas e lagoas como diz o sr.Pinho, ai sim veriam o verdadeiro impacto da poluição no concelho de Mira.
Mas não isso não interessa, não dá votos e não dá uns trocos... que se lixe então!

Cambada...

Carlos Monteiro disse...

Algumas associações têm uma visão muito romântica do ambiente, associando-o mais na defesa das árvores e animais, como se a espécie humana não fizesse parte dessa natureza. “Todos os seres vivos tem o direito de viver”, temos que entrar no mundo e na lógica e encontrarmos uma solução de equilíbrio, entre as necessidades humanas e o que o ambiente nos pode oferecer perpetuamente.
Todo o progresso desejável, precisa da participação pública, principalmente da sua aceitação, isto é, a população deve ser instrumento co-participante e co-autora nos processos de desenvolvimento. Portanto estas associações devem respeitar as decisões das populações, porque já há muito que deixámos de ser cordeirinhos de caminhos.
Quanto à erosão costeira, estudos científicos registaram nalguns pontos, entre o Furadouro e a Praia de Mira, recuos de 230 metros correspondente a uma perda efectiva do sistema praia-duna. Mas, sobre este assunto, por parte destes senhores, nunca se ouviu uma palavra. Só agora é que se começaram a preocupar com a erosão costeira.
Sinceramente começo a ficar farto desta novela, ela só acaba quando estes profetas mediáticos se cansarem, ou quando alguns órgãos de informação, colonizados por estes, deixarem de os suportar.

Anónimo disse...

A quercus e os verdes só agora se preocupam, porque só agora se colocou a questão da implantação de uma fábrica de rações e de emissão de efluentes para o mar. Digo eu, ainda bem que se preocupam, pois a nível local os "inteligentes" até são a favor deste projecto!...

Carlos Monteiro disse...

Sr. anónimo das 12:30,

No projecto apresentado pela Acuinova, não existe, nem vai haver qualquer implantação de fábrica de rações para o local.
Afirmo-lhe que o processo de recirculação de água do mar só pode ser feita desta forma. Os efluentes, depois do processo de decantação, só podem ir para o mar.
Por favor, diga-me se conhece outra forma?
O senhor pode não conhecer o processo produtivo de aquicultura, mas a Quercus e os “Verdes”, há muito que sabem. Aliás, até sabem que este tipo de projectos está previsto no POC que ajudaram a aprovar.
Quanto a ambiente, já alguma vez ouviu ou leu algumas manifestações destes senhores, sobre a poluição e eutofização dos nossos recursos hídricos; a degradação dos nossos espaços naturais; a erosão da nossa orla costeira, etc., etc..
Quem defende estes princípios? São os “inteligentes” locais, que o senhor refere.
Caro senhor, faço parte de uma associação ambiental há cerca de vinte anos. Sou sabedor de todos os meus princípios, do meu código de ética, dos meus valores, etc., etc., mas estou longe de conhecer os incentivos dos outros. Tão longe quanto o senhor está de conhecer os meus. Não tenho por hábito contestar opiniões mesmo que elas não me agradem. Mas, é claro que não vou deixar passar em branco contradições, faltas de rigor ou faltas de seriedade.
Enfim, muito mais lhe poderia dizer sobre o que penso ou sinto. Claro que apenas falei das minhas opiniões, que embora baseadas em alguns conhecimentos de causa, valem apenas pelo que são. Agradeço-lhe que democraticamente as respeite do mesmo modo que certamente gosta que respeitem as suas.

Carlos Monteiro